quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ivonete - A Recepcionista Estressada

Ontem dei uma folga nas baladas, porque depois de quatro noites de muita esbórnia, já estava no farelo do caco, uma sombra de tudo aquilo que eu era ao chegar em São Paulo. Já logo na primeira noite encarei um maratona de três show em três locais diferentes, junto com os malucos do Bonde dos Playboys e exercendo a dupla função de blogueiro e roadie. E vou te dizer, pense numa caixa de pedaleira pesada que só a porra que o guitarrista da costa oca Rodrigo usa... Fora a armação de alumínio do sócio-fundador da banda, o tecladista Sidney.


Mas não posso negar que minha estadia por aqui está sendo divertida. Instalei um escritório na mesinha do café na recepção e toda vez que bate um mínimo resquício de tédio, apelo para a recepcionista Ivonete. A coitada já está em vias de pedir a conta de tanto que torro a paciência dela. Volta e meia ligo minha caixinha de som portátil e recarregável, dou play numa moda de viola ou num brega rasgado, me viro pra ela e:

- Ivonete, tá muito ocupada?
- Porque?
- Quer dançar essa música comigo?

Teve uma tarde, se não me engano no domingo, que cheguei pra ela e pedi assim: "Ivonete, minha linda, me consegue uma tesoura emprestada?" Ela nem se mexeu na cadeira, apenas olhou pro gerente, deu um suspiro profundo e falou assim: "É assim desse jeito o dia inteiro..."

Outro dia pedi pra ela guardar minha garrafinha dágua na geladeira pra sair e comprar cigarros. Quando voltei e peguei a garrafinha de volta ela tinha colado um papel com durex e o numero do meu quarto: 302. Daí falei: "Porra Ivonete! Pq vc fez isso?! Tá parecendo exame de urina, como que eu vou tomar isso??" Juro que pensei que ela iria pular o balcão e esganar minha jugular. Foi por pouco!

Mas o ápice foi na manhã de terça-feira. Na noite anterior eu tinha conhecido a dançarina Cally Mell da banda Djavú e, como estava mais feliz que urubu em carcaça jegue atropelado em BR, tive uma crise de camaradagem e emprestei meu quarto pro baixista do Bonde dos Playsboys Ermínio Félix traçar uma polaca que ele tinha arrastado do show.

Ocorre que o viadinho deu sei lá quantas uma atrás da outra e quase que eu crio raiz, sentado no corredor ao lado da porta da alcova esperando os gritos e gemidos cessarem e fuçando no meu Facebook. E isso só aconteceu quando o dia estava amanhecendo e meu notebook descarregando. Não deixei barato na hora de dar um chutão na porta pra expulsar o casal. Se Erninho estava engatinhando uma saideira, deve ter brochado na hora. Quando caí na cama, mergulhei num sono profundo.

Acordei meio dia com mais chutes na porta, desta vez era os caras do Bonde, me acordando para se despedirem de mim, pois estavam picando a jega devolta pra Bahia. Ainda zonzo e sem saber nem direito onde estava e que porra de barulho era aquele. Enfiei a chave na porta e girei trêmulo e a bosta da chave quebrou dentro do ferrolho. E eu estava ferrado, preso dentro do próprio quarto.

Bateu o desespero e enquanto ouvia as gargalhadas dos meninos do Bonde do outro lado da porta, gritava desesperado:

- Socorro Ivonete!! Me tira desta merda que eu estou preso!!

Foi uma confusão dos diabos, os funcionários do hotel não achavam a chave reserva e tiveram que chamar um chaveiro para me libertar. Quando abriram a porta eu já tinha fumado o resto da carteira de cigarros e estava com a boca seca e os olhos esbugalhados, quase em estado de choque. Ainda tive que aturar Ivonete cagando na minha cabeça. Fechei os olhos e me consentrei no mantra: "Eu não estou aqui e isto não está acontecendo. Eu não estou aqui e isto não está acontecendo. Eu não estou aqui..."

Fora estes contratempos pontuais, a gente até que se dá bem. Muito embora eu jamais perdoarei esta mala por não ter me alertado que o preço da lata de cerveja que ela vende no balcão da recepção. É R$4,00 ao invés dos R$2,00 que eu havia intuido, ou seja, estou devendo o dobro do que havia orçado. Foi agora a pouco que só por curiosidade perguntei a ela a quantas andava minha conta. Descobri estarrecido que já está em duzentos e lá vai cacetada reais.

Das duas, somente uma vou conseguir realizar: ou pago a conta ou a viagem de volta pra Curitiba. Mas pra tudo tem uma solução e a minha será dar a bunda na Crackolândia (que é onde o hotel fica) assim que cair a noite e o comércio fechar...

5 comentários:

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk demais

kkkkkkkk, essas resenhas de timpas é foda!
Rir de mais lendo.

kkkakkakkakakaa kaba fuleiro vum!!!

kKKKKKKKKKKKK

Precisava entregar o rapaz assim...detalhadamente com nome.. emprestei meu quarto pro baixista do Bonde dos Playsboys Ermínio Félix traçar uma polaca que ele tinha arrastado do show.

Adoreiii a concentração do mantra "Eu não estou aqui e isto não está acontecendo. Eu não estou aqui e isto não está acontecendo. Eu não estou aqui..."

Precisooo muitooo prtaicar isso..

ah na hr q vc saiu do guardo com os olhos arregalados era p/ meninos do Bonde estarem gravandooooo.... rsrsrrss

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