quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um olhar sobre a Música Original Brasileira

Após intensas e acaloradas discussões, consegui que os editores do jornal O Liberal autorizassem a publicação, neste distinto cabaré, das colunas que escrevo para o supracitado jornal. Apresento para vocês então, minha primeira coluna. Trata-se de uma breve apresentação e um resumo do que penso sobre a música brasileira.

De noite ou no máximo amanhã posto a segunda coluna.

Em tempo: fui autorizado a comprar briga com um povinho mala de Belém na terceira coluna. Ela sairá no sábado.


Um olhar sobre a Música Original Brasileira




Olá pessoal! É com muito orgulho que inauguro aqui minha coluna semanal neste jornal. Antes de mais nada, uma breve apresentação. O leitor deve estar se perguntando – quem é Timpin? A resposta poderia ser algo como:

Um cara aí, surgido das profundezas do nada e que, numa tarde de sábado, tomando cerveja e escutando Tchê Garotos, Fernando & Sorocaba e Aviões do Forró, bateu os olhos na capa do livro Além do Bem e do Mal, de Friedrich Nietzsche e teve uma epifania: "Será que existiam mais pessoas como ele, que escutavam ritmos verdadeiramente populares e que gostassem de ler?"

Como de resto a maiora das epifanias, a minha também foi seguida por uma cabulosa rede de sincronicidades, como se um gatilho tivesse sido apertado.

Na segunda-feira, ao chegar no trabalho e acessar o blog do jornalista André Forastieri, lá estava o texto noticiando que ele havia sido contratado pela MTV para tocar um novo blog musical. E esse blog, segundo ele, seria criado pela multidão e quem apresentasse uma proposta bacana, teria seu espaço. Apresentei a proposta de uma coluna semanal falando sobre ritmos populares de maneira respeitosa, como se fosse música pop como qualquer outra. Ganhei meu espaço e desde abril do ano passado estou, fazendo alguns barulhos, escrevendo sobre o que gosto, conhecendo certos amigos e escolhendo os inimigos certos. E me divertindo muito, naturalmente.

Minha aproximação com a música do Pará se deu inicialmente com a admiração pelo trabalho da banda Calypso e se efetuou em definitivo com minha indignação diante da apropriação indevida do Tecnomelody por parte dos baianos da banda Djavú. Passei alguns meses investigando o caso, fazendo muitos telefonemas e preparando uma matéria que denunciasse o caso.

Em dezembo do ano passado concluí minhas investigações e publiquei no blog BiS MTV a reportagem Watergate do Tecnobrega. Mas não me limitei a isso. Fiz divesas ligações para diversos jornais para que o caso repercutisse. Foi assim que acabei conhecendo a produtora Meg Martins, que me conseguiu esse espaço no jornal O Liberal.

Aqui o leitor se informará sobre o que o povo brasileiro anda produzindo em termos de música originalmente brasileira. Desde o principio, fui motivado pela percepção de que os ritmos verdadeiramente populares, como o brega, forró, axé, pagode ou sertanejo, não recebiam a mesma atenção e repeito por parte da crítica cultural como por exemplo, o samba, a bossa nova e a MPB, que venhamos e convenhamos, de popular não tem nada.

Vivemos num país com uma riqueza musical sem par no planeta e essa riqueza é desprezada pela crítica cultural como uma coisa menor, fruto de um povo brejeiro. Isso só acontece aqui. Pegue-se como exemplo um país como os Estados Unidos, eles pegaram o blues dos pretos - e olhe que eles eram e são mais racistas que nós! - e transformaram no rock n' roll. Por lá a música popular é folk, aqui no Brasil não é nada, não exite sequer um termo que englobe e contextualize gêneros como o forró, o calypso e o sertanejo.

Eu costumo chamar de Música Original Braileira, numa clara oposição a Música Popular Brasileira, um rótulo que com os anos ficou vazio de significado e numa tentativa quase quixotesca de mudar a mentalidade de nossas elites culturais. Claro que não vou mudar o mundo com uma coluna semanal. Mas pelo menos, quero que pessoas como eu, tenham possilidade de ler artigos escritos com empenho e seriedade sobre seus artistas preferidos.

O estado do Pará já presenteou o Brasil com a Lambada, com o trabalho sensacional da Banda Calypso e está na eminência de exportar um novo ritmo, o Tecnomelody. Esta coluna se propõe a informar o leitor sobre esses e demais gêneros populares. Um forte abraço e até a semana que vem

0 comentários:

Postar um comentário

Solta o verbo!

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More