O Rock Nacional Morreu e teve show Sertanejo no Enterro

O sertanejo substituiu o rock como a música consumida pela juventude brasileira. Se esta frase fosse escrita no começo dos anos 90, seria considerada ficção escatológica, mas na atualidade é a mais Pura Realidade.

Exaltasamba Anuncia Pausa na Carreira

Depois de 25 Anos de uma Carreira Brilhante e de Muito Sucesso, o Grupo Exaltasamba anuncia que vai dar uma 'Pausa' na Carreira.

Discoteca Básica - Aviões do Forró Volume 3

O Tempo nunca fez eu te esquecer. A primeira frase da primeira música do Volume 3 do Aviões doForró sintetiza a obra com perfeição: um disco Inesquecível.

Por um Help à Música Sertaneja

Depois de dois anos, João Bosco e Vinicius, de novo conduzidos por Dudu Borges, surgem com mais um trabalho. Só que ao invés de empolgar, como foi o caso de Terremoto, o disco soa indiferente.

Mais uma História Absurda Envolvendo a A3 Entretenimentos

Tudo começou na sexta-feira, quando Flaviane Torres começou uma campanha no Twitter para uma Espécie de flash mob virtual em que os Fãs do Muído deveriam replicar a Tag #ClipSeEuFosseUmGaroto...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A viagem se aproxima do fim

A minha viagem de mapeamento musical das regiões Norte e Nordeste está chegando ao fim, depois de Salvador, Recife, Sertão de Pernambuco, estou em Belém. Quem acompanha este Cabaret a mais tempo sabe o quanto eu sonhava em conhecer essa cidade em geral e as festas de aparelhagens em particular. Pois este sonho foi realizado. Vejam:


Timpin na fazendo o S do Super Pop


Conheci um monte de gente bacana e vivi muitas situações que só quem põe o pé na estrada com uma idéia na cabeça e uma mochila nas costas vive. Daqui a dois dias volto pra Curitiba e chegando lá, faço um invetário geral de tudo o que me aconteceu. Obrigado por não abandonarem este Cabaret que ficou este tempo inteiro praticamente entregue as baratas.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Maxixe - A Nova e Subversiva dança gaúcha

Quando o Movimento Tradicionalista Gaúcho fechou o cerco sobre a Tchê Music no começo do século, nem imaginava que dentro de seu próprio cafofo surgiria uma das mais belas histórias que a cultura popular nos premiou nos últimos tempos. Trata-se do maxixe, a mais nova dança surgida das periferias de Porto Alegre e que prova que a cultura não obedece leis e desconhece proibições.

Para contar essa história temos que voltar no tempo até a década de 90, quando o grupo Tchê Barbaridade começou a inserir uma batida mais acelerada, inspirada no axé baiano, em sua sonoridade. Aos poucos, as letras que até então falavam em sua maioria da terra, da revolução e do orgulho de ser gaúcho, passaram a adotar uma temática mais jovem e urbana. O sucesso inspirou outros grupos, como Tchê Guri e Tchê Garotos a seguirem esse viés.


grupo de dança Patrulha Maxixeira


A consolidação do movimento se deu na virada do século quando o principal jornal impresso do sul do país, a Zero Hora, lançou na sua edição dominical uma coletânea intitulada Tchê Music que fez um sucesso estrontoso, atingindo a marca de 120.000 cópias vendidas já nas três primeiras semanas. O êxito irritou os tradicionalistas e deu inicio a uma longa guerra que culminou com a proibição das bandas de usarem bombachas e demais indumentárias gaúchas e com o fim das apresentações em Centros de Tradiçào Gaúchas (CTGs), controlados a mão de ferro pelo MTG.

O embate entre os artistas da Tchê Music e os Tradicionalistas que comandam os CTGs já foi abordado superficialmente em minha segunda coluna no Bis MTV e merece um artigo mais aprofundado, que com certeza ainda será escrito. Para a contextualização do Maxixe no entanto, este breve introdução já é suficiente.

A gênese do maxixe é mais um caso pra lá de curioso e que comprova que a Africa vingou a escravidão através da música. Enquanto o vanerão seguia subjugado pelo arreio dos Tradicionalistas, a dança permanecia quadrada e não atraía a parcela negra da população porto-alegrense. Com a inclusão de elementos do axé e do pagode no som da Tchê Music, os negros passaram a descer o morro e frequentar os CTGs. E foram apenas dois negrinhos vileiros, apelidados de Faísca & Fumaça, que deram inicio ao calvário dos patrões cetegistas.

Como não sabiam dançar o dois pra lá dois pra cá do retangular vanerão ortodoxo, começaram a rebolar e adaptar o seu samba no pé ao som da sanfona. As pessoas mais próximas achavam aquilo muito engraçado e aos poucos começaram a imitar. Como chacoalhar o esqueleto era muito mais divertido do que tentar inutilmente ensinar Faísca & Fumaça a dançarem durões, a moda começou a se espalhar e os dançarinos da nova dança, que a principio era apenas alguns, passaram a ser dezenas, depois centenas e os problemas começaram a aparecer.

Naturalmente que os arautos da tradição campeira e dos valores da familia gaúcha não permiritiam tamanho deprave dentro de seu respeitoso estabelecimento cultural. Os seguranças começaram a receber ordens para expulsar sumariamente a bagaceiragem que insistisse naquela dança obcena. Foram criados Comitês de Observação, que inicialmente faziam uma advertência verbal e no caso de reincidência, olho da rua.

Aqui nos adentramos num surrealismo nonsense capaz de envergonhar Bob Esponja e seu amigo Patrick. Proibir a Banda Vaneira de tocar em um ambiente cuja função é preservar uma tradição específica e antiquada é algo questionável, mas compreensível. Proibir por decreto que artistas usem determinadas vestimentas em suas apresentações é algo ridículo. Agora proibir que se dance de certa maneira é uma absurdidade de proporções caralhosféricas.

Chega a ser cômico só de se imitar os apuros que passaram os pobres coitados dos empregados que calharam de pegarem esse rabo de foguete que deve ter sido tranbalhar nos tais Comitês de Observação. O rosto estático, os olhos movimentando-se de um lado a outro em busca dos transgressores subversivos.

- Olha lá! Olha lá! Pega aqueles dois! Não, não, não! Lá tem mais, vai nos dois que eu pegos outros. E aquelas quatro gurias lá? Ah meu deus, isso não vao dar dar certo... Alô? Patrão? Manda o cheque pelo correio que eu prefiro eu prefiro ser cafetão de puta de BR.

Brincadeiras à parte, não raro os barracos acabavam na delegacia de polícia, com um lado alegando desrespeitos às normas de uma intituição sério e o outro alegando racismo.

Como tudo o que é proibido é mais gostoso, a noticia de que uma dança proibida estava sendo praticada nos CTGs começou a chamar a atenção da juventude e a nova mania começou a se espalhar como fogo em mato seco, chamando a atenção do jornalista Marcelo Machado da RBS que passou a acompanhar o desenrolar dos fatos mais de perto e publicar textos sobre o tema em sua coluna na Zero Hora. Como o jornalismo precisa de rótulos da mesma forma que um brigadiano precisa de suborno, a dança recebeu o nome de maxixe e seus patricante passaram a ser chamados maxixeiros.


Patrulha Maxixeira em Dom Pedrito


Como a juventude urbana costuma andar em bandos não tardou para que pipocassem as tribos maxixeiras pelas periferias da capital gaúcha. Tendo em vista a organização da cena emergente, Paulinho Bombassaro criou o Clube do Maxixe, localizado no Clube Farrapos, onde todos os domingos à tarde são ministrados cursos de dança e à noite a bailanta come solta.

Atualmente a exitem diversos grupos organizados, como nomes diversos como Bonde dos Maxixeiros, DN -Danadas Maxixeiras, Tradição Maxixeira, SWAT - Elite Maxixeira e os pioneiros da Patrulha Maxixeira, o primeiro a se organizar e hoje um dos maiores e mais ativos. Segundo Soraia Ramos, uma das coordenadoras do grupo, hoje a Patrulha que começou quase como uma brincadeira entre e amigos e agora já age num esquema quase profissional, participando em gravações de DVDs, aberturas de shows como Calcinha Preta e Banda Calypso.

Enquanto isso os tradicionalistas dogmáticos ladram, mas a caravana não para. Como a cultura é uma entidade viva e em plena evolução, aquele rebolado de Faísca & Fumaça acabou dando origem a uma revolução que aos poucos vai mudando os rumos da música gaúcha. Afinal de contas, com o aumento da quantidade de maxixeiros, acaba surgindo uma demanda que acaba forçando os artistas e bandas a criarem músicas que possam ser dançadas por eles, num círculo virtuoso que prova mais uma vez que a capacidade criativa musical do povo brasileiro é como uma égua chucra que não tem relho que dome.

Mas aigalhetchêporquera, seu!

...

Texto publicado originalmente no Bis MTV

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Arte de estragar uma boa idéia

Quando deflagrei minha onda de ataques contra as práticas comerciais predatórias da A3 Entretenimentos fui acusado de muitas coisas. De invejoso a viado, não faltaram adjetivos depreciativos. Curioso, não me chamaram de corno, mas enfim, uma das carapuças que mais serviu em minha linda cabecinha galega foi a de estar a serviço da banda Garota Safada. Isso não é verdade, é claro, mas é que em momento algum citei que Garota Safada também toca músicas de bandas novas.

Pois bem, espero com este post livrar-me desta malfadada carapuça e colocar alguns pingos em alguns is. Em primeiro lugar uma coisa deve ficar clara, uma coisa é banda e outra coisa é empresa.

Ao contrário do que os Talifãs dão a entender nas caixas de comentários no decorrer do Wikileaks do Forró, eu nunca falei mal dos Aviões do Forró. Desafio qualquer um a encontrar uma linha sequer que me desminta. A minha bronca é com a empresa da qual os Aviões são sócios. E não é sem uma certa tristeza que lanço minhas acusações, pois a A3 conseguiu estragar uma invenção genial de Isaias CDs: o CD Promocional.



Foi com essa idéia, a distribuição gratuita de discos que os Aviões fizeram sua fama. Claro, o sensacional repertório do Volume fez sua parte. A questão é que o tal disquinho com a inscrição "Promocional/Invendável" revolucionou a forma com que a música passou a ser divulgada. Hoje em dia até os artistas da música sertaneja adotaram essa estratpegia.

E foi a A3 entretenimentos, na pessoa do Sr. Isaias Duarte quem inaugurou esta revolução.

A coisa pendeu para o lado negro da força quendo perceberam que os discos promocionais serviam também para contornar a questão dos direitos autorais. Como não eram comercializados, estavam isentos do pagamento dos direitos autorais. Desta forma, bandas já estabelecidas passaram a se apropriar de sucessos embrionários de bandas emergentes.

Como o capitalismo é implacavelmente selvagem, praticamente todas as bandas passaram a fazer isso. Garota Safada inclusive. Afinal de contas, precisavam sobreviver no mercado. Hoje em dia dá pra contar nos dedos as bandas de repertório majoritariamente próprio: Limão com Mel, Magníficos, Mastruz com Leite e mais umas poucas.

Só que engana-se quem pensa que são apenas as bandas novas e compositores que perdem com isso tudo. É o forró em si enquanto gênero musical quem perde. Como virou um oba oba, como todo mundo tocando as mesmas músicas, não se consegue criar uma identidade própria e o pior, prejudica a diversidade, a inovação e a busca por uma evolução na qualidade musical e artística.

É por essas e por outras que o Movimento Forró das Antigas está ganhando força. O povo está tomado por uma forte nostalgia dos velhos tempos, nos quais a concorrência entre as bandas era fundamentada no aspecto musical e não no aspecto comercial.

Finalizamos com um excelente documentário sobre o Movimento Forró das Antigas, em duas partes.



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

João do Morro - O Novo produto de exportação do Recife

Acabei de chegar do Morro da Conceição, onde entrevistei o pagodeiro (de certa forma esse não é o melhor termo para descrevê-lo, mas por hora usamos isso) João do Morro. A entrevista foi em sua casa, na varanda refrescados por um ventilador. Amanhã acompanho ele e sua banda em dois shows, um com ingressos a 50 reais na zona sul e outro a 5 reais em Prazeres, na periferia do Recife. Enquanto não termino a matéria, apresento a vcs o clipe dele com partipação do cultuado bregueiro Conde. Classe!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O dia em que Nietzsche foi no Super Pop

Sem a menor sombra de dúvida, se de posse de uma máquina do tempo pudéssemos trazer para a atualidade o filósofo alemão Friedrich Nietzsche e o levássemos para uma noitada na Super Pop, ele piraria o cabeção e chacoalharia o bigodão ao som de Elisson e Juninho. Antes que o leitor questione o prazo de validade da maionese do X-Salada que comi pela manhã ou antecipe o destino de embrulho de peixe deste jorna, peço apenas alguns parágrafos de sua atenção.



Em seu primeiro livro, O Nascimento da Tragédia, Nietzsche faz uma exaltação à cultura pré-socrática. Segundo ele, depois de sócrates a humanidade entrou em um ciclo de decadência cultural que perdura até os dias de hoje. A argumentação do bigodudo era mais ou menos assim.

Durante as celebrações rituais das tragédias, os gregos cultuavam dois deuses opostos e complementares. Apolo, o deus das formas ideiais, da ordem e do mundo perfeitos dos sonhos e Dioniso, o deus da fertilidade, da orgia e da sensualidade. Em um resumo grosseiro, Apolo seria o deus das expressões mentais enquanto Dioniso se encarregaria das expressões corporais. A tragédia grega unia estas duas figuras opostas, fazendo daquela cultura a mais perfeita da história da civilização. Dionisíaca e apolínia, a civilização mais bem resolvida consigo mesma, por assim dizer.

Com a filosofia de Sócrates esse par perfeito de desfez e o apolínio passou a sobrepujar o dionisíaco. E o cristianismo ainda calhou de cimentar ainda mais essa visão de mundo ao decretar que e pecado estava na carne. Durante a idade média esse pensamento gerou muitas atrocidades. Com o renascimento a humanidade teve sua chance de ouro para resgatar a glória dos velhos tempos, no entanto a nascente burguesia, na hora de resgatar o período classico grego, focou-se na filosofia socrética e Dioniso continuou escanteado.

Com a ascenção da burguesia e o surgimento do conceito de alta cultura, Apolo passou definitivamente a dar as cartas no mundo da arte. Mas o povão, esta imensa massa de seres rudes e incultos, manteve em suas festas e carnavais a chama dionisíaca acesa. E aqui é chegado o momento de apertarmos o botão Go Future de nossa hipotética máquina do tempo e trazermos nosso polêmico filosofo alemão, das frias salas de aula da Basiléia para as quentes periferias de Belem.

- Olá Fritz?
- Opa!
- Cara, esse teu bigode hoje em dia está meio demodê, mas vou te levar numa balada que talvez você ache interessante.
- Balada? Você está maluco? Fui eu cunhei a famosa expressão "Deus está morto", você está me convidando para ouvir o sino de uma igreja badalar?
- Não cara, trata-se de uma festa popular.
- Festa popular? Só de for agora.

Embarcamos nosso livre pensador em um confortável pô pô pô e o conduzimos até uma apresentação da aparelhagem Super Pop na Ilha do Mosqueiro. Ao nos aproximarmos ele já começa a demonstrar sinais de excitação ao notar as luzes coloridas e aquelas retumbantes batidas. Ao chegarmos no local seus olhos brilham, seus braços se agitam e tomado por um frenesi incontrolável começa a exclamar aos berros, mal acostumado coitado com tamanha potência sonora.

- Pelas basrbas de Netuno! O que é isso meu jovem? O que é esta música?! O que é esta dança?!
- É tecnomelody véinho!
- Rapaz como o povo evuiu! Nada daqueles carnavais italianos com gente suja e fedendo a mijo e esterco, sinto-me inebriado com o perfume dessas belas moçoilas! Se me permitido fosse trazer Lou Salomé a uma festa como essa, eu não teria levado aquele inexorável pé na bunda. Onde está a estátua de Dionísio?
- Bom, observe aquela cabine lá no centro, onde estão aqueles dois caras.
- Hummm, quem são?
- Elisson e Juninho.
- Entendi, Aguia de Fogo é o simbolismo de Dionisio e pode me levar de volta pra Basiléia, voltarei embriagado do mais puro sentimento de esperança, agora sei que um futuro promissor espera pelos pobres seres do século XIX.


Lou Salomé, antes de dar um pé na bunda de Fritz, ainda colocou Bigode e seu Urso em seus devidos lugares na hierarquia dos amores


Esta alegoria pode soar como piada para muitos incautos. Talvez seja, mas o preconceito que nossas elites culturais paraenses alimentam contra o tecnomelody, será que não um pouquinho a ver com o desprezo pelo corpo e pela sensualidade que o excesso apolínio impôs a sua cultura? Será que as manifestações culturais populares, que mais do que em qualquer outro país do mundo, estão arrombando as portas da cultura de massas, não farão do Brasil o palco de uma nova renascença? Será? Hein? Que tal?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Coluna do Timpin no jornal O Liberal (01/02/2011)

É só clicar, ampliar e ler a bagaça.

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