terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cally Mell - A Dançarina que caiu do céu

A teia de sincronicidade que caiu do céu em cima de minha pessoa continua bombando. Quando vim para São Paulo não tinha nenhuma pauta definida, a idéia seria fazer matérias na base do improviso gonzo.


Depois de vários contatos mijarem pra trás, acabei recorrendo ao meu amigo Dênis, da BYA Eventos. Camarada que é, me conseguiu um hotel no centro de São Paulo e me comunicou que uma banda de arrocha nova estava fazendo uma temporada de shows na capital paulista e perguntou se eu não estava afim de cobrir. Pergunta besta, lógico que queria.

Foi assim que conheci o pessoal da Bonde dos Playboys e o moleque do Bonde do Serrote do post anterior. Mas não só. Depois de uma sesta revigorante, desci para a recepção e ao sair do hotel dei de cara com o ônibus da Banda Djavú. Eles estavam hospedados no mesmo hotel!

Os frequentadores veteranos deste Cabaret sabem que a dois anos atrás eu derrubei o cesebre deles através do Watergate do Tecnobrega. Inclusive troquei insultos com o cantor Geandson Rios via telefone. Mas como não devo nada a ninguém e não tenho medo de corno nenhum, acabei abordando o cantor e me apresentando. No final acabamos ficando amigos de cagar de porta aberta e até uma consultoria de uso do facebook dei pro cara, enquanto estávamos sentados em uma poltorna na recepção, já que a wireless tabaca do hotel só pegava no térreo.

Justamente por esse motivo, acabei desapropriando a mesinha das térmicas de café, locando um tamborete preto de plástico e montando uma filial do escritório do Cabaret na recepção. Muito mais divertido do que ficar solitário num quarto de ventilador de teto. Em poucos minutos já estava entrosado com os meninos da banda e com a recepcionista estressada Ivonete, a mulher que pega ar facinho com minhas traquinagens. Só que vou pular alguns eventos cronológicos para chegar ao ponto que quero abordar neste post. Uma pessoa muito especial que conheci e que me devolveu um pouco da fé na humanidade que tinha perdido neste 2011 que tanto me fudeu.

Foi na manhã de segunda-feira. O show do Bonde dos Playboys havia acabado mais cedo na noite anterior e por razões inescrutáveis acordei oito da manhã bem disposto e sem ressaca. Liguei o notebook na filial do Cabaret na recepção e começei a conferir o que havia rolado nas redes sociais. As dançarinas da Banda Djavu desfilavam seus traseiros esculturais para lá e para cá, ignorando por completo a minha presença no ambiente. Resolvi então chamar a atenção ligando minha caixinha de som e dando um play na "Puta que o pariu" do Trio da Huanna. Foi batata, na hora uma moreninha que estava sentanda na poltrona ao lado conversando com um carinha com fardamento de motorista de ônibus se manifestou.

- Ei! Isso é Trio da Huanna, fui num show deles em Salvador na sexta passada!
- Massa, né?
- Demais! Você passa essa música pra memória de meu celular?
- Só se for agora!

Quinze minutos depois já estava entupindo o pen drive do motorista (era um primo dela, não se viam a um tempão e que estava dando um nó no trampo para ver a parente adorada) com meu repertório de arrochas, funks, bregas, forrós, sertanejos, etc e vinte e cinco minutos depois ela já tinha buscado seu notebook branco do quarto e estávamos nos adicionando, seguindo e o caralho de asas em todas as redes sociais possíveis e imagináveis. Foi empatia à primeira vista.

- Eita mulher, tú é muito mais bonita nas fotos do que ao vivo!
- É que estou toda amassada porque cheguei do show e nem dormi. Depois eu subo no quarto pra me arrumar pra fazer umas compras na 25 de março e tu vai ver que dou pra um caldo
- Humm, duvido muito, mas...
- Ei, tô vendo aqui seu Twitter, você conhece a Aila Menezes?
- Sim, eu era fã da Groove de Saia que ela tinha antes.
- Pois é, agora ela tá cantando na Raghatoni
- Tá, agora pára de falar merda e sobe pra tentar consertar essa tua cútis malacabada...

E lá foi ela se arrumar enquando eu me gabava com os meninos do Bonde dos Playboys acerca de minha bem sucedida abordagem de uma das dançarinas da Djavu, enquanto eles permenaciam só olhando, como cara de vira-latas pidões. E foi mostrando as fotos do perfil do Twitter dela para os moleques, que recebi uma cutucada no ombro. Era ela.

- Fuçando no meu Twitter, hein?!
- Putz!!

E lá foi o Timpas assustado clicando em tudo que era X em tudo que era janela que tivesse na tela. No cagaço fechei até o MSN que não tinha nada a ver. E meu irmão... Realmente ela dava um caldo. E que caldo! Praticamente uma BR-101, ou seja, um autêntico pedaço de mal caminho. Infelizmente não me convidou para ir as comprar com ela. Na verdade recusou minha escalação para o passeio e desapareceu de minha vista com seu par de coxas esculturais e seu porta-malas indescritível. Levei algum tempo para recuperar o fôlego, enquanto os meninos do Bonde choravam de rir da minha cara de assustado.


Estava decidido, naquela noite eu jogaria um abacaxi no colo da equipe do Bonde dos Playboys e acompanharia a Banda Djavú, por mais horripilante que essa possibilidade pudesse soar em minha mente. A banda só sairia do hotel às 23:00 e durante o resto do dia bebi com parcimônia extrema e conversando com - ainda não falei o nome dela, né? - Cally Mell por MSN e Facebook.

Chegado o momento do climax, a partida do ônibus da Banda Djavú para o show, lá estavam elas, as dançarinas da djavú, todas vestindo um breguíssimo casaco vermelho, parecendo um bando de Chapeuzinhos Vermelhos esnobadas pelo Lobo Mau e com as pernas de fora. Colei em Cally e aí sim, começei a beber de verdade, inclusive fornecendo uns goles escondidos para a pequena notável.

Ao entrar no ônibus ela me comunicou que eu teria que ficar com os roadies no fundão, enquanto as dançarinas ficariam num reservadinho na parte da frente. O ônibus da Djavú é todo compartimentado, pra falar com o motorista, por exemplo, tem que fazer uso de um telefone localizado na escadinha em caracol que dá acesso ao banheiro. Só que um dos seguranças, ao me intimar pra entrar, falou bem assim:

- Timpin, entra e te instala onde você quiser!

Preciso falar que subi aos pulinhos de pereca epilética e que me instalei ao lado de Cally Mell? Quando ela me viu exclamou, entre surpresa e divertida:

- Tú é abusado né Timpin? Puta que o pariu!
- É nóiz, fique gelo...

O trajeto entre o hotel e a casa de show parecia mais interminável que a Ferrovia Russa Transiberiana e eu não achei isso nem um pouco ruim. Deu tempo pra gente filosofar, fazer piadinhas sobre as outras dançarinas tongas, praticar psicanálise de boteco e fazermos um apanhado geral de nossas biografias e constatar que éramos praticamente duas almas gêmes. A tampa & a marmita. Foi tesão pra caralho.

Eu que já estava achando que nunca mais encontraria uma pessoas fudidamente legal, mas uma vez fui surpreendido pelo destino.

Depois de um tempão que não me preocupei em cronometrar, chegamos na porra de casa de show e então veio a supresa. Estava rolando uma puta de uma blitz, envolvendo polícia civil, policia militar, exército, guarda municipal e se bobear até a milícia particular de Gilberto Kassab. Absolutamente todo mundo da balada estava sendo revistado, desde o vendedor da barraquinha de pamonha e tapioca até o gerente do estabelecimento e a equipe da banda que estava tocando antes. A turba teve que ser organizada em filas gigantescas e classificada em gêneros. As mulhes se puseram com as mãos na parede de costas pra rua em um quarteirão, enquanto os homens foram alocados em outros dois, mais pra esquerda.

Estava na cara que não rolaria mais show e agente estava achando aqui insanamente engraçado, já que na véspera ela tinha pedido demissão e aquele seria sua última apresentação com a banda. A tribulação do ônibus não estava entendendo porra nenhuma do que estava acontecendo. Lógico que eu não pude contar a piada pronta:

- Eu sei o que tá rolando. Todo mundo está intimado e enquadrado por porte de drogas, por causa do ingresso do show da Djavú no bolso.
- Cala a boca Timpin! Tá maluco?! Tá cheio de gente da banda aqui, quer apanhar?

Show cancelado, lá vai os mané de volta pro hotel, com uma breve pausa em um posto de gasolina, onde matei a fissura de cigarro e entornei mais uma latinhas inspiradoras. Passamos o resto da noite coladinhos, Cally Mell e eu, no balcão da recepção do hotel enquanto o sono não vinha, vendo fotos e videos do Orkut dela - ela também faz uns bicos em umas bandas de Swingueira de Salvador (não é uma mulher perfeita?) e luta Jiu-Jitsu (é, não é uma mulher perfeita...)

Fomos dormir quando o dia estava amanhecendo, sob juras e promessas de que nossos caminhos um dia ainda se cruzarão de novo, já que ela iria embora logo que o sol despontasse. Como ela teria ainda precisava arrumar as malas e era expressamente proibido homens entrarem no quarto das dançarinas, tive que me recolher aos meus aposentos.

Dormi mais feliz que minhocão em esterco vaca.

11 comentários:

Noooossa, eu já falei que adoro tuas historias, Timpas? Tu é um cara sei lá como, doidinho mesmo, hahaha. Aí depois quando eu te chamo pra caminhar pelo Recife tu acha ruim né? Quando eu for bonitona que nem Cally vou te esnobar também, kkkkkkkkkkkkkkkkk

Parabéns adorei a matéria e espero que você volte a encontrar a sua Mellzinha pra nos contar como foi a parte 2 dessa história

Muito bom o texto,quando crescer,quero saber escrever assim. É isso aí parente...boas inspirações pra ti!Bju

Adoreei!!! rsrsr
Quaseee uma história de amor!! srrsr Se não fosse pela falta do Princípe.. srsr Tinpim adorei conhecer vc... putaa q paiu muitoooo legal!

Eu lendoo e rindooo muitoo.. adorei o adjetivo de tongas...kkkkkk totalmente apropriado! :D
Ainda bem q nossos encontros serão esporadicos, pois coitados dos outros... ñ sei quem é pior se é vc ou eu. !!!!

Bjooooooo bem aretado com pimentaaa baianaaa! rs

Cally Mell

Êêita, nóis! Mais uma do Timpin, hehehe...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
meu, esse Timpin é pirado
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mto bom, parabéns!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK RINDO RINDO RINDO MUITOOO AQUII
ADOREI DE MAIS ESSA HISTORIA
HAUUAHS.....VC É MESMO UM LOUKOOO

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Timpin é hilário!!!

o tmpim ela é gostosa pra caralho eim

Eiiiita Timpin, você é especial por ser doidinho assim...
Adorei sua matéria. agora vou estar sempre sempre aqui viu...
beijos

Postar um comentário

Solta o verbo!

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More