O Rock Nacional Morreu e teve show Sertanejo no Enterro

O sertanejo substituiu o rock como a música consumida pela juventude brasileira. Se esta frase fosse escrita no começo dos anos 90, seria considerada ficção escatológica, mas na atualidade é a mais Pura Realidade.

Exaltasamba Anuncia Pausa na Carreira

Depois de 25 Anos de uma Carreira Brilhante e de Muito Sucesso, o Grupo Exaltasamba anuncia que vai dar uma 'Pausa' na Carreira.

Discoteca Básica - Aviões do Forró Volume 3

O Tempo nunca fez eu te esquecer. A primeira frase da primeira música do Volume 3 do Aviões doForró sintetiza a obra com perfeição: um disco Inesquecível.

Por um Help à Música Sertaneja

Depois de dois anos, João Bosco e Vinicius, de novo conduzidos por Dudu Borges, surgem com mais um trabalho. Só que ao invés de empolgar, como foi o caso de Terremoto, o disco soa indiferente.

Mais uma História Absurda Envolvendo a A3 Entretenimentos

Tudo começou na sexta-feira, quando Flaviane Torres começou uma campanha no Twitter para uma Espécie de flash mob virtual em que os Fãs do Muído deveriam replicar a Tag #ClipSeEuFosseUmGaroto...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Caso Michel Teló: a polêmica e o mistério continuam


Até agora ninguém da produção de Michel Teló se manifestou com relação à nossa postagem sobre o real motivo da separação da antiga formação do grupo Tradição. Da mesma forma, de todos os comentários, tanto aqui, como na reprodução do artigo no portal Yahoo, nenhum em defesa dele foi convincente. Pelo contrário, os comentários mais convincentes são justamente os que confirmam a história que contamos.

Antiga formação do Grupo Tradição: Wagner Pekois (guitarra), Michel Teló (vocais e sanfona), Arapiraka (percussão), Gerson Douglas (sanfona), Anderson Nogueira (bateria) e Carlos Dias (contrabaixo)

Exceção fica por conta do que Anderson Nogueira, baterista da formação antiga, que escreveu o seguinte:

"Os verdadeiros fas do Grupo Tradição, mas prestem atenção na palavra -VERDADEIROS, sabem a real historia e sabem que muita coisa é verdade e muita coisa que está escrito aí  não existe.  Agradeço aos VERDADEIROS FÃS DO TRADIÇÃO que de tão  verdadeiros sabem todas as coisas boas e ruins da carreira do grupo, desde o comeco até a nova formação que é maravilhosa.
E digo mais! 
Os verdadeiros fãs do Grupo Tradição, mas prestem atenção -VERDADEIROS, continuam brigando e apoiando o Grupo Tradição e também brigam e apóiam os antigos integrantes e também apóiam o Michel Teló. Fiquem com Deus, vamos esquecer o passado e seguir nossas vidas, afinal não somos bonecos de pano e nem fantoches. Somos profissionais que em cima ou fora dos palcos estamos tentando fazer o melhor para vocês fãs. Abraços.
Aderson Nogueira"

Um comentário ambíguo e um poco estranho. Algumas coisas na história que contamos seriam verdadeiras, outras não. Mas quais? Outra coisa, quem seriam afinal de contas os "verdeiros fãs do Tradição". Qual seria a acepção da palavra "verdadeiros" neste contextos. Não sei a vocês, mas parece que ainda tem muita coisa mal contada nessa história. Mais esqueletos podem sair deste armário. Ou será que eu estou errado? Vamos analisar a postagem anterior aqui do Cabaré, a entrevista com Gerson Douglas, sanfoneiro da formação anterior do Tradição.

A ambiguidade e a estranheza na matéria atingem níveis dramáticos, como nos seguintes trechos:

Evitando ao máximo “falar mal” do ex-parceiro, Gerson apenas explica o que a maioria dos fãs nunca entendeu. Porque os dois principais nomes do Tradição se separaram?
“Ele é meu irmão. Temos um sentimento puro. Mas as coisas tomaram um rumo bem diferente daquele que a gente tinha combinado”, comenta. Aos poucos ele vai se abrindo por concordar que “até hoje ninguém sabe a verdade sobre o que aconteceu”.

A passagem mais reveladora, a que praticamente confirma que uma história muito cabeluda aconteceu quando a antiga formação se separou, é a seguinte:

Os dois romperam “artisticamente” e hoje Gerson adapta trecho bíblico para falar do futuro. “Tenho de ser esperto como a serpente e manso como a pomba”, comenta ao explicar porque não quer a publicação de nenhuma história mais reveladora sobre os bastidores da crise com Teló. Ele desabafa, depois de muito insistência, em off, mas tenho de fechar a boca conforme prometido.

Insistimos nesse assunto por acreditar que a verdade deve vir à tona, para o bem de todo mundo. Do público, dos fãs e dos próprios artistas. Nada verdadeiramente de bom pode surgir de uma base composta de mentiras. Os envolvidos deveriam se manifestar, resolver as diferenças que maculam seus passados para, aí sim, partirem para novas histórias. Talento todos tem de sobra.

Para fechar a postagem, dois presentes a nossos leitores queridos, a música de trabalho do Trio Violada, novo projeto do sanfoneiro Gerson Douglas e também o disco mais recente da carreira solo do baterista (e agora cantor) Anderson Nogueira.



Para baixar o disco de Anderson Nogueira, CLIQUE AQUI!



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PS.:(1) Para quem está tomando conhecimento da antiga banda de Michel Teló, avisamos que era muito boa e que vale apena baixar os discos dela. Aqui o link pra baixar a DISCOGRAFIA DO GRUPO TRADIÇÃO.

PS.:(2) Colamos aqui os comentários mais relevantes, referentes a postagem sobre a verdadeira história de Michel Teló:



"Quem conhece Teofilo Teló pode imaginar o que passa por trás de assunto. Meu cliente, artista gráfico foi contratado pelos irmãos para criar personagens em quadrinho da banda Tradição. Realizou o trabalho, entregou o seu conteúdo e até hoje não recebeu pelos serviços prestados.

A gravadora Panttanal de propriedade dos dois, realizou alguns projetos culturais para a gravação do CD de Andre Barbosa, artista de acanhado talento,alçado a estrela pelo Faustão. Recebeu os valores do projeto e não entregou os CDS produzidos.

Infelizmente a midia não divulga estas histórias. Espero que um dia a justiça seja feita."

...

"Só faltou falar que persegue ex-funcionários, demite prende a CTPS alega abandono de emprego e quando é acionado, transfere a data da audiência p/ poder mudar o Juri, sonega muito, paga R$ 600,00 na CTPS e um mísero cache de R$ 250 por dia, quando os funcionários pedem aumento, leva o pai e os familiares e alega que o salário mínimo não sobe R$ 50 por ano, vai ver o valor do Show, se alguém fala algo o irmão + novo diz vcs estão conhecendo o mundo e chorando de barriga cheia."

...

"Até que enfim veio a tona a história!"

...

"E o pior é que essa história é toda verdade mesmo. O Michel ferrou com a vida do Tradição e fica aí pagando de bom moço. Na verdade isso que o Timpin contou é só a ponta do iceberg. Agora a verdade tá vindo à tona e isso vai ser bom pra mostrar quem é honesto e quem não é."

...

"Eu acredito que o Michel é uma boa pessoa, tem um coração bom.. O que contamina ele são os irmãos, por sinal são duas cobras, interesseiras... Como o Michel é daquele "familia acima de tudo" ele acaba indo na onda daqueles bostas e chateando muitas pessoas.
Mas essa é uma história muito delicada, onde (eu acredito) somente quem estava lá...quem participou de tudo sabe realmente oque aconteceu..

Agora depois que AQUELE Tradição acabou, tudo mudou.. todos mudaram.. Pode fazer o que for.. mas AQUELE Tradição era único... nunca sera igual (musicalmente falando).. gosto dos meninos da atual formação, mandam muito bem.. vozes lindas!! Mas é diferente DAQUELE Tradição... Que era diferenciado por ter um batidão forte.. vanerão.. coreografias.. ah era lindo.. E tá longe de existir nessa nova formação.. o que vejo é um grupo tocando sertanejo universitário.. Mas de todo coração eu torço pelo sucesso! =)
Concluindo, eu acho mais do que justo essa história vim a tona mesmo.. Todo mundo tem que saber disso! Acabar com aquela história que o Michel saiu para realizar seu grande sonho de carreira solo.. ah me poupe né.. Mas eu acho é que tinha que ferrar mesmo era seus irmãos... como eu disse no inicio.. eu acredito que o Michel tem um coração bom.. eu nao acho que aquele carinho que ele tem com todo mundo seja algo forçado.. o problema são as bostas chamadas Teófilo e Teotonio, esses sim merece tomar no rabo sem dó nem piedade."

...

"Parabéns pela iniciativa de postar algo tão polemico, mas de grande importancia para o povo, as pessoas precisavam saber disso. Admiro muito voce, diferente dos outros blogueiros que conheco que só pagam pau pra eles postam coisas com a intenção de aumentar o ego de michel e cia, voce é diferente, fala das coisas como ela realmente é. Agora é hora do mundo saber da verdade, eu espero. Afinal, aqui se faz aqui se paga!"

...

"Pura e simplesmente VERDADE confiram a entrevista do Gerson ex sanfoneiro e ex amigo, ainda pegou leve http://www.campograndenews.com.br/lado-b/diversao/ex-sanfoneiro-do-tradicao-diz-que-nao-tocaria-mais-com-michel-e-lanca-novo-grupo se não conseguirem abrir copien e cole, outra coisa alguém se lembra do Japonês que não desgrudava dele, o Miyazato pois bem confira se ele faz algum trabalho para ele, muitas outras pessoas próximas se decepcionaram, o cara só pensa em dinheiro.
Quanto as pessoas que pensam que ele é uma vitima dos irmãos, estão equivocados ele sabe de tudo e é conivente, tanto que até a ex-esposa conseguiram tirar ela fora da jogada, e ainda praticamente nomearam outra a tal Ferroza, que atende o perfil (Aceita tudo caladinha) e também o perfil de negócios, esta família eles só pensam em NEGÓCIO$$$, j´prejudicaram muita gente o deles esta vindo a cavalo e a galope ainda vai passar muita água podre por debaixo desta ponte de papel de seda, será que ela vai agüentar?"



Ex-sanfoneiro do Tradição fala de Michel Teló e lança novo grupo


Autora:  Ângela Kempfer
A carreira é tão longa, algumas histórias são tão mal resolvidas, que é melhor ser bem direta depois da entrevista com Gerson Douglas, o ex-sanfoneiro do Tradição. Bem, ele continua com o mesmo corte de cabelo (o dos cachinhos), usa óculos e mora ainda no Jardim Leblon, em Campo Grande.

O filho cresceu, a esposa ainda é Karina (como há 15 anos) e a sanfona continua como principal meio de sustento.
O que mudou, outra vez, foram os parceiros artísticos. Agora ele toca ao lado do violeiro Alessandro Brosolato (um bonitão do interior de SP) e do cantor Denilson Graciano (sargento do Exército). Juntos, lançam no dia 7 de abril o Trio Violada, durante show em Brasilândia.
No dia 18, Gerson reencontrou Michel Teló por acaso, no festival Planeta Universitário, em São Paulo. Como sanfoneiro pronto, que não precisa de qualquer preparação para tocar uma música, Gerson foi indicado para participar do show do português Lucenzo, dono do sucesso Danza Kuduro.
“Eu estava esperando a hora de entrar quando o Michel me viu no canto do palco e me convidou para tocar com ele. Na hora a gente se olhou e eu já introduzi o Barquinho, foi demais. Fiquei muito emocionado. Ele disse que me amava e só falou coisas boas no palco”.
Mas foi apenas um encontro rápido, a relação com o ex-parceiro também foi outra mudança grande dos últimos tempos. Depois de 20 anos tocando juntos, os dois mal conversam hoje em dia. Evitando ao máximo “falar mal” do ex-parceiro, Gerson apenas explica o que a maioria dos fãs nunca entendeu. Porque os dois principais nomes do Tradição se separaram?
“Ele é meu irmão. Temos um sentimento puro. Mas as coisas tomaram um rumo bem diferente daquele que a gente tinha combinado”, comenta. Aos poucos ele vai se abrindo por concordar que “até hoje ninguém sabe a verdade sobre o que aconteceu”.
Apesar do novo projeto e do Trio Violada ser o principal motivo dele ter concordado com a entrevista, Gerson, extremamente humilde e simpático, aceita falar e parece gostar de relembrar os velhos tempos.
O sanfoneiro conheceu Michel Teló ainda no Colégio Dom Bosco. Com o pai paraplégico, depois de um acidente com moto, o rapaz teve de se virar para ganhar dinheiro. “Eu tocava porque precisava, o Michel porque queria”, explica.
Na lida da música de raiz, eles passaram a integrar grupos diferentes, até se encontrarem de novo no Tradição. “O Michel me chamou, 3 meses depois dele entrar no grupo”. Tudo foi lindo durante os 13 anos de fama, mas o futuro juntos acabou quando o loirinho decidiu sair.
O Tradição estava estagnado, sem nenhuma novidade e os problemas internos sobre os investimentose formas de divulgação do grupo incomodavam . As decisões eram tomadas muitas vezes sem a participação de todos os 11 integrantes da sociedade, entre músicos e empresários, o que instalava o tempo ruim. “Eram muitas brigas”, resume.
A família Teló ganhava cada vez mais voz e batia de frente com o empresário Wagner Hidelbrand e assim as coisas foram degringolando.
Um dos momentos de clara mudança de planos dos Teló em relação ao projeto coletivo foi em uma das atualizações do layout do site do grupo. Ao abrir a página, o que aparecia primeiro era “Blog do Michel”.
Sem comunicar nada ao Tradição, Michel anunciou em um programa de TV a carreira solo. “O pai dele disse, chama o Gerson e lá fomos nós. Toquei um ano com o Michel, mas não aguentei”, lembra.
Durante um ano, Gérson conseguiu “aguentar” o papel de coadjuvante, mas a “parceria” com o amigo minguou cada vez mais, também por regras impostas pela família, que administra a carreira de Michel.
O sanfoneiro tinha de respeitar o cantor como a única estrela, o cachê passou a ser como o de qualquer outro, Gerson foi obrigado a ser mais um no palco. Para esclarecer, minha impressão não é de um músico recalcado com o sucesso do amigo. Vejo sim uma pessoa que quer ser um artista mais completo.
“Eu sabia que seria um coadjuvante, mas não pensei que fosse ser desse jeito. Nunca fui só sanfoneiro, gosto de me expressar como artista completo, foi isso que deu certo no Tradição”.
Os dois romperam “artisticamente” e hoje Gerson adapta trecho bíblico para falar do futuro. “Tenho de ser esperto como a serpente e manso como a pomba”, comenta ao explicar porque não quer a publicação de nenhuma história mais reveladora sobre os bastidores da crise com Teló. Ele desabafa, depois de muito insistência, em off, mas tenho de fechar a boca conforme prometido.
Compositor, acostumado a escrever “andando na rua ou no banheiro”, conta, o músico já conseguiu emplacar 3 canções em novelas da Rede Globo e já foi convidado também 3 vezes para retornar ao Tradição. “Tenho um projeto meu e acredito nele”, justifica a recusa.
O hit “Ai se eu te pego”, na voz do ex-parceiro, foi uma surpresa para Gerson, assim como outros sucessos de Michel. “Eu nunca acreditei em Fugidinha, e essa outra música eu até achei que ia estourar, mas nem tanto. Sempre pensei que o Michel seria famoso, mas pensava que só ia chegar perto do Luan Santana, nunca que seria maior. Mas o que me preocupa mesmo é que a fama é da música, não do trabalho do Michel. Já com o Luan é diferente, o cara tem muitas fãs.”
Gerson confessa que “pede a Deus“ para que consiga também fazer “nem que seja só uma musiquinha” que também cole como chiclete e faça o Trio Violada estourar. “Tem de pedir a Deus e ao empresário, né”, reforça o cantor Denilson Graciano, parceiro de Gerson na nova empreitada.
Sobre o fenômeno internacional Michel Teló, Gerson não parece arrependido de largar tudo e investirem um novo grupo. “Se eu estivesse com ele, estaria ganhando um cachê pequeno para ficar até 2 meses longe da família. A única coisa que seria legal era conhecer Roma, Paris, comer salsichão na Alemanha, um sonho que eu tenho. Mas deixa, isso aí eu vou fazer um dia, nem que seja para pagar parcelado”.

PS.: Agradecemos ao leitor Rafael Gomes da Silva por fornecer o link desta entrevista


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Samba ou Pagode? Eis a questão!

Karla Ikeda é a melhor blogueira inerte que eu conheço. Manja muito de pagode, já trabalhou em assessoria de imprensa na área. Pena que ela escreva sobre o assunto tão ocasionalmente. Ontem ela saiu do armário e dissertou sobre a diferença (ela existe, afinal de contas?) entre Samba e Pagode. Reproduzimos aqui seu texto na íntegra. Mas não deixem de acessar seu Blog Ki Comunica, que recomendamos muito.

Karla Ikeda, do blog Ki Comunica, autora do texto abaixo

Estava fuçando uns e-mails antigos e desenterrei esse, que era um texto para ser enviado para o blog BiS da MTV... Tão antigo (2009/2010 acho), mas tão atual que resolvi postá-lo aqui. O que acham?


Já comentei aqui que tenho uns amigos de odeiam pagode, né? Então, foi discutindo com uma amigooooona que me veio a inspiração para esse post! Irei contextualizar:

- Vamos pro pagode, galera?
- Nem morta, Káká... Fui em um enganada no sábado... me falaram que era samba e era um pagode horrível!
- O grupo que tava tocando que era ruim, vou num legal, juro!
- Não tem pagode bom...
- Você tá sendo preconceituosa... Que feio!

Daí, no dia do fatídico pagode, nossa outra amiga foi me buscar em casa e falou que precisava passar na casa dessa com quem discuti porque ela ia também! Fiquei tipo o caminho todo perguntando "Mas ela vai mesmo?! Mentira! Você tem certeza?!" ... Sim, ela tinha certeza e quando a menina entrou no carro começou uma nova discussão:

- Vou beber todas pra aguentar esse pagode viu!
- Para! Você vai gostar!!!!
- Pô! Adoro samba, mas pagode não dá!!!
- ........ (pensando) Tá... mas qual a diferença?
- Ah! Sei lá, pra mim tem um monte de gente em cima do palco é pagode!
- .............................

Desculpem minha ignorância, mas, para mim, samba e pagode é tudo igual (aiii vão chover comentários me xingando)!!! Pra mim é tudo é batucada e "A batucada, a batucada te pegou, meu amor! Firma na palma da mão!!!".

Esses dias li na internet: "Por que o ExaltaSAMBA toca pagode e o Zeca PAGODINHO toca samba?" ... Mas... Quem disse?
Na teoria da minha amiga, o Demônios da Garoa seria pagode (são várias pessoas no palco! pensem!)... E, talvez, muita gente torcesse o nariz para eles, só porque seria pagode... mas torcer o nariz para eles seria meio ridículo, né? São os Demônios da Garoa, afinal!

Tenho impressão que a mídia elege umas pessoas e fala "Isso é samba! Isso é cult! Gostem disso!", normalmente é o pessoal mais velho: Zeca, Demônios, Fundo de Quintal. É aquele pessoal que tem história, que tá na batalha faz tempo, que já existia quando não existia preconceito com o samba. Os jovenzinhos são pagode, salvo exceções como o Dudu Nobre e o Diogo Nogueira, por exemplo, mas a biografia deles explica (Dudu é afilhado de Zeca, Diogo é filho de João Nogueira... E o comentário não foi maldoso não, viu fãs? Gosto dos dois - principalmente do Diogo gatinho pronto falei! - , mas é um fato isso que eu estou falando).

Acho que eles devem fazer isso com os grupos novos porque acham que vai ser só modinha, sabe? Tipo... Já já sai o vocalista para tentar carreira solo e o resto do grupo desanda ou eles se metem em escândalo e acaba o grupo, aquelas coisas que também já comentei na minha apresentação, que até faz sentido as pessoas comentarem, mas que não ter nada a ver super valorizar. Vai ver que, quando os pagodeiros de hoje forem velhinhos, eles virem sambistas e as pessoas parem de torcer o nariz!

Enfim... Eu não sei direito a diferença de samba e pagode... Eu juro que eu queria discursar mais sobre isso, mas não sei! Eu sou meio lesada para esses rótulo... Sei lá a diferença entre rock'n roll, hard core, emocore ou psy, trance, electro... Aliás, para mim, é simplesmente isso: rótulos!!! No final é tudo música!!!

Para mim tem samba/pagode bom e samba/pagode ruim... Aquela história do conjunto: presença de palco, repertório e blá blá blá! Abri essa discussão mesmo para expor minha opinião (ou minha não opinião) e deixar espaço para quem souber a diferença entre samba e pagode e afins vir aqui me explicar... Serei muito grata, inclusive!

Ahhhh!!! E deixa eu contar da tal da minha amiga!!! Bebeu demais mesmo, mas curtiu, viu? E digo mais!!! Cantou os pagodes, dançou e ATÉ xavecou os pagodeiros!

Pronto! Entreguei!!! E fuuuuuuuuui!!!!!

Vou em refugiar no Afeganistão pra não ser assassinada por uma amiga com vergonha de sua vida exposta na web! Mando textos de lá!

Nota 2012: Agora tá na moda colocar música popular (sertanejo, pagode, funk, forró e até technobrega) nas trilhas das novelas... As pessoas têm escutado com menos preconceito ou, talvez, esse preconceito esteja mais velado... Mas aposto que a ainda tem muita gente que pensa como essa minha amiga aí, que ainda é minha amiga. Que não me mandou pro Afeganistão quando eu disse que ia publicar o texto, mas que talvez ainda me mande, visto que, na verdade, na verdade mesmo, ele só está sendo publicado agora... Amiga, te amo!  

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ziriguidum! R.I.P. Aviões do Forró


É o fim de uma era. Foi-se o tempo em que os Aviões do Forró eram os maiores. Foi bom, foi ótimo enquanto durou, mas acabou. Seria melhor ainda se encerrassem as atividades de uma forma digna e nos poupassem de coisas sofríveis como a música "Ziriguidum" que lançaram essa semana. Trata-se da regravação de uma banda baiana chamada Filhos de Jorge. A música em sim não é ruim, acontece que não tem nada a ver com o estilo dos Aviões. Inclusive Xandy parece cantar com uma má vontade suprema. Como se estivesse sendo forçado a fazer isso. O que, dadas as circunstâncias, não é de duvidar.



Ziriguidum é a cerveja de um bolo empastado e indigerível chamado "Promocional de Setembro". Um dos piores promocionais que os Aviões lançaram desde que inauguraram a prática dos promocionais, na primeira metade da década passada. Parece que a A3 Entretenimentos está bagunçada e sem gerência.

Pois vejamos. Estão investindo mundos e fundos no Forró do Muído. Por um lado estão fazendo a coisa certa, Márcia Felipe manda bem e tem sua estrela, Rod Bala tem talento de sobra (e ainda não inteiramente explorado, diga-se de passagem) como produtor e a idéia de cinco backing vocals que dançam é genial. O problema é o nome, a marca Forró do Muído. Por mais que façam e aconteçam, pro resto da vida o público vai associar o nome a Binha Cardoso, Simone e Simaria. Se fechassem o Muído e montassem uma nova banda, aí a coisa poderia rolar. E rolar bem. Do jeito que estão fazendo, é jogar dinheiro no lixo.

Enquanto isso, as atuais duas melhores bandas da empresa não são devidamente trabalhadas. Solteirões do Forró e Forró dos Plays estão azeitadíssimos. Isaias tem uma galinha dos ovos de ouro nas mãos e não se atenta a isso. Doindim de Mossoró, vocalista dos Plays é um astro em potencial. O cara é uma galinha, um frangote de ouro que tem talento, carisma e boa pinta pra se tornar um astro. Um Solteirões repaginado para uma pegada pé de serra ou de vaquejada também teria boas chances, Zé Cantor e Taty Girl tem cacife pra isso.

Mas não. Parece que depois que André Camurça e Zequinha Aristides saíram da A3, a impressão que se tem é que Isaias cercou-se de puxa sacos sem um pingo de visão artística e de mercado. É uma decisão estratégica errada atrás de outra. Por enquanto ainda tem dinheiro no caixa para bancar sua insanidade. Quero ver quando tudo acabar. O melhor seria aterrissar este Avião antes que se espatife no chão ou pior, que seja obrigado a fazer um deprimente pouso forçado na região semi-árida do Vale do Pajeú.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Confusão no Cafofo de Pith Batidão ou Arranca Rabo depois do programa A Liga, sobre tecnobrega


Semana passada foi ao pela TV Bandeirantes o programa A Liga sobre tecnobrega. Os destaques foram Gaby Amarantos e Gang do Eletro. Era tudo o que o pessoal de Belém queria, que o tecnobrega fosse divulgado em rede nacional. Mas não foi bem isso o que aconteceu. Muita gente não gostou da maneira como tudo foi apresentado. Em seu perfil no Facebook, o Dj Pith Batidão externou sua opinião e com isso, catalizou uma série de desabafos de outros belenenses nos comentários. As palavras de Pith Batidão foram as seguintes:

"Minha opinião sobre o programa é a seguinte. Eles agiram o tempo todo como se a tremidinha, o treme, o passinho, o piripaque e etc fossem um ritmo. Como meu amigo Joe Benassi falou uma vez, isso não é um ritmo, isso é uma dança. Deu a entender que aqui no Pará só toca Gang do Eletro e Marlon Branco. Eu não tenho nada contra eles, até porque são meus amigos, acho que faltou ao programa mostrar outros tipos de tecnomelodys, que apesar de serem versões de músicas internacionais, são as músicas que realmente predominam aqui em Belém e no resto do Pará. Vou dar exemplos de algumas bandas: AR-15, Os Brothers, M-Synck, Anjos do Melody, Bruno e Trio, Banda 007, Estrela do Melody, Kalango, Os Karinhas, Companhia do Tecno, New Melody e muitas outras". (Pith Batidão)

Pith Batidão, músico e produtores de tecnomelody

Várias pessoas concordaram com as palavras de Pith Batidão. Mais de oitenta pessoas curtiram a publicação e os comentários superaram as duas centenas. Do coro dos descontentes, o mais exaltado foi Joe Benassi. Suas palavras saíram carregadas de um certo revolta incontida:

"...só fico triste que os "bola da vez" não tenham a minima consideração, lealdade, bom senso, escrúpulo, de orientar a produção do tal programa, pra que fosse feito um documentário claro, transparente, real e acima de tudo íntegro...  Mas por outro lado ate que não foi tão ruim, serve pra baixar a bola de uma meia duzia que se acha a nobresa do techno melody se achando superior as bandas que eles excluirm forçadamente do techno melody para o que eles deram um titulo novo chamado Tremidinha." (Joe Benassi)

David Sampler e Joe Benassi

Sua revolta no entanto é compreensível. Afinal de conta lá estava a Gang do Eletro sob os holofotes, aclamada pelo seu inovador eletromelody (o tecnomelody padrão do Pará, mais acelerado e mais pesado, devido à mistura com eletrohouse europeu) e ele foi o criador da mistura, juntamente com o cantor Marcos Maderito. Contigências do destino fizeram com que os dois seguissem caminhos diferentes. Hoje Joe está na batalha com sua Techno Machine junto com David Sampler e talento pra chegar onde a Gang do Eletro está chegando, tem de sobra.

Waldo Squash, hoje o maestro da Gang do Eletro, é um cara extremamente diplomata, centrado e de bom senso. Quando a fogueira estava queimando no tópico de Pith Batidão, apareceu para esclarecer as coisas. A declaração de Waldo foi a seguinte:

 "Amigos, isso é só o primeiro passo para o crescimento real da cena, essa não foi a primeira e nem será a ultima reportagem que será feita aqui. O mercado musical tem espaço para todo mundo, basta ter paciência e trabalhar duro. Não sei se vocês perceberam, mas já tem uns 5 meses que a Gang do Eletro não grava musivas novas. Isso é por que estamos trabalhando duro fora do estado, tentando vender o som que agente faz.Mas esse trabalho não é pra exaltar somente a Gang do eletro, e sim a todos que trabalham o mesmo Gênero musical. 

Os meninos da banda UÓ tem um publico muito grande dentro do brasil e estão ajudando a espalhar o rítmo. Sair da sua terra e tentar conquistar novos amantes desse tipo de musica não é fácil, em todo lugar tem uma cena musical que é muito diferente do que vivemos em Belém, o som daqui soa estranho no ouvido das pessoas fora. Mas vamos chegar lá com ajuda de todos, queríamos poder colocar todas as bandas dentro da matéria, tanto que convidamos os meninos da ARK para a gravação no dia do SUPERPOP, mas isso fica a critérios dos editores, eles vieram aqui e nós levamos eles nas festas do Tupinambá, SuperPop, Badalasom... não levamos em mais por que Mega Principe e Rubi não estavam tocando em Belém no final de semana em que eles estavam gravando. Mas em fim, vamos nos ajudar que a coisa anda, minha gente!" (Waldo Squash)

Dj Waldo Squash

Com a declaração de Waldo Squash ficou claro que todos os deslizes da matéria são única e exclusivamente de responsabilidade da produção da matéria. O motivo pelo qual estou contextualizando aqui os principais comentários, é que eles são reveladores de uma característica muito forte que tenho notado nos artistas paraenses, principalmente os da cena do tecnobrega: a desunião e uma aparentemente indestrutível rede de intrigas. É raro encontrar alguém - e o Waldo é um desses raros alguéns - que não fale mal de outro alguém. É isso que prejudica o movimento e que praticamente inviabiliza a coisa toda na forma de um movimento. Pra finalizar, colo aqui o meu depoimento na discussão, que mais ou menos sintetiza o que eu penso a respeito:

"Em primeiro lugar, temos que parar com essa mania de achar que uma reportagem, principalmente feita por alguém de fora, vá dar conta de toda a diversidade musical local. Isso é impossível, ou os caras mantém um foco ou o telespectador não vai entender nada. 

Em segundo lugar é essa desunião. O tecnomelody é um ritmo consolidado, mas está muito longe de ser um movimento. Como ritmo, o tecnomelody não conseguirá estourar nacionalmente. Pode uma banda ou um artista, que é mais ou menos o que está acontecendo com a Gaby Amarantos e com a Gang do Eletro. 

Acompanho a cena de perto já fazem quatro anos e tenho percebido um padrão: todos esperam que o tecnomelody estoure, mas como não há um movimento, como disse, isso nunca vai acontecer. Ou as pessoas esquecem o "estouro" e se concentram em "trabalho contínuo em harmonia" ou vai ficar por isso mesmo por mais quatro anos. 

A coisa vai mudar no dia em quer surgir alguém com carisma e poder de liderança pra superar todos os rancores que, como pude observar, quase todo mundo tem contra quase todo mundo. Até lá, nos resta torcer e que cada um faça uma análise de sua própria consciência. " (Timpin)

Timpin, cafetão desta espelunca que ele chama de Cabaret


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O contraponto da onda retrô, em reação à modernização da Musica Pop Brasileira


Toda a ação, gera uma reação. Enquanto a MPB tradicional segue em estado de catatonia, sempre à espera de um novo gênio que revigore o gênero, a música verdadeiramente popular passou por um processo de modernização sem precedentes nos últimos anos. As razões são diversas, desde o barateamento do equipamento de gravação, até as facilidades de distribuição e difusão proporcionada pela Internet e as redes sociais.
Em Belém do Pará, Edilson Moreno & Marcos Maderito, cantor da Gang do Eletro, representam bem o amigável convívio entre duas gerações.

Desde o tecnobrega da Região Norte, até o vanerão do Rio Grande do Sul, abrangendo tudo o que se encontra no caminho entre esses dois polos, todos os gêneros foram profundamente renovados. Forró, brega, axé, swingueira, arrocha, funk, lambadão, sertanejo, pagode, todos os gêneros deram passos gigantescos para se modernizarem e se assumirem como a nova música pop brasileira. Essa foi a ação. A reação está se dando numa volta ao passado, um sentimento de nostalgia que faz com que o público de volte para os sucessos de passado. A onda dos revivals chega com tudo entre os gêneros populares.

No Norte a onda agora é o tal do FlashBrega e a profusão de coletâneas intituladas Melodys Marcantes, lembrando sempre que por lá o tecnobrega é chamado tecnomelody. O curioso é que os detratores, quando o ritmo estourou, falavam que eram músicas extremamente descartáveis, que nunca fariam parte de um passado, que seriam varridas para o latão de lixo da história. Mais uma vez está comprovado que os pessimistas são péssimos profetas.

Já no nordeste, a onda retrô consolidou-se no Movimento Forró das Antigas. Capitaneado pela trinca Mastruz com Leite, Limão com Mel e Magníficos, o movimento reúne as três bandas (às vezes com outras mais) em um único show e tem obtido lotação máxima por onde quer que se apresente. Trata-se de uma reação ao "forró elétrico" que se disseminou depois do sucesso dos Aviões do Forró, onde as letras românticas não são prioridade. O próprio retorno ao sucesso de Toca do Vale é um reflexo dessa tendência de reviver o passado.
Toca do Vale voltou às paradas de sucesso com a regravação de "Carangueijo", do cantor Latino.

Dois estados do Nordeste representam polos criativos importantes: Pernambuco e Bahia. Em Pernambuco o caldeirão criativo está fervendo. De um lado a invasão dos MCs com sua mistura de brega com funk, swingueira e calypso: Sheldon & Boco, Metal & Cego, Afala & Case, dentre outros. De outro, a geração que cresceu escutando Banda Calypso (que verdade seja dita, apesar de ser paraense, foi em Pernambuco que estourou) e que agora montou suas próprias bandas e criou uma das cenas mais produtivas do país: Banda Kitara, Banda Metade, Musa do Calypso, Pank Brega, Boa Toda, mais dezenas de bandas. O MCs apontam para o futuro, as bandas bregas reciclam o passado. O legal de Pernambuco é que todas essas tendências vivem em harmonia, apresentam-se juntos e a concorrência é sadia. E de cereja do bolo, ainda temos o sambista mais inovador do Brasil na atualidade, João do Morro.

A Bahia por outro lado vive um impasse. A privatização do carnaval estruturado nas micaretas, agravado pelo surgimento de um monopólio, secou vivacidade do axé. Este ano nem Ivete Sangalo e Cláudia Leitte conseguiram emplacar um sucesso incontestável. Não fosse a Oito7nove4 com "Se não puder voar", o carnaval teria passado batido sem nenhum hit arrasa-quarteira.

A Swingueira (ou pagode baiano ou ainda, quebradeira, não existe um rótulo único) poderia e teria condições de substituir o axé como carro-chefe da música local, mas as elites ainda não vêem o ritmo com bons olhos e com raras exceções, como Harmonia do Samba por exemplo, ainda ficam em segundo plano na mídia, apesar do imenso sucesso popular. Mas mesmo na Swingueira, depois dos trabalhos revolucionários do Psirico e do Edcity, já se nota a proliferação de "coletâneas de relíquias" do passado nas redes sociais.

Capa do novo disco "Isso é que é favela" do cantor de Swingueira Edcity. É sua pegada moderna e revolucionária que puxa o contra-ponto saudosista das "coletâneas de relíquias"

O arrocha é um fenômeno mais complexo. Multifacetado, caótico e completamente ignorado pela crítica cultural, usa essa liberdade não vigiada para atirar em todas as direções e acertar quase todo mundo. Nota-se influência do arrocha na música sertaneja, no forró, na vanera gaúcha, no brega, no vanerão gaúcho e no tecnobrega. Não dá pra se dizer se existe onde nostálgica por que o arrocha nunca deixou de viver e reviver o passado.

No funk carioca temos dois cabeças de área na onda retrô: Mc Coringa e Mc Chocolate. A exemplo do arrocha, o funk é outro ritmo desprezado pela crítica e que apesar de disso, contamina outros ritmos. E também a exemplo do tecnobrega, todos diziam que no futuro o funk não teria um passado e que seria totalmente esquecido, pelo fato de ser descartável. Mais um erro do conservadorismo.

Depois de um 2011 de ressaca criativa, o pagode voltou para as paradas com os cariocas virando o jogo pra cima dos paulistas. Embora muito sutil, essa invasão carioca não deixa de representar uma releitura do passado, pois os cariocas nunca abandonaram por completo sua pegada fundo de quintal e partido alto. Bandas como Bom Gosto, Turma do Pagode e Pike Novo não recriaram o pagode a partir da sonoridade antiga, mas prosseguiram de onde os paulistas pararam. O fim das atividades do Exaltasamba e os primeiros discos solo de Thiaguinho e Péricles são a comprovação definitiva dessa tendência.

Péricles, depois do fim do Exaltasamba, estréia solo com um disco de pegada retrô.

No atualmente multimilionário segmento da música sertaneja a onda nostálgica vive ainda como uma latência, como uma oportunidade ainda não explorada. Artistas que poderiam explorar essa tendência, como Gusttavo Lima por exemplo, lançam single após single fazendo uso de fórmulas prontas unicamente para encher o bolso de seus empresários. No entanto, correndo por fora dos holofotes da mídia, nomes como João Carreiro & Capataz e Eduardo Costa, consolidam um público fiel e tem seus shows sempre lotado.

Finalmente chegamos ao insular Rio Grande do Sul, provavelmente o Estado mais isolado da federação. Apesar do Tchê Garotos ter emplacado uma música na novela Avenida Brasil da Rede Globo, são poucas as bandas que se sobressaem no resto do país. Também lá, muitos artistas tem voltado seu som para uma pegada mais tradicionalista, para poderem voltar a tocar nos CTGs (Centros de Tradição Gaúcho), que proíbem expressamente qualquer modernice.

Com tudo isso não estamos querendo dizer que o processo de modernização vai acabar e que uma grande volta ao passado irá ocorrer. Muito pelo contrário, esse sentimento nostálgico é a prova definitiva de que a modernização é definitiva. Os conservadores continuam esbrabejando que a música brasileira está perdendo sua essência e sua qualidade com isso, mas a história comprovou, com inumeráveis exemplos, que eles sempre estiveram errados.

Com o Brasil cada vez mais na moda no resto do mundo, não seria um delírio insano arriscar que o Brasil está grávido da nova música pop planetária. É só esperar pela Copa do Munda e pelas Olimpíadas para que o resto mundo saber que Michel Teló e "Ai se eu pego" é apenas uma lasquinha de gelo que se desprendeu da ponta de um iceberg gigantesco.

sábado, 13 de outubro de 2012

TimTim por Timpin - Macumbas&Maioneses

E para esta noite de sábado, apresentamos a nossos frequentadores, mais um empreendimento deste cafetão que vos escreve. Estou agora tocando um blog pessoal, onde abordo outros assuntos além de música. Já tem duas postagens, onde conto as desventuras de meu relacionamento afetivo mais recente. A série já conta com dois capítulos. Quem se interessar, basta clicar nos dois links abaixo.

Macumbas&Maioneses - parte 1

Macumbas&Maioneses - parte 2

Aguardem o desenrolar da história, estilo melodrama mexicano.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A verdadeira (e sórdida) história de Michel Teló


Semana passada Michel Teló foi pra mídia reclamar que o Minc se recusou a ajudá-lo em um documentário, através da Lei Rouanet. O cantor queria um milhão e trezentos do governo (entenda-se, do povo que paga os impostos que sustentam o governo) para documentar seus passeios pela Europa, na esteira do sucesso de "Ai se eu te pego" que, diga-se de passagem, tem sua autoria até hoje contestada na justiça.


Na entrevista ao Universo Sertanejo (clique aqui) ele não consegue deixar de transparecer sua arrogância. Declarou que com seu infame hit levou "...o nome do país pra fora, o país voltou a ser notícia por algo de cultura". E mais. Questionado sobre a regravação não autorizada de "Bará Berê", que era música de trabalho do cantor Leo Rodriguez, insinuou que ela será trabalhada apenas no exterior e que isso o isenta de se preocupar com detalhes bestas, como direitos autorais. E ainda chamou Leo Rodriguez de mentiroso, dizendo que a música nem dele é!

A questão é que Michel Teló pousa de mocinho e de mocinho ele não tem nada. Quer desmascarar esse pulha? Pergunta pra ele qual foi a verdadeira história de sua saída de sua antiga banda, o grupo Tradição, do Mato Grosso do Sul. Peça para Michel Teló explicar porque a banda se dilacerou, com todos os membros, que tocavam juntos a anos, partindo cada um para lado. Essa história nunca foi bem contada. Aliás, essa história nunca foi contada, apesar de que todo mundo que trabalha nos bastidores do mercado sertanejo saiba. Mas o público e os fãs não sabem. Por isso este cabaret vai trazê-la à tona.

Tudo começou em 2008, quando o grupo Tradição estava finalizando seu DVD Micareta Sertaneja 2. O anterior tinha rendido um disco de ouro e uma apresentação no Domingão do Faustão. Tinha tudo para não só repetir a dose como ainda apresentá-los para o resto do Brasil, já que seu sucesso ainda era regional. Ocorre que quando tudo já estava pronto, inclusive a arte final do DVD, Michel e seu seu irmão Teófilo Teló, disseram que as oito músicas que estavam registradas na editora Panttanal, que era deles, só seriam liberadas mediante ao pagamento de uma pequena fortuna por cada uma. Valores absurdos, completamente acima do valor do mercado.

Naturalmente a banda declinou da proposta, alegando que se fosse o caso, excluiriam as tais oito músicas e seguiriam em frente. Então os dois rebateram: se fosse feito assim, os direitos de uso das imagens do cantor não seriam liberados. O que se seguiu foi uma discussão que, segundo fontes seguras, chegou às vias de fato. Em seguida foi convocada uma entrevista coletiva em que Michel Teló anunciou sua carreira solo, tranquilizando os fãs de que compriria a agenda de shows já vendidos, permanecendo na banda por seis meses. Isso depois de cantar na banda a mais de dez anos. Ele foi descoberto pelos empresários do Tradição quando ainda era adolescente.

Durante meio ano a banda se apresentou por toda a região Sul e Centroeste disfarçando nos palcos o clima horrível que imperava nos bastidores. Chegou agosto de 2009, Michel desligou-se da banda, levou debaixo do palco toda a estrutura de palco e ainda estreou solo usando nos cartazes de divulgação a expressão Micareta Sertaneja. Deixou pra trás uma banda falida e despedaçada. Todos os outros membros saíram, como exceção do guitarrista Wagner Pekois que insistiu em tentar o que na época era considerado por todos uma louca utopia, recomeçar do zero.

E foi o que ele fez. Inicialmente viajou ao Rio Grande do Sul e em Ijuí recrutou os irmão Guilherme e Leonardo Bertoldo, cantor e baterista do grupo Os 4 Gaudérios, respectivamente. Da banda sul matogrossense Zíngaro contratou o sanfoneiro Jefferson Villava, o baixista Leandro Azevedo e o percussionista Marcio Pereira. Formação nova, gravaram o disco "Caixinha de Surpresas" e caíram na estrada por dois anos até adquirirem a sinergia e a verba necessárias para a gravação de um novo DVD.

O DVD "Tô de férias", lançado independente, acabou sendo um dos melhores lançamentos sertanejos de 2010, apesar da baixa repercussão que teve na mídia. E assim o Tradição continua na batalha até hoje. Recentemente lançaram um single de sucesso, chamado "Ui adoro" que, apesar não tocar nas rádios, já teve mais de um milhão de downloads, que os levaram a gravar o clipe que vocês podem assistir abaixo.



Só que a lei do karma ruim é implacável, a música "Ai se eu te pego" pode estar tocando no planeta inteiro, mas o "sucesso" de Michel Teló é uma bolha, uma mera ilusão porque ele não tem fãs. Ao contrário da maioria dos cantores e saem de suas bandas e se lançam em carreira solo, os fãs do Tradição não migraram para o lado do cantor, muito pelo contrário, permaneceram ainda mais fiéis à banda, sendo praticamente uma extensão do departamento de divulgação. Enquanto a preocupação de Michel é ganhar mais e mais dinheiro, o Tradição segue apostando na construção de uma carreira artística de qualidade.

O dia em que algum empresário visionário resolver investir no Tradição, o Brasil irá conhecer um dos melhores shows da atualidade. Se no momento Michel Teló é um dos artistas mais saturados do país, certamente o Tradição é o segredo mais bem guardado. Quem vai entrar na história como o mocinho e quem vai entrar como o bandido, só o futuro dirá. Mas não é muito difícil de adivinhar.

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