O Rock Nacional Morreu e teve show Sertanejo no Enterro

O sertanejo substituiu o rock como a música consumida pela juventude brasileira. Se esta frase fosse escrita no começo dos anos 90, seria considerada ficção escatológica, mas na atualidade é a mais Pura Realidade.

Exaltasamba Anuncia Pausa na Carreira

Depois de 25 Anos de uma Carreira Brilhante e de Muito Sucesso, o Grupo Exaltasamba anuncia que vai dar uma 'Pausa' na Carreira.

Discoteca Básica - Aviões do Forró Volume 3

O Tempo nunca fez eu te esquecer. A primeira frase da primeira música do Volume 3 do Aviões doForró sintetiza a obra com perfeição: um disco Inesquecível.

Por um Help à Música Sertaneja

Depois de dois anos, João Bosco e Vinicius, de novo conduzidos por Dudu Borges, surgem com mais um trabalho. Só que ao invés de empolgar, como foi o caso de Terremoto, o disco soa indiferente.

Mais uma História Absurda Envolvendo a A3 Entretenimentos

Tudo começou na sexta-feira, quando Flaviane Torres começou uma campanha no Twitter para uma Espécie de flash mob virtual em que os Fãs do Muído deveriam replicar a Tag #ClipSeEuFosseUmGaroto...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Finalmente! Luan Santana grava seu DVD




Finalmente, depois de ser adiado duas vezes, Luan Santana fez seu show de gravação de seu primeiro DVD. E não foi pouca bosta, o guri conseguiu bater o recorde de público em um show em Campo Grande. Se anteriormente o Tradição tinha conseguido reunir 60.000 pessoas, desta a marca passou para 85.000!

No repertório, nove músicas de seus disco mais recente "Tô de Cara ccom você", mas dez inéditas. O cenário do palco foi montado pelo mais importante profissional da área no Brasil, Zé Carrato e a produção de som e vídeo ficaram sob a responsabilidade de Ivan Miazzato. Foram 200 pessoas envolvidas e 6 carretas de equipamentos. Coisa de gente grande.

A Avenida Afonso Pena, principal da cidade, ficou congestionada de uma maneira nunca vista antes.O DVD está previsto para ser lançado em novembro e contou com a participação de Michel Teló, ex-vocalista do Tradição e atualmente se lançando em carreira solo. O DVd sai pela Som Livre, mas se tiver um pouco de paciência, acho que em dezembro já encontra por R$2,50 nos camelôs.

Luan Santana tem tudo para ser o grande sucesso desse final de ano, apesar da enorme concorrência. Namoradinhos e namoradinhas, vocês já tem o presente de natal desde agora definido.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Agentes Funerários, Coveiros e Urubuzada em Geral: Acertem Outro, Pois Eu Sobrevivi

Não foi desta vez. A Jaburaca não conseguiu me abater com sua Vassourada Ulta Super Mega Blaster. Após cinco dias de repouso e sem dançar Kuduro ou Arrocha, eis que minha sétima costela, contando de cima pra baixo, começou a parar de doer.

Só que meu fôlego ainda não está 100%. Nada de poder cantar com uma potência Cesarmenotti&fabiana. Por isso, vou postar umas notícias rápidas. Semana que vem aprofundo as análises.

Stefhany

Confirmado. Os rumores na Web, pelo menos, confirmam, Sefhany está escalada para a nova edição do programa A Fazenda da rede Record. Com aquela espontaneidade e auto estima, é batata que leva o milhão. Esperta essa Record, ganhou mais um telespectador de peso, não perco de episódio nenhum para poder ver o que a Self Made Girl de Inhume irá aprontar para cima das semi celebridades.

Fantasmão

A empresa que administra a banda desmentiu a saída de Eddy. Como divulguei anteriormente, Eddy vai sair sim. Na nota oficial, com tom velado de ameaça, consta que o contrato vocalista com o Fantasmão ainda tem dois anos e oito meses para espirar. Isso significa que teremos pela frente uma guerra longa e suja.

DJ Maluco

Amnhã viaja para Rondônia, onde irá oficializar sua candidatura a deputado federal. O partido? O venerável mestre ainda não sabe, todos o querem em suas fileiras, o que oferecer mais espaço nas propagandas, leva a bolada. Já imaginaram uma CPI presidida pelo deputado Dj Maluco?

Jeito Moleque

Recebi ontem o singelo convite da banda para assistir o show de gravação de seu novo DVD. A platéia será formada apenas por convidados, entre parentes, amigos e celebridades. Como não sou amigo de corno nenhum da banda e não sou parente nem do engraxate deles, onde me encaixo? Detalhe: o local do show é chique de úrtima, não tenho roupas adequadas. Mas como também não tenho vergonha, quinta-feira dessa semana estarei lá bebendo às custas deles.

Logo...

Se você que está lendo este post é de São Paulo, é mulher, jovem, bonita e gostosa e quiser fazer um test drive gratuito com o Canalhão Acanaiado aqui, o fone é 41 9673 6438. Fornecemos preservativos e pagamos o motel, bebida fica por conta das interessadas. Desde já agradecemos a ligação e parabenizamos pelo bom gosto e pela sofisticação.



Esta foto é 0800 de modo que a leitora pode salvar num pen drive qualquer e mandar imprimir em alta resolução numa dessas casas que fazem impressão em lona colorida, dando a seu quarto uma decoração toda especial

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nota de esclarecimento

Prezado frequentadores deste Cabaré, irei me afastar da Internet por cinco dias devido a uma licença médica. Aquela maldita vassourada me sequelou mais do que devia. O quadro estava evoluindo bem, no entanto neste último domingo fui almoçar no restaurante do sogro do meu amigo Tartaruga e levei meu Ipod e meu subwoofer. Resultado: fizemos um pequeno bailão onde começei a ensinar o povo a maxixar. O Maxixe é uma nova maneira de dançar a vanera gaúcho, com movimentos sensuais e que terá sua história contada em uma matéria que estou preparando para o Bis MTV.

Acontece que durante a execução da nova música do Tchê Barbaridade, intitulada "Batida de Mamão", executei um movimento ousado demais para a minha caixa toráxica danificada e senti fortes dores. Ontem fui ao médico bater uma chapa e ela revelou que estou com a costela de número sete, contando de cima para baixo, tricada e fui terminantemente proibido de dançar não só maxixe, como arrocha, forró, axé e outros ritmos que exigem movimentos que se assemelhem a cobras mal matadas. Também recebi um atestado médico que exige que eu fique cinco dias de repouso.

Como não tenho Internet em casa, este Cabaré ficará temporariamente com suas portas fechadas até minha completa recuperação. Eu poderia perfeitamente seguir trabalhando, desde que minhas funções não exigissem esforço físico. Acontece que com essa pandemia de gripe suína que está ocorrendo, se eu pegar a maldita doença com o pulmão machucado, certamente irei pro caxão. Logo, por garantia, vou ficar em quarentena.

Se alguma coisa importante acontecer, por favor me liguem e dêem a notícia (41 9673 6438). Por coisa importante quero dizer, por exemplo, a Simaria Mendes do Forró do Muído se separar do espanhol e estar necessitada de consolo. Ou então o Victor & Leo demitirem o chileno e precisar do Timpin para serem acessorados. Ou então ainda o Gerson do Tradição me convidar para ser vocalista de sua nova banda. Ou quem sabe até o Jeito Moleque solicitar a participação do Anormalzinho do Brega na gravação de seu novo DVD. Vai saber. Se alguma coisa importante pode acontecer neste período, não se avexem, me liguem!

Desde já, agradeço a compreensão de todos.

sábado, 15 de agosto de 2009

Stefhany eh Pop e ponto! 2 ( vamos fazer campanha!!! )

Timpin & Hermano Vianna - O Ying & o Yang

O comentário que Jefferson Nunes fez lá na minha coluna Chimbinha & o Tecnobrega, merece uma resposta mais caprichada. Não a parte onde ele se refere a lixo musical e denigre diversos gêneros musicais populares, muito provavelmente sem nunca sequer ter escutado um disco com atenção, mas sim a parte em que se refere a Hermano Viana.



Sempre admirei o trabalho do Hermano. Na época em que ele lançou seu disco quádruplo Musica do Brasil, com o resultado de suas viagens pelo país inteiro gravando músicas folclóricas, passei quinze dias à base de pipoca e limonada para poder adquir o pacotão. No entando, desde seu programa Central da Periferia notei que muitas vezes ele erra, mesmo dotados das mais boas intenções. Que suas intenções são nobres, não tenho a mínima dúvida.


- Timpin, seu viadinho. Onde então ele erra?



Ele erra ao analizar a coisa de fora. Fazendo isso, involuntariamente acaba alimentando ainda mais os estereótipos, que acabam por reforçar o preconceito contra a cultura popular. No caso específico do tecnobrega, talvez o Jefferson tenha razão em chamá-lo de deslumbrado, de falar bem só porque não mora em Belém e nao é obrigado a ouvir aquele som diariamente. É só observar, os textos de Hermano Viana, parecem (e são!) os resultados das pesquisas de um antropólogo que no fundo, jamais faria aquilo que elogia como bonito. Hermano Vianna não escutaria um disco inteiro do Super Vetron ou do DJ Naelton, que são os discos que possuem as músicas que o povão realmente ouve.

Eu não sou assim e essa é a diferença fundamental entre o meu trabalho e o do Hermano Vianna. Eu escuto Super Vetron. Eu escuto Dj Naelton. Antes de escrever minha coluna sobre tecnobrega, escutei muitos discos e muitas vezes. Decorei letras, assimilei detalhes, escolhi meus favoritos, quase que minha esposa pede divórcio litigioso. Sábado, que é o dia em que faço minhas Imersões Auditivas, acabou sendo o dia em que os vizinhos determinaram como o correto e o apropriado para visitarem a sogra.



Enquanto a abordagem do Hermano Vianna é antroplógica e científica, a minha é Pop e intuitiva. Estou sabotando o trabalho dele afirmando isso? Não sei, espero que não. O público dele é mais acadêmico, o meu é mais lanhouseiro. A verdade é que preciso dizer isso pelo bem da minha honestidade para com meus leitores e da minha honra, meu travesseiro é muito mala, me cobra muitas coisas.

Pode ser que com esse texto eu esteja acabando de vez com qualquer chance de um contato com Hermano Viana. Falo isso porque já tentei e ele educadamente me dispensou. Penso que ele tenha feito isso ao ver que eu chamei sua esposa, Regina Cazé, de imbecil já na minha primeira coluna. Bem feito pra mim, quem manda não ter papas na língua.





Para tentar remediar possiveis mal entendidos, vou colar aqui o manifesto que ele redigiu na época da estréia do Central da Periferia. Texto longo, mas que merece ser lido.



Não tenho dúvida nenhuma: a novidade mais importante da cultura brasileira na última década foi o aparecimento da voz direta da periferia falando alto em todos os lugares do país. A periferia se cansou de esperar a oportunidade que nunca chegava, e que viria de fora, do centro. A periferia não precisa mais de intermediários (aqueles que sempre falavam em seu nome) para estabelecer conexões com o resto do Brasil e com o resto do mundo. Antes, os políticos diziam: "vamos levar cultura para a favela." Agora é diferente: a favela responde: "Qualé, mané! O que não falta aqui é cultura! Olha só o que o mundo tem a aprender com a gente!".

De um lado, há milhares de grupos culturais, surgidos na periferia, que em seus trabalhos juntam - de formas totalmente originais, e diferentes a cada caso - produção artística e combate à desigualdade social. Os exemplos da CUFA (Central Única das Favelas), que produziu o documentário Falcão, e do Afro Reggae, que inventou projeto para dar aulas de cultura para policiais, são apenas os mais conhecidos. Na maioria das periferias onde chego, em todas as cidades brasileiras, mesmo bem longe das capitais, encontro grupos muitíssimo bem organizados, com propostas de ação cultural cada vez mais surpreendentes. Para citar apenas mais alguns: a Fundação Casa Grande, de Nova Olinda (região do Cariri, interior do Ceará), com suas equipes de rádio e TV formadas por crianças e adolescentes; a ONG Altofalante, do Alto José do Pinho, Recife, com suas lições de rádio e hip hop; o Instituto Oyá, de Salvador; a Companhia Balé de Rua, de Uberlândia... Há muito mais.

Do outro lado, assistimos também ao nascimento de indústrias de entretenimento popular que já produzem os maiores sucessos musicais das ruas de todo o país sem mais depender de grandes gravadoras e grandes mídias para construir sua rede de difusão nacional. É o caso do funk carioca, do forró eletrônico cearense (as banda têm DVD, sugerindo o surgimento de uma indústria audiovisual que não está baseada em recursos captados pela Lei Rouanet), do tecnobrega paraense, do arrocha baiano, do lambadão cuiabano, da tchê music gaúcha. Todas essas músicas são produzidas na periferia para a periferia, sem passar pelo centro. O centro apenas reclama da sua falta de qualidade musical, mas não pode mais usar o argumento de que o povo está sendo enganado por uma indústria cultural hegemônica, já que a tal indústria cultural hegemônica não tem a menor idéia do que está se passando - e parece ter perdido totalmente o contato com o que realmente faz sucesso - na periferia.

O tecnobrega paraense, por exemplo, desenvolveu um novo modelo de negócios fonográficos que não precisa mais de gravadoras para se desenvolver. As músicas saem direto dos computadores dos estúdios periféricos e vão parar nos camelôs e no circuito das festas de aparelhagem (que animam as noites de fim de semana dos subúrbios de Belém, com suas toneladas de equipamento de som e luz hoje com controle totalmente digital). Laptops gravam tudo o que estiver tocando e os dançarinos podem comprar o CD - com tudo que acabaram dançar - na saída da festa. O aparecimento de usos locais para as novas tecnologias é cada vez mais veloz.

O pano de fundo para essa grande transformação das periferias não é apenas brasileiro, mas reflete uma tendência global. A população urbana do mundo hoje é maior que toda a população do planeta em 1960. O número de habitantes das grandes cidades cresceu vertiginosamente num período em que a economia da maioria desses centros urbanos estava (e continua a estar) estagnada, sem gerar novos empregos. Mesmo assim
a migração para as cidades não parou, e hoje - pela primeira vez na história da humanidade - há mais gente vivendo em cidades do que no campo. Calcula-se que mais de um bilhão de pessoas vivam atualmente em favelas de todos os países (os "chawls" da Índia, os "iskwaters" das Filipinas, os "baladis" do Cairo, as "colonias populares" do México, as "vilas" de Porto Alegre, os "aglomerados" de Belo Horizonte, e assim - quase infinitamente - por diante). Cerca de metade dessa população favelada tem menos de vinte anos. Quase todo mundo com trabalho informal.

É muita gente, jovem. Governos e grande mídia não sabem o que fazer diante dessa situação. Muitas vezes não sabem nem se comunicar com essa "outra" população, que passa a ser invisível para as estatísticas oficiais, a não ser para anunciar catástrofes. Essa gente toda vai fazer o que com oda sua energia juvenil? Produzir a catástrofe anunciada? É só isso que lhe resta fazer? Sumir do mapa para não causar mais problemas para os ricos? Em lugar de sumir, as periferias resistem - e falam cada vez mais alto, produzindo mundos culturais paralelos (para o espanto daqueles que esperavam que dali só surgisse mais miséria sem futuro), onde passa a viver a maioria da população dos vários países, inclusive do Brasil.

Esses mundos culturais periféricos não são homogêneos. O pessoal dos grupos culturais politizados (os que usam a cultura como arma contra as injustiças sociais) geralmente tem horror aos produtos bregas das novas indústrias do entretenimento periférico, considerado alienado, alienante e reprodutor de desigualdades. As duas visões de mundo parecem incompatíveis, inconciliáveis, mas acabam produzindo, nas mesmas favelas - mas cada uma a seu modo, as novidades mais vitais (e nisso não há um julgamento estético - apesar de na minha opinião essas novidades muitas vezes serem mais interessantes também esteticamente) da cultura brasileira como um todo.

A própria idéia de inclusão cultural tem que ser repensada - ou descartada - diante dessa situação. Quando falamos de inclusão, partimos geralmente da suposição que o centro (incluído) tem aquilo que falta à periferia (que precisa ser incluída). É - repito - como se a periferia não tivesse cultura. É como se a periferia fosse um dia ter (ou como se a periferia almejasse ter, ou seria melhor que tivesse) aquilo que o centro já tem (e por isso pode ensinar a periferia como chegar até lá, para o bem da periferia). É como se as novidades culturais chegassem exclusivamente pelo centro, ou fossem criadas no centro, e lentamente se espalhassem - à custa de muito esforço civilizador - em direção à periferia. Nos exemplos acima vemos que a periferia não esperou que o centro apresentasse as novidades. Sem que o centro nem notasse, inventou novas culturas (muitas vezes usando tecnologia de ponta) que podem muito bem vir a indicar caminhos para o futuro do centro, cada vez em pânico diante do crescimento incontrolável da periferia.

Quando viajo pelo Brasil, fora das zonas ricas e oficiais do eixo Rio-São Paulo (mas muitas vezes a apenas poucos passos dos seus centros de poder), fico sempre com a seguinte impressão: o minúsculo país cultural oficial, mesmo o retratado nos programas mais "populares" da mídia de massa, parece uma pequena e claustrofóbica espaçonave, em rota de fuga através de buracos negros, cada vez mais afastado do país real, da economia real, da cultura da maioria.

Do lado de fora (na realidade em todo lugar), as periferias das cidades inventam com velocidade impressionante novos circuitos culturais, e novas soluções econômicas - por mais precárias ou informais que sejam - para dar sustentabilidade para essas invenções. Presto atenção especial nos circuitos festivos, que sempre atraem multidões todos os fins de semana. Hoje, quase todas essas festas - conseqüência também do descaso do poder público e do desprezo dos bem-pensantes - proliferam na informalidade (quando não são literalmente criminalizadas, como é o caso dos bailes funk do Rio).

De certa forma, essa economia artística informal é produto de uma inclusão social conquistada na marra, quando a periferia deixa de se comportar como periferia, ou deixa de conhecer o "seu lugar", o lugar que o centro desejava que para sempre ocupasse (o lugar daquele que sempre espera ser incluído, que sempre acha que é do centro que virá sua libertação). O Brasil vai ter que se acostumar com essa "inclusão" forçada, de baixo para cima, feita assim aos trancos e barrancos. Enquanto isso o centro parece não conseguir deixar de lado esta nostalgia perversa de um país que "perdemos", quando os pobres e seus costumes "bregas" eram inaudíveis, a não ser num ou noutro livro de Gilberto Freyre (e Jorge Amado, é claro), ou num ou noutro filme de Glauber Rocha, ou numa noitada no Zicartola. O centro quer que a retirante nordestina ainda ande com vestido de chita, e não com shortinho e top de lycra, como manda o uniforme atual das periferias brasileiras...

Como cantam os Racionais MCs, periferia é periferia, em qualquer lugar. Essa letra é mais verdadeira do que nunca. Cada vez mais, a periferia toma conta de tudo. Não é mais o centro que inclui a periferia. A periferia agora inclui o centro. E o centro, excluído da festa, se transforma na periferia da periferia.

O Central da Periferia quer colocar todas essas questões em discussão, trazendo essa realidade periférica - e suas festas, e seus problemas - para a TV (mesmo tendo a humildade de saber que a cultura da periferia não precisa mais da TV para sobreviver). O nome do programa já é uma provocação, já abre o debate: hoje a fronteira entre o centro e a periferia - mesmo que o centro não queira, e que invista no apartheid cultural, no aprofundamento do abismo entre um lado e outro - rebola mais freneticamente que a egüinha pocotó do funk do MC Serginho. E queremos que rebole ainda mais.

O Central da Periferia não vai descobrir nada, não vai revelar nenhum novo talento desconhecido. A grande maioria das atrações musicais do programa é formada por ídolos de massa, já consagrados pelas multidões das periferias. Ou são projetos sociais que já influenciam decisivamente a vida de suas favelas, e contam com apoios internacionais. Mas que em sua maioria nunca apareceram na TV em rede nacional.

O Central da Periferia não quer falar por esses ídolos e projetos periféricos, mas sim abrir espaço para amplificar as múltiplas vozes da periferia, para que elas conversem finalmente com o Brasil inteiro. Você não precisa gostar de nada que o Central da Periferia vai mostrar. Você só não pode ignorar que isso tudo está acontecendo, e que essa é a realidade cultural da maioria, em todo o Brasil.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Wagner Pekois, Tchê Garotos e o Humor como Possibilidade de Salvação da Humanidade

Wagner Pekois, guitarrista do Tradição, noticia em seu blog que o show em Tupã foi adiado por causa dessa parada que tá rolando aí e que não vou falar o nome para manter a higiene deste distinto Cabaré. Ele também relata um divertido passeio que fez com Cidinha, Danny, Lucas e sua sobrinha Carol, num shopping em que eles estavam de máscara e o povo cagalhão morria de medo de ser contaminado. Quer dizer, Pekois não, ele ficou a uns dez metros atrás observando a cena.

Pois bem, também tenho minhas histórias e acho que está na hora do pessoal desencanar de paranóia e se divertir um pouco, afinal de contas, estudos confirmam que uma postura bem humorada diante da vida aumenta em mais de 50% a imunidade do corpo. Esfreguei este estudo na cara do meu chefe e agora o corno não tem mais porra de argumento nenhum pra me encher o saco por eu passar o dia inteiro falando e fazendo palhaçada pro povo. Estamos nos prevenindo, coleguinha. Nós não cochilamos não, coleguinha!

Meu colega de trabalho, o Serjão das Tapiocas, conseguiu comprar umas máscaras numa farmácia lá nas cercanias do Sitio Cercado. Essas máscaras são mais difíceis de serem encontradas em Curitiba do que político honesto no senado. Não peguei a máscara para me proteger, afinal não preciso porque tenho o corpo fechado. Peguei a máscara para poder andar de ônibus sem me incomodar. Explico.

Em Curitiba o sistema de transporte urbano é bom, confesso, no entanto nos horários de pico não tem jeito que dê jeito, a coisa emperra. Existem uns ônibus cinza que fazem a ligação entre certos terminais, não param nos pontos e por isso receberam a alcunha de Ligeirinhos. Os locais em que eles param são chamados de Terminais Tubo e é neles que o bicho pega nos horários de pico. No meu caso específico meu calvário é o tubo em que pego o ligeirinho Cabral/Guaraituba, no Terminal do Cabral. Acontece que no mesmo tubo para outro buzum, o Cabral/Maracanã e os usuários de um ficam atravancando os usuários de outro e frequentemente rola alguns barracos, alguns idosos sendo derrubados e muita gente ofendendo a mãe de muita gente.



Eu me fodo pra caralho pra conseguir entrar nos ônibus, afinal sou magrelo a ponto do colega do último cara que conseguiu me acertar um soco na cara afirmar abismado: "Que mira cara!". Sério, o último médico que me examinou teve que me colocar contra a luz para poder enxergar.



Mas enfim, Timpinho saiu anteontem do trabalho com sua máscara, mais faceiro que ganso novo em taipa de açude (detalhe: desenhei com caneta de retroprogetor um focinha de porco e um sinal positivo nela). Foi show, a plebe abriu pra mim passar tal qual um Mar Vermelho para Moisés. Funcionou que é um espetáculo. Gostei da experiência e de agora em diante vou fazer o que é sempre bom e aconselhável que é unir o útil ao agradável.

A outra coisa que me aconteceu foi mais dramática. Sábado passado, quinze pras nove da noite, fui comer pão com com mortadela e cadê a lazarenta da margarina? Tinha acabado. Fui no mercadinho do Seu Camilo (seu Camilo também tem uma igrejinha evangélica onde o povo costuma matar Jesus de vergonha três vezes por semana, ainda bem que ele desenvolveu o know how da ressucitação a mais de dois mil anos atrás). Pois então, estava indo no mercadinho do seu Camilo quando passei no bar da Dona Quitéria. Qual não foi minha surpresa ao constatar que o Bar Quitéria, que vivia jogado às traças, com suas três mesas de sinuca acumulando um saara de poeira, estava bombadaço.

Mais de vinte e três carros estacionados, uma Parati verde limão com o porta malas aberto com a sonzeira arregaçada mandando ver um Tchê Garotos "mete chifre nele / mete chifre nele". De relançe contei uma dúzia de casais dançando. Aí eu pensei "- Caralho" e depois falei "- Opa!" Adentrei-me no estabelecimento, pedi uma Cristal fora do gelo, enchi meu copinho americano e começei campanar o ambiente em busca de uma china véia que me ajudasse a desenferrujar o esqueleto.



Duas horas depois chego em casa bêbado, fedendo a Alma de Flores e sem margarina, pois seu Camilo costuma dormir com as galinhas e a porra do mercadinho estava fechado. Não sei qual foi o filho da puta que me entregou, mas nem deu tempo de esboçar uma explicação e a Dona Encrenca desferiu um violento golpe de cabo de vassora em minha pessoa em geral e no lado direito de minhas costelas em particular. Ou era rodo? Não sei, as estrelinhas me embaçaram a visão.

De noite, no sofá, enrolado num cobertor cheirando a mofo, que encontrei na caixa de roupas velhas, fiquei matutando se a letra da música dos Tchê Garotos que estava tocando quando tive a idéia cretina de entrar no bar era um auspício ou um agouro positivo ou não. No final, passaram-se cinco dias e minhas costelas ainda estão doendo e já gastei quase cinquentão em Biofenac 11mg/g da Aché. Néfoda?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Fantasmão acabou. O Fantasmão não acabou.

Algo assombroso ocorreu com o Fantasmão. O vocalista Eddy cai fora para tocar um novo projeto solo e o resto da banda em peso o acompanhou. Desde o começo do ano a banda trabalhava em cima de seu novo disco de estúdio, chamado Rap Groovado. De acordo com os rumores da internet, Eddy picou a mula do Fantasmão e levou o Rap Groovado para sua nova banda EddyCity. O Fantasmão vai acabar? Segundo os mesmo rumores supracitados, não. Vão colocar novos músicos e continuar as atividades. Os rumores, esses falastrões, afirmam que tudo isso está acontecendo de boa, sem brigas.



Se existe uma história mais mal contada, por favor, me contem. Prometo sentar e escutar com atenção, sem fazer nenhum comentário besta pra fazer o resto da turma rir.

Eddy é uma pessoa complicada. Eddy é um sujeito casca grossa. Não falo isso como forma de crítica negativa, muito pelo contrário, a Musica Original Brasileira precisa de gente assim, para chacoalhar a bundamoliçe que reina impune no meio.

Só de abril pra cá, que foi quando falei sobre o Fantasmão em uma de minhas primeiras colunas no Bis MTV (notem, eles foram a primeira banda tema de minhas colunas) já se meteu várias "encrencas". A primeira, pelo menos que eu tenha notícia, foi num show em que várias artistas se apresentavam. Ao contrário dos outros paga paus que puxam o saco da imprensa com declarações vazias de relevância, ele saíu do palco, entrou no seu saco e foi embora sem falar com filho da puta de jornalista nenhum. No outro dia o fato foi noticiado tendo como manchete "Ex-presidiário esnoba...". Assim, nesses termos.

Timpin explica. Quando mais jovem, Eddy caiu cozome portando um cigarro de maconha. Sem grana para a costumaz propina e muito menos para o advogado chave de cadeia, passou a noite no chilindró. Se isto faz com que alguém possa ser chamado de ex-presidiário, podem fazer o mesmo comigo.



Em outra ocasião Marcio Victor, vocalista da banda Psirico e o homem que introduziu o Kuduro (Ui!) no país, declarou em entrevista que não gostava de Fantasmão porque considerava as letras muito pesadas e que incitavam a violência, além de abrir brecha para que o hip hop se instalasse no ambiente musical de Salvador. Considero o Psirico um dos grandes nomes da musica brasileira desta década. O disco Macumba Popular Brasileira é presença garantida em todas as listas melhores da década, no entanto Marcio Victor fala muita merda.

Timpin explica. Com relação às letras, façamos uma comparação. Uma das letras do Psirico tem um verso assim: "Se fizer calor eu te levo pro banheiro / lhe tiro essa roupa e jogo em baixo do chuveiro / imagina a delícia o banho de amor que vou te dar / Eu passo no seu você passa no meu / Sabonete, sabonete..." Uma das letras do Eddy tem um verso assim: O mal contamina a pele / o mal contamina o corpo / o mal contamina a alma / o mal contamina tudo / o que é bom pros outros nem sempre é bom pra mim / mas o que o povo fala eu sempre vou ouvir / falo o que penso não tenho vergonha do que faço / vivendo assim vou causando estardalhaço..." Mais do que natural que o Marcio Victor ache as letras de Eddy pesadas. Quanto a chegada do hip hop à sonoridade soteropolitana, bom, na mesma entrevista ele diz que as bandas de pagode deveriam agregar o techno ao seu som e com loucos de pedra eu não debato. Techno pode, hip hop não pode. Francamente.

Outra vez, ocorreu uma briga na platéia durante o show do Fantasmão. No outro dia a imprensa noticiava com destaque e ainda citava a cara de satisfação de Eddy vendo as cenas de violência.

Timpin explica. Observe esta foto:



Gente, o Eddy tem uma cara natural de satisfação, de repente ele é um cara satisfeito, vai saber. A questão que ele sempre foi vítima das mais amplas e variadas intrigas. Talvez muitas delas tenham alguma procedência, mas são consequências de um temperamento inquieto, de uma mente extremamente criativa que encontra dificuldades em encontrar uma forma de expressão satisfatória. Eddy é um maldito, desses malditos que são incompreendidos pelas sociedades de sua época, mas que são os motores da evolução da humanidade.

Desejo toda a boa sorte da galáxia a Eddy em seu novo projeto. Fico um pouco triste, não posso deixar de falar, pois gostava muito da idéia Fantasmão, do visual, do nome, do carisma, das máscaras, das roupas, do potencial que tinha esse conjunto todo de quebrar o muro do preconceito e injetar um vírus de originalidade no restante da música brasileira. Não sei se a nova banda terá isso, só o tempo e o disco Rap Groovado poderá dizer.




PS.: Peço desculpas por escrever um texto baseado em informações obtidas por rumores. Prometo averiguar tudo o que disse aqui. Estou na batalha de uma entrevista com o Eddy. O Encardidinho da Vanera aqui não costuma desistir fácil, estou quase chegando no Victor & Leo!

* Atualização!

1 ° Qual motivo EDDYE saio da Banda Fantasmão ?

R ¹ : Insatisfação com os sócios ...
R ² : Ou seja , ninguem gosta de trabalhar enganado não é mesmo .
R ³ : EDDYE cumprirá os shows marcados , até outubro

2 ° EDDYE afirmava ‘’ Eu nunca vou te abandonar Fantasmão ‘’

R ¹ : EDDYE não abandonou o Fantasmão , o Fantasmão abandonou EDDYE

3 ° E o cd Rap ‘’ Groovado ‘’ ?

R ¹ Esta em processo de gravação
R ² Previsão do cd , apos a saida definitiva de eddye
R ³ Cd vai estar com a banda EDCITY

4 ° Quem vai comandar o Fantasmão°

R ¹ Tierry e Cassiopéa
R ² Tierry era Back Vokal e Cassiopéa era Tecladista

5 ° E o novo projeto de EDDYE ?

R ¹ O novo projeto vai se chamar EDCITY , os mesmo componentes que eram do Fantasmão .

6 ° E o EDDYE como está, com tudo isso acontecendo ?

R ¹ Muito feliz , acreditando sempre , e agradecendo a DEUS e a todos os fãs que-o acompanha.
R ² Si ligaê , si ligaê EDCITY vem Aê ...


Informações obtidas com meu amigo Luan, de Salvador. Valeu Luan!!!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O Piunti Conseguiu!!!!! [entrevistou OS CARAS]

Eu conheci o cara num chat que a Candinha do fã clube do Tradição Meninas de Goiás criou um dia para trocar idéias com blogueiros. Colocar vários blogueiros num chat é um treco que não costuma dar muito certo e foi fatal, só falamos merda. Quando bati o olho e vi seu nome "Piunti" na janelinha do MSN, não pude evitar de dar mais uma contribuição para a Fundação Trocadalhos do Carilho e larguei na lata:

- Pô cara, já era fã do seu blog e agora descubro que vc também é o software de desenhar do Windows!!
- O quê?
- Sim! Você é o Piunti Brush!


Piunti Brush - O Software de desenhos default do Windows que também bloga

Daí o colóquio descambou para os mais altos níveis de retardamento mental. Brincadeiras à parte, sou mesmo fã do site Universo Sertanejo, que o Piunti toca com muito carinho, dedicação e profissionalismo. A grande maioria dos blogs que falam sobre música sertaneja são pessoais e opinativos, o meu incluso. O dele não, pelo menos ali há um esforço genuíno em busca da utopia jornalística chamada imparcialidade.

E não é que o cara conseguiu o que onze entre cada dez membros da blogosfera sertaneja sonha? Ele conseguiu entrevistar Victor & Leo!
Quem costuma ler meus textos aqui no Cabaré, sabe dos perrengues que se enfrenta na hora de se lidar com assessorias de artistas. Isto só para conseguir ou confirmar informações, imagine então entrevistas as celebridades. Sendo blogueiro ou jornalista independente então, a coisa chega nas raias do impossível. Mas Piunti é realista, ele quer o impossível. Agora que conseguiu com Victor & Leo, sua nova impossibilidade a ser atingida é a dupla Bruno & Marroni.

Nosso distinto Cabaré, incluindo seu mais alto escalão de cafetinagem torçe por ele e para que essa entrevista que ele conseguiu, seja um sinal de que os tempos estão mudando. Esperamos que os artistas da nossa Musica Original Brasileira estejam abrindo os olhos para o poder de interação com fãs e blogueiros que a Internet proporciona.



Pra finalizar, uma picuinha básica de blogueiro mala. Na entrevista do Piunti, quando o Leo diz "Temos no escritório pessoas para acompanhar mais de perto a internet, mas quando temos tempo, damos uma fuçadinha também”, pode até estar sendo sincero no que diz respeito a ele, agora no diz respeito a seu escritório, eles tem muita poeira a comerem até fazerem um trabalho de Internet decente. Fato.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O que o Forró do Muído e Victor & Léo tem em comum (e o que não tem)



É com imensa satisfação que noticio aqui que a coluna Forró do Muído - Pé de Serra para o Século XXI superou as QUATRO MIL LEITURAS!! É de longe o texto mais lido de todo o blog Bis MTV. Para se ter uma idéia da dimensão deste fenômeno, a coluna que está em segundo lugar em leituras é O Céu & o Inferno de Vicor e Léo, que a duas penas não consegue nem se aproximar dos dois mil acessos. Qual a explicação para isso?

Claro, tem o som extremamente original do Forró do Muído, tem aquela batida da zabumba perfeitamente audível, tem o sax do Fabiano cuja sonoridade é a marca registrada da banda, tem o talento e a longa experiência do vocalista Binha Cardoso, mas é inegável que o elemento catalizador dessa soma de igredientes é o apelo pop poderosíssimo da dupla de vocalistas, as irmãs Simone e Simaria Mendes.

Já é público os problemas que enfrentei com a assessoria de imprensa da A3 Entretenimentos quando escrevi a coluna das quatro mil leituras. Era para ter sido um artigo bem mais completo, com mais informações biográficas das cantoras e mais algumas colocações pontuais, que foram tesouradas pela assessoria. Claro, eu podia ter mandado a assessorias às favas e publicado do meu jeito, mas confesso que era iniciante e era meu primeiro contato com essa espécie de profissional. Acabei capitulando. Hoje não faço mais isso, mas está feito e agora paciência.

A colocação pontual mais revelante que foi cortada do texto final era a em que eu apontava na possibilidade latente do Forró do Muído estrapolar o nicho forrozeiro. Essa possibilidade já foi levada a cabo por outro nome da Musica Original Brasileira, a dupla Victor & Leo. Muita gente que nunca escutou um disco de musica sertaneja tem o Borboletas em seu aparelho de MP3 (o Borboletas e mais alguns, mas esse pelo menos é o que quase ninguém tem vergonha de dizer que tem). O mesmo pode acontecer com o Forró do Muído. Sei disso porque já testei aqui no meu ambiente de trabalho. Moro em Curitiba e por aqui são poucas as pessoas que ouvem forró e com o Muído a coisa acontece, as pessoas gostam.

Mas então, o que falta para o Forró do Muído acontecer nacionalmente? Um bom trabalho por parte da assessoria, trabalhando em perfeita sinergia com quem da mídia queira ajudar, seja ela oficial, seja ela independente. Com minha coluna do mês de maio eu tentei. Não consegui. Mas esse número, quatro mil leituras, não me permite a desistência e eu não desisti. Posso adiantar aos muideiros de todo esse país que estou com uma idéia na cabeça e não vou sossegar esse meu facho enquanto não a realizar.

Por enquanto deixo vocês com dois presentinhos. O primeiro é um texto sensacional de Janny Laura, uma futura blogueira que mora em Campina Grande da Paraíba e que, alem de bonita, simpática e inteligente, tem uma agenda de contatos de fazer inveja a muito jornalista cultural de arake. O segundo presente é uma lista de links para vocês baixarem todos os cinco discos promocionais que o Muído já lançou.

Não cochile não coleguinha!!!!!!!!

Valei-me, Nossa Senhora do Muído!



É assim, pedindo ajuda à santa protetora dos muideiros, que inicio minha aventura nesse mundo de blog, que para mim é um paradoxo: tão próximo, pois sou uma amante da internet (o que pessoas sem senso chamariam de “viciada”), e tão estranho, já que não me meto a encarar, quer dizer, até esse presente momento. Para me dar sorte, decidi escrever sobre algo que aprendi a gostar e que hoje faz parte constante em muitos aspectos da minha vida: o Forró do Muído.

A primeira vez que ouvi as vocalistas da banda, as irmãs Simaria e Simone Mendes, foi na época que elas substituíram a vocalista de Aviões do Forró, Solange Almeida, quando a mesma foi se submeter a uma cirurgia. Aqui no Nordeste, como já foi mostrado pelo Tim Pin, os shows são gravados e vendidos a torto e a direito e no comecinho de 2008 comprei o CD do show de Aviões em Soledade - PB, no qual as Coleguinhas, que até então eram desconhecidas, estavam cantando. Esse primeiro contato foi inesquecível, porque simplesmente eu odiei. Não, você não leu errado. Vou repetir: eu simplesmente o-di-ei! Quando ouvi o CD, umas vozes no mínimo diferentes me comendo o juízo, um palavreado que Deus me livre e guarde... Eu imaginei: “Se mainha sonhar que eu tô ouvindo uma coisa dessa, ela me deserda!”. Minha vontade era de quebrar o CD na cabeça daquele ambulante infeliz das costas ocas, mas graças a Deus e a Nossa Senhora do Muído que eu não fiz isso.

Só não sabia o porquê me pegava de vez em quando escutando aquele maldito CD. Escutava uma vez, depois outra, mais outra e depois outra de novo. Com pouco tempo, já sabia todas as músicas de frente pra trás, de trás pra frente, de cor e salteado, tinha decorado até os alôs que elas davam pro povo. “Se eu aguentar!”, pensava essa blogueira que vos fala. Logo me deparei baixando outros shows, e mais outros, e ouvindo, e gostando, e baixando, e ouvindo, e assim sucessivamente. Aí Solange se recuperou e voltou pra banda. Foi quando as Coleguinhas começaram a fazer nome com o Forró do Muído. Nesse momento, já olhei pra banda com outros olhos e não demorou muito pro Muidão, como é carinhosamente conhecida, torna-se rotina na minha vida.

Assim como aconteceu comigo, acabou acontecendo com o resto do Nordeste. Percebi que tava virando febre, porque não era só eu que tava viciada naquele som massa, mas muita gente só falava nela. Isso não é muito normal, porque o pau que mais tem por aqui é banda de forró, então é difícil surgir quase que uma unanimidade entre os forrozeiros. Foi então que eu comecei a olhar o Muído não somente como uma diversão, mas também como um objeto de estudo. Procurei desvendar que moléstia fazia nos prender à banda. Então eu vi que era mais fácil do que imaginava, pois como eles mesmos dizem: “Forró do Muído é diferente!”. E é mesmo. É diferente de todas as bandas que já vi e ouvi, das mais famosas às que só são conhecidas aqui em Campina Grande. E olhe que eu sou uma forrozeira assumida!

Essa diferença é perceptível já na parte visual. O Forró do Muído não tem dançarinos, que quando não é 8 é 80. O corpo de ballet numa banda é assim: quando acerta, fecha de cadeado e faz parecer que a banda é tampa-furico; mas também quando erra, torna a banda um circo, o público fica olhando pro palco pra mangar dos dançarinos. O Muidão não tem isso, e o melhor é que ninguém sente falta, porque Simaria e Simone tomam conta do palco, são irreverentes, engraçadas e improvisam como aqueles humoristas cearenses. Pouquíssimas cantoras tem uma presença daquela, e sem precisar usar figurinos, digamos assim, inusitados. Mas o que de fato atrai o público é a diferença do som. Quem já pensou juntar o pé de serra com o eletrônico? Pois é, Isaías imaginou isso e imaginou bem. Santa cabeça pensante essa do Isaías. O som do Muído é muito show, aquele forrozinho que meu avô gosta com a pegada que eu não dispenso. Assim, criou-se o pé de serra eletrônico. Genial!

Genial também foi minha idéia de criar a Equipe Muendo com Muído pra acompanhar a banda, pois em tão pouco tempo, ela já proporcionou muita coisa em minha vida, muitos contatos, amizades, parcerias e conquistas. E cada vez mais me identifico com o pessoal da banda, todos muito prestativos e atenciosos, do cara que carrega os instrumentos às Coleguinhas. Tá aí outro fator que segura esse sucesso estrondoso deles.

O Forró do Muído veio pra fazer um marco na história do forró. Em breve, será a banda de maior sucesso no cenário nacional. Se depender dos fãs dela, isso acontecerá logo, pois pense num fãs organizados são esses. Por fim, fiquem com essa célebre frase de Flaviane Torres, administradora do Blog do Muído: “Não basta ser forró, tem que ser Muído!”.



Janny Laura e sua amiga Simaria Mendes

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Links para download dos CDs Promocionais oficiais do Forró do Muído

Volume 1

Volume 2

Volume 3

Volume 4

Volume 5

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Serviço de Utilidade Pública & Privada

Uma das principais razões da existência deste distinto cabaré é servir de antítodo para mim me proteger do processo de filhadaputização que invariavelmente tem inicio quando se começa a praticar jornalismo cultural. Lá no Bis MTV costumo fazer algumas conceções e fazer vista grossa diante de algumas pequenas censuras. Aqui não! Aqui corno nenhum dá pitacos em minhas figuras de linguagem. Aqui eu posso tudo. Aqui eu sou foda! Absoluto.

Então, pra quem leu minha coluna sobre o Chimbinha e o tecnobrega e ficou curioso com relação ao som eletrônico de Belém, vou postar aqui os links para download de alguns discos de tecnobrega. Tratra-se dos discos de dois Dj que estão em evidência por lá e que divulgam com muito empenho sua arte nas comunidades do Orkut e em blogs diversos, Dj Ramon e Dj Naelton Capanema e mais as bandas citadas na coluna. Baixem todos se possível, para ouvirem no conforto e na comodidade de seus players.

Dj Ramon

Dj Ramon em seu habitat predileto

Batidão do Melody Março 2009

Batidão do Melody Junho 2009

Dj Naelton Capanema

Dj Naelton se arregando com a mulherada


CD BATIDÃO DO MELODY VOL. 2 -(MAIO 2009)

CD BATIDÃO DO MELODY VOL. 3 - (JULHO 2009)

Banda Ravelly


Banda Ravelly

Banda Djavú



Banda Djavú

Banda AR-15



A Banda AR-15 só lança singles, que vocês encontram aquió


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Como o pessoal da MTV tesouraram a legenda da capa de meu futuro CD de sucesso, vou republicar aqui sem cortes:

Tim Pin - O Anormalzinho do Brega Volume 1



Creditos da Capa:
Foto: Marcus Bodocó - Cafetão de nove de cada dez putas de BR do interior da Paraíba
Arte: Marcus Botelho Pinto - Conceituado travesti que fez fama por conseguir praticar sexo oral consigo mesmo


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E por último quero mandar um forte abraço ao pessoal do Tecnomelody Downloads, que fechou parceria com a Cabaré sem nem dar um Oi. Aí pessoal, que tal um contato mais, digamos assim, íntimo. Claro, sem viadagem, porque o Timpinho aqui é hetero e casado.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Victor Chaves, um poeta, um filósofo, um músico, um galã...

ACREDITAR por Victor Chaves



Na vida, aprendemos a acreditar em quase todas as coisas, com os outros. Seja com nossos pais, amigos, com a TV. Só que, nem sempre pensamos que acreditar em algo ou em alguém, é uma escolha nossa e, nem sempre, acreditamos naquilo que nos faz bem. Verifique suas crenças. Observe sua tendência fácil em acreditar em tudo o que lê, no que ouve ou vê. Você lê um jornal e acredita, assiste TV e acredita, ouve uma história e acredita. Pode ser muito fácil soltar-se no curso de um rio mas, com tamanha distração, este rio leva você a uma correnteza e você nem se dá conta.

Pare para pensar em quantas pessoas e oportunidades podem ter passado por você e não encontraram sua atenção, apenas porque você resolveu acreditar que elas não lhe serviam, antes mesmo de conhecê-las. Você ouve alguém falando mal de outro alguém e julga, antes de saber quem esteve realmente com a razão.

Do jeito que acreditamos tão passivamente em tudo, podemos ser facilmente manipulados pela mídia, por políticas corruptas e por qualquer pessoa que não nos deseje bem.

Nossos medos são nossa maior crença. Você acredita tanto no medo que pode estar atraindo o que teme. Veja: Quando você acredita em algo, seu pensamento e fé o transformam em realidade. Então, quando você teme muito uma coisa, sua mente interpreta que você não pode temer o que não existe, então, ela cria aquilo em que você acredita e faz com que isto se torne realidade.

A melhor forma de lidar com nossas crenças é averiguar se elas são positivas, se possuem sentido e se na prática, funcionam. Muitas coisas em que acreditamos não funcionam na prática. Você fica sabendo de um fato, sai por aí o contando e repassando como se fosse uma verdade sua e, no fim, pode ter espalhado um grande e inútil boato sem sentido. Pense nisto e não seja como um robô programado para acreditar simplesmente. Reflita.

Procure informar-se e sentir, antes de acreditar.



Escolha acreditar no amor e não no medo. Escolha acreditar em você, na sua capacidade de mudança. Acredite naquilo que você quer se tornar ou ser.
VOCÊ É TUDO AQUILO EM QUE ACREDITA POIS A CONSEQUÊNCIA DO QUE FAZ, ESTÁ LIGADA A TUDO O QUE LHE ACONTECE.
Se tivesse nascido em um país diferente, pertencesse a uma família diferente e tivesse feito escolhas diferentes das que fez até hoje, pergunte-se em que valeria à pena acreditar.

Por último, não acredite neste texto antes de verificar se, na sua prática de vida, ele pode fazer sentido. Mas pode acreditar que, independente de suas crenças culturais, religiosas ou sociais, ter amor a si mesmo, aos outros e ao que faz, significa felicidade.



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A fonte? Sim! A Fonte! Taquió

terça-feira, 4 de agosto de 2009

[ Nova Série ] Comentários que nos convencem que vale a pena blogar - 1

Por: Aline

A MPB(Música Popular Brasileira)deveria englobar todas as vertentes da música dentro de sua classe, deveria estar atenta a tudo o que é popular e não fazer distinção de
ritmos. Mas se tornou algo elitizado e não existe espaço para o popular dentro MPB. E por isso está catatônica, não surge nada de novo, por que os formadores de opinião e os artistas consagrados do nosso país não abrem espaço para o popular e teimam em rotular ritmos que surgem com a velocidade da luz em todas as regiões e cidades desse país como Brega, Emo, Sertanejo Universitário,entre outros.

Portanto nada mais do que justo que a criação de uma nova classe músical para dar espaço e respeito a tudo o que a MPB rejeita como música popular. Eu acho complicado julgar a música que o povo elege, que o povo consagra, como algo ruim e anticultural. È uma visão preconceituosa que precisa ter um fim. E O MOB vem pra isso, para acabar com a barreira do preconceito que existe dentro da música.

Você pode não gostar de determinado ritmo, mas julgá-lo como ruim, brega, cafona, sem ao menos conhecer, é algo que me irrita em certos formadores de opiniões. Por
isso te parabenizo Tim, o seu trabalho é essencial para que pessoas como Chimbinha e Joelma, por exemplo sejam conhecidos como realmente são: artistas paraenses que criaram um novo som, o Calypso, e que levam milhões de pessoas a seus shows fazendo uma música de qualidade que o povo curte.

Exemplos não faltam e você os trata com a devida seriedade sem os julgamentos preconceituosos que a Classe elitizada da MPB teima em tratar. Eu conheço a dupla Maria Cecília e Rodolfo e acho bárbaro essa junção de Homem e Mulher no Sertanejo, a Harmonia vocal dos dois é linda! Eu gosto da voz dessa moça, ela tem personalidade e é diferente da maioria das vozes femininas do sertanejo!

Parabéns pela matéria!

Este cometários foi publicado orifinalmente na minha coluna sobre A Nova Geração Pop Pantaneira de Campo Grande

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pagando Pau 2

Continuando a série de pagação de pau, vou colar aqui o post excelente do novo blog do Igor Mago. Ainda estou na batalha de encontrar bons blogueiros de forró. Esse do Igor, com toda a certeza, é um deles. Nesse post ela correu atrás de todos os compositores e cantores que gravaram originalmente as músicas do Volume 5 do Forró do Muído. E olha que essa não é uma tarefa fácil. Ficamos no aguardo de mais Posts Igor!

Forró do Muído Volume 5 - A Origem das Músicas




Olá meu povo, estamos de volta.

O pessoal já tava dizendo que eu estava muito “culto” e não estava falando de nenhuma das minhas bandas preferidas. Então trago Forró do Muído neste post e vou logo dizendo que Muído é mais do que cultura (rsrs), é sinônimo de alegria e diversão!!

“É ou num é ou num é?”

É! Então venho aqui falar um pouco da origem de algumas das músicas do mais novo cd da banda. Lançado no fim de Maio e estourado durante o São João, o “Volume 5” é na minha opinião, o melhor da banda até agora.

O CD ficou bem diversificado. Do samba trouxeram 3 músicas: Da Banda Samprazer sairam duas, “Paixão Veradeira” do Billy SP, e “Chora”, parceria do próprio Billy junto com André Lemos. A terceira é o hit “Para de pirraça” que vem da banda Imaginasamba, música dos integrantes Suel e Leandrinho junto com Paulinho do Swing e Simpatia.




Do Sertanejo, trouxeram da dupla Hugo Pena & Gabriel a ótima música “Fora do Eixo” escrita pelo próprio Hugo Pena em parceria com Ronais Borges e a canção “Coisas Esotéricas” do compositor Baroni. Além dessas, estão presentes a já estourada “Chora, Me liga” de João Bosco & Vinicius, escrita por Euler Coelho e também uma versão da música “Ajoelha e Chora” do grupo sul mato-grossense Tradição (aquela que estourou com a música do “Barquinho”). Esta canção é assinada por Luiz Cláudio, Markinhos Ulyan e Sandro Coelho, integrantes da própria banda.

Duas das mais belas músicas do CDs são versões de músicas internacionais. A música “Anjo” (Que no Brasil é também cantada por André Leonno) é uma versão da música “Angel” do cantor e compositor cubano Jon Secada (que fará show no Brasil em Outubro). Já a principal canção deste novo CD “Cuidado” é uma versão da música “Colgando en tus manos” do cantor e compositor venezuelano Carlos Baute que canta esta música junto com a espanhola Marta Sánchez.



Essa canção tem algumas coisas interessantes, na tradução. A versão de Simaria (nossa vocalista) que em português ficou: “Te envio mensagem as 4:40” em espanhol era “Te envio canciones de 4:40”. Na verdade, “4:40” é um grupo dominicano, que Baute queria fazer uma homenagem a um dos seus integrantes, o músico Juan Luis Guerra. A adaptação continuou fazendo “Marbella” virar “Venezza” e “Venezuela” virar “Fortaleza” e assim a versão forrozeira ficou show de bola e caiu no gosto da galera. Aliás, Simaria Mendes também assina junto com Emanoel a música “Rola um Flashback” que pra mim é uma das melhores do álbum.

O volume 5 segue com uma versão em forró da belíssima “Sem Você”, da banda de Rock Católica Rosa de Saron, escrita por Guilherme de Sá (o vocalista).

No gênero do forró, duas músicas são regravações: a irreverente “Não vem que não tem” do baiano radialista cantador Edigar Mão Branca e a “Ele é louco por forró” da ótima compositora Zelia Santti (Ainda farei um post sobre ela). Esta última canção foi lançada pela primeira vez pela banda sergipana Mulheres Perdidas.



Completando o CD, a já conhecida “Dança do Ice” versão nacional de Noberto Curvelo, da banda baiana Cangaia de Jegue para a música "Rise Up", do Dj suíço Yves Larock.

O restante tem a cara do muído: “Doidão, Loucão, tesão”, “A galera da curtição”, “Lei Seca”, “Volta atrás”, “Vai coleguinha”, “Me fez sofrer” e “Ai que vida”, fazem uso da irreverência, dos bordões, do romantismo e da animação que Simone Mendes, Simaria Mendes e Binha Cardoso trouxeram pra o forró!




Quem quiser baixar o volume 5 é só entrar no site do Forró do Muído em http://www.forrodomuido.com.br/.

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