O Rock Nacional Morreu e teve show Sertanejo no Enterro

O sertanejo substituiu o rock como a música consumida pela juventude brasileira. Se esta frase fosse escrita no começo dos anos 90, seria considerada ficção escatológica, mas na atualidade é a mais Pura Realidade.

Exaltasamba Anuncia Pausa na Carreira

Depois de 25 Anos de uma Carreira Brilhante e de Muito Sucesso, o Grupo Exaltasamba anuncia que vai dar uma 'Pausa' na Carreira.

Discoteca Básica - Aviões do Forró Volume 3

O Tempo nunca fez eu te esquecer. A primeira frase da primeira música do Volume 3 do Aviões doForró sintetiza a obra com perfeição: um disco Inesquecível.

Por um Help à Música Sertaneja

Depois de dois anos, João Bosco e Vinicius, de novo conduzidos por Dudu Borges, surgem com mais um trabalho. Só que ao invés de empolgar, como foi o caso de Terremoto, o disco soa indiferente.

Mais uma História Absurda Envolvendo a A3 Entretenimentos

Tudo começou na sexta-feira, quando Flaviane Torres começou uma campanha no Twitter para uma Espécie de flash mob virtual em que os Fãs do Muído deveriam replicar a Tag #ClipSeEuFosseUmGaroto...

sábado, 30 de abril de 2011

Polêmica no Forró ou Dois Países Dentro de Um Só

Não existe criatura mais rancorosa do que artista relegado ao ostracismo. Semana passada o cantor - e atual secretário de cultura do estado da Paraíba - causou polêmcia ao afirmar que o governo não pagará por grupos e artistas que “nada têm a ver com a herança da tradição musical nordestina”. E disse mais! Classificou todas as bandas que fazem sucesso comercial na atualidade como "bandas de forró de plástico".


Chico César - Arranca o seu cabelinho (de raiva) e chora (de inveja pelo sucesso alheio)


Como assim meu amigo Chico César? Quer dizer que os Aviões do Forró não representam a tradição musical nordestina? A banda Magníficos faz um forró de plástico? Não entrar aqui no mérito do resgate do forró de raiz, qualquer resgate de raizes culturais sempre será algo louvável, isso é óvio. O quero questionar é esse juízo de valor que se faz com a verdadeira música popular brasileira. Música de plástico?

Em fevereio tive o prazer de acompanhar o show da Garota Safada em cima do trio elétrico no evento Abraça Brasil na cidade de Olinda. Pude ver com meus próprios olhos a catarse coletiva que o forro como é tocado atualmente cusa na multidão. Se uma música de plástico tem esse poder, fico imaginando o pandeMônio que causaria uma música de aço.


Wesley Safadão & Timpin - Causando catarse coletiva no povo de Olinda


Chico César é de uma ápoca em que o domínio das gravadoras majors enfiava guela baixo do povo o que a elite achava que ele deveria consumir. Foi a pirataria que fez a balança pender para o lado povo. Foi inclusive na primeira geração pirata - lembram das fitinhas cassete vendidas nos camelôs? - que o forró foi resgatado do esquecimento pela banda Matruz com Leite, criada pelo visionário Emanuel Gurgel. Com o advento do CD e da revolucinária idéia do disco promocional que o empresário Isaias Duarte teve, os Aviões do Forró troxeram mais invovação e popularidade para o gênero.

De plástico é a vida dentro de uma redoma que essas pessoas que se acham de bom gosto e cientes do que é cultura de verdade vivem. É como eu sempre digo, existem dois país dentro do Brasil. Um Brasil que não sabe que o outro existe (quem diabos é Chico César?) e um Brasil que não quer que o outro exista (derrubem este avião do forró!)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tecnomelody em Debate - Choro de Perdedor

Como falei no post anterior (Tecnomelody e o direito constitucional), o veto do governador do estado do Pará ao projeto que tombava o tecnomelody e as festas de aparelhagem como patrimônio artístico e cultural, só trouxe benefícios para o movimento. Um amplo debate está se formando com diversas personalidades expondo suas opiniões. O texto do post anterior saiu estampado nas páginas do jornal O Liberal. No topo de cada coluna, sempre é colocada uma legenda com meus contatos, caso algum leitor queira se manifestar de alguma forma.

Já recebi alguns retornos, mas como o de ontem, nunca. Um texto bem redigido, fundamentado e extenso. Pedi autorização do emitente para a sua publicação em nosso estimado Cabaret. Ele aceitou e provavelmente vocês leitores vão poder acompanhar mais um debate público. Com vocês, as palavras do leitor Artur Dias. O texto é original, não mexi em uma vírgula sequer

Choro de derrotado

De tudo o que se pode saber sobre o tecnobrega, a principal conclusão a que se chega é que nunca existiu o tal "preconceito" de que a coluna se queixa, a cada vez que precisa fazer a defesa das aparelhagens e seus chegados. Em primeiro lugar, o fato de um jornal reservar quase meia página para patrocinar, através desta coluna, o tecnobrega, além das propagandas diárias sobre as festas, impressas em suas páginas, já mostra o crescimento e a profissionalização deste tipo de atividade. Nem cola mais dizer que porque é "cultura popular" o brega é perseguido e vítima do preconceito. Se com o termo "cultura popular" se quer definir cultura do "povo pobre", isso não tem as mínimas condições de ser aceito, pois é recorrente ver pelas ruas pessoas a bordo de picapes enormes a contribuir com a poluição sonora, através de caixas de som ligadas a todo volume, tocando tecnobrega (o policial que apreende essas fábricas de barulho também não é um perseguidor, mas cumpridor das leis que proíbem emissão de ruído acima do permitido).

Da mesma forma, os chamados DJ's, proprietários dessas parafernálias eletrônicas dificilmente podem ser considerados pobrezinhos malsucedidos vítimas de preconceito.


DJ Juninho, do Super Pop, fazendo um "S a dois" com o colunista, blogueiro e cafetão Timpin


Curiosamente, a coluna, que vinha festejando a lei do tecnobrega, mesmo sabendo da possibilidade do veto, agora a despreza, como todo mau perdedor: "Também, quem foi que disse que eu precisava dessa porcaria?". Para dar um ar de legitimidade ao tecnobrega, a coluna sugere que, ao contrário dos administradores públicos, uma maioria virtual reconhece a necessidade da lei - imaginem só, um candidato a DJ, pobre que, graças à lei, se aprovada, poderia obter recursos públicos para montar a sua... aparelhagem! Então se poderia sugerir aos traficantes pobres que, caso não tivessem o recurso para abastecer sua boca, que propusessem lei tornando as drogas legais, afinal, há consumidores para drogas tanto quanto para o brega.

Continuando a tentativa de se mostrar como uma vítima dos poderosos, a coluna procura se contrastar a supostos "assessores sentados no frio europeu das splinters"... Marxismo de meia pataca! Ou mistura de marxismo de panfleto com discurso religioso: "a voz do povo é a voz de Deus" - a grande vantagem é que na figura do "ser superior" se podem colar todas as imbecilidades possíveis, como prova a história dos massacres motivados por disputas religiosas.

Chega a ser deprimente a descrição da "tradição" como algo em que os DJs se comportam como verdadeiros debilóides. Em que contribui para a melhoria do ser humano um indivíduo que, a pretexto de animar a "massa", inventa palavras de ordem vazias, grita o tempo inteiro, e, como diz a própria coluna, "macaqueia"?? E tudo isso com as sobrancelhas tiradas e um corte de cabelo digno das páginas do caderno policial!

Como poderia o estado dar status de atividade artística a uma atividade que promove a formação de “galeras”, grupos que mais se assemelham a bandos, cuja maior característica é uma mentalidade vesga, expressa em seu vocabulário pobre e nas aspirações a ser DJ ou “a namorada do DJ”? Não vi ainda como pode o tecnobrega ser “música”, e nem o “apesar de ser barulho” pode ser justificado. Afinal, faz sentido um DJ se desculpar por estar infernizando a vizinhança, porque a cultura dele exige infernizar os outros? Creio que não.

A coluna tentou, tentou, mas não consegui dar o verniz intelectual pretendido ao tecnobrega. Colocou-se como porta-voz de uma “vanguarda” artística, supostamente desprezada pela “elite” que tem vergonha da “cultura” do seu Estado. Envereda mesmo pela defesa do plágio, como se fosse a coisa mais natural alguém pegar a obra de outra pessoa, distorcê-la e sair vendendo. Pior ainda é que, essa prática de colocar letra em melodia feita por gringos escancara a incompetência dos DJs e seus parceiros em produzir algo novo. Até onde se sabe, artista é o que cria, é o que traz o novo. É muito fácil comprar, como eles mesmos dizem, toneladas de equipamentos, aprender a distorcer a voz em algum software, despejar tudo nos ouvidos até de quem não pediu para tocar, e depois dizer que isso é arte de vanguarda, porque se trata também de “formação de redes colaborativas” “realocação produtiva do centro para a periferia”.

O tecnobrega exprime, na realidade, uma degradação cultural que começou na performances auto-depreciativas, do tipo que o “anormal do brega” fazia, chegando ao cúmulo de fazer papel de palhaço em programas em cadeia nacional. Exprime o rebaixamento da mulher a pedaço de carne que se come, como no brega da “marmita”, ou guardanapo em que se limpa a mão. Exprime a estreiteza intelectual do indivíduo para o qual a única coisa a se fazer no final de semana é ficar bêbado, escondendo, nas “letras” dos bregas, que o bêbado do fim de semana é o mesmo que espanca a mulher e os filhos, mata o vizinho (ou é por ele morto), atropela, perde a dignidade.

Têm razão os que se envergonham de ter sua terra associada a tanta coisa ruim.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Tecnomelody e o direito constitucional

Coluna publicada no jornal O Liberal em 27/04/2011

O governador do estado vetou a lei que tomba o tecnomelody como patrimônio cultural. A lei está morta. Viva a lei! O governador não poderia ter feito coisa melhor para o movimento. Manchetes espalhafatosas, gritos de indignação, slogans em nicks de redes sociais e muito preconceito saindo do armário pra bater palmas na sala de estar. Ótimo! Tudo o que o tecnomelody precisava era isso, ser pauta de um amplo debate com todas as cartas na mesa.

A razão para o veto escancara o amplo desconhecimento por parte dos gabinetes da administração pública e dos salões de coqueteis da alta sociedade belenense à cerca do que acontece de verdade nas ruas de sua cidade. Um desconhecimento voluntário de uma classe que sente medo e faz questão de fugir de uma realidade sobre a qual pesa uma responsabilidade e uma má vontade de mudá-la. O decreto no diário oficial diz com todas as letras que as festas de aparelhagens são apenas exibições de tecnologia e que nada tem de manifestação cultural e declara o projeto inconstitucional.

Os assessores do governador, a estas alturas, devem estar sentados em seus caríssimos estofados e batendo com as palmas nas coxas afirmando sorridentes: - Ra´! Rá! Sacaneamos os caras, cheque-mate! É a realidade superando a filmografia de Felline. Para estes nobres senhores, eu gostaria de fazer o seguinte questionamento, se me permitem.

Em qual outro estado, região, país ou continente existe uma festa popular, que remota uma tradição de décadas, onde a atração, o foco de atenção e idolatria, não são os músicos, mas sim os DJs que colocam para tocar e remixam músicas de terceiros. Ah! Essa é fácil, qualquer rave do planeta, dirão os apressados. E em qual rave os DJ sobem em cima da mesa de som, pulam, convocam a massa para o coro, fazem performances pirotécnicas, dançam, pulam, macaqueiam, chupam manga e assobiam ao mesmo tempo? Só no Pará, ora xongas...

É uma cultura local, não tem como se negar isso. O tecnomelody não é somente música, apesar de todo o barulho que faz, é um estilo de vida. São as aparelhagens, são os frequentadores formando as famosas equipes - existem centenas delas, Irmãs Tavares, Galera da Barca, Os Vigaristas - é o jeito de se vestir, as gírias, os slogans. E as aparelhagens são os eventos aglutinadores de todas essas facetas. Qualificá-las como simples exibicionismo tecnológico é de um simplismo atroz.

Houve gente que falou que a redação do projeto foi equivocada. Bobagem. Foi má vontade de executivo que na gafe que foi esse veto acabou por revelar quem ele realmente representa, uma elite que se evergonharia, ao viajar para poder vestir seus adoráveis casacos de pele importados, serem questionados nas festas chiques se são oriundos do estado que criou o tal tecnomelody.

Mal sabem eles o quanto o tecnomelody significa em termos de vanguarda artística, o quanto ele personifica as questões mais debatidas e pertinentes da era digital do século XXI. Estética do plágio, formação de redes colaborativas, distribuição descentralizada, realocação produtiva do centro para a periferia e por aí vai. Por isso que os gringos se encantam tanto o ritmo e a cena.
Por isso repito, o veto foi bom. Tivesse sido sancionado, todos esses esqueletos ainda estariam escondidos. Sem contar com a possibilidade de que o debate entre em pauta nacional. Deste mato ainda podem sair muitos coelhos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um dia CABULOSO para o pagode baiano

Hoje o pagode baiano sofreu mais abalos que o Japão no mês passado. Obviamente isso reflete o quanto ele avança em termos de sucesso popular, apesar de receber cobertura ZERO da mídia oficial. Não fosse o caso, os dois seguintes fatos não teriam ocorrido.

FATO 1

Pela manhã, começa a circular na Internet a notícia de que a banda de heavy metal melódico Angra, estava acusando a banda Parangolé de plágio. Segundo os cabeludos metaleiros - que fique registrado, mais no ostracismo do que profissão de datilógrafo - na música "Tomba Aê" os caras que ganharam rios de dinheiro com a infame "Rebolation" chuparam o riff de guitarra da música "Nova Era". E os metaleiros tem razão! Dúvida? Acha que isso muito surreal? Pois clique aqui e ouça com seus próprios olhos.

FATO 2

O nosso distinto cabaret deveria ganhar alguma soma em dinheiro por causa desta música, pois desde novembro era a nossa aposta para o Grande Hit Do Carnaval Baiano De 2011, em post publicado no final de novembro do ano passado. Pois vencemos a aposta. Quem aí não conhece o refrão "foge, foge Superman / foge, foge com a mulher maravilha..."?

Pois a DC Comics, editora de histórias em quadrinhos americana, através da Warner do Brasil, proibiu a banda Leva Nóiz, que toca essa música, a usar os símbolos de seus super heróis. Você consegue imaginar um chefão da editora, lá em seu escritório em Nova York escutando a música e mandando acabar com o oba oba do carnaval brasileiro? eu não, o que é uma prova de que a realidade supera a ficção.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Promoção de Aniversário do Cabaré - 2 anos



Em maio o Cabaret vai completar dois anos de existência. Foram dois anos significativos em minha vida. Foram dois anos que fizeram de mim outra pessoa. Cresci muito como ser humano, conheci muitas pessoas legais e me diverti pra cacete. Me meti em algumas confusões, mas de longe que o saldo positivo foi muito maior.
Paras as festividades da data, 25 de maio para ser mais exato (o Cabaret é geminiano com ascendência em Sagitário, como eu) estou preparando uma série de coletâneas intituladas Top 20. Será um compilação de cada um dos gêneros tratados aqui, a saber: tecnomelody, forró, brega, pagode baiano, arrocha, axé, pagode paulista, lambadão, funk, sertanejo e vanera gaúcha. No total serão 200 músicas que serão um painel da diversidade musical brasileira.

Quem acompanha o que aqui é publicado sabe que nossa maior meta é que a crítica cultural oficial do Brasil abra seus olhos para essa diversidade e deixe de tratá-la como algo menor. Essa meta ainda não foi atingida, mas algumas cabeças já foram abertas e estamos otimistas com relação ao futuro.

Estamos entrando em contato com diversas assessorias de diversos artistas, assim como alguns amigos residentes em diversas cidades do país, para conseguirmos CDs e DVDs de cada um dos dez gêneros citados. Ao cabo de todo esse trabalho vou montar um pacotão que será sorteado entre todos os frequentadores que deixarem seu e-mail de contato na área de comentários.

Tá afim? comenta lá. Quem quiser presentear o Cabaré com uma câmera digital, filmadora, modem 3G banda larga com dois de acesso livre ou uma vultuosa soma em dinheiro, que fique registrado que ficaríamos imensamente felizes, apesar de alertar que um mecenato deste naipe não está previsto pela Lei Rouanet para desconto do imposto de renda.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Gang do Eletro - eletromelody punk, singelo & desguiado

O poeta curitibano Paulo Leminski tem um livro intitulado Distraídos Venceremos. Não sou crítico literário e nem especialista em poesia, mas sempre extraí deste título a seguinte lição. Em termos de cultura em geral - e cultura pop em particular - as maiores revoluções não foram pensadas em termos de revolução, elas foram espontâneas, ou seja, os revolucionários nem sabiam e nem queriam ser revolucionários, por acaso eles estavam fazendo a coisa certa, na hora certa e no lugar certo.

Esta é a melhor descrição que encontro para o momento que a Gang do Eletro está vivendo. A música brasileira precisa de pessoas como eles, e digo isso da maneira mais abrangente possível e imaginável, desde essa MPB indie lamurienta, autocomplacente e impotente até essa música pop inexistente, que ainda se mantém na base exploração geriátrica de medlhões do século passado.


Gang no Palco do Sesc - Lá vem o Eletro!


Para a MPB o antído virá no novo disco da Gaby Amarantos - escutei uma prévia dele, sei do que falo, mas é assunto para outro texto. Já música pop, pop rock ou sei lá o quê, a Gang do Eletro é um alento. Um sopro de ar fresco, jovem ,paudurescente, divertido e repito, sem que fosse a intenção, transgressor.

Transgressor porque é punk de uma forma que nunca ninguém foi punk aqui no Brasil. Não me venham trazer à baila a cena paulista do início dos anos 80, aquilo lá era uma cópia de papel carbono da cena inglesa. Falo de uma emolução da filosofia punk para os padrões tropicais periféricos.


Ei Maderito, tu não é tudo isso! (vinheta presente em diversas músicas da Gang


Falo de se apropriar do que há em termos de tecnologia barata, de aprender a usá-la na marra para criar um som novo, enérgico, pulsante e que faça um jovem pegar dois ônibus para gastar sua merreca da salário ou mesada num show lá na caixa prego.
Maderito, um ex ofice boy de jornal. Waldo Squash, um mecânico industrial já emputecido de se melar de graxa. William Will e Keila gentil, um jovem casal que já na adolescência teve que encarar a dura realidade da criarem um filho sendo cantores de uma, dentre mais de duas mil bandas em uma cidade pobre como Belém. Eles não sabiam que era quase impossível, eles não sabiam o que era do you self do punk. Foram lá e conseguiram.


Keila (grávida) e Willian, quando ainda transitavam entre diversas bandas


E conseguiram a despeito de toda a lógica de mercado que até aqui sempre existiu. Nunca procuraram um empresário, uma loja ou gravadora. Nunca se preocuparam em gravar um disco ou até mesmo uma demo para mostrar pra alguém. Foram gravando suas músicas, enviando para as festas e para as turmas de amigos. Com passos de formiga e com muita vontade, construiram sua história.


Keila Gentil e Josué


Agora estão no sudeste. Agora estão sendo paparicados por meio mundo de gente descolada. Certeza que nesse meio encontrarão muita gente com sinceras boas intenções. Também encontrarão muito vampiro sendento pelo seu sangue bom. Estão enfim sendo descobertos. E isso é bom para todo mundo.

Claro, é bom para eles, ter seu trabalho reconhecido e colher os louros do sucesso é o mínimo de justiça que pode esperar neste mundo cão para tamanha carga de talento. Mas é muito mais bom para a música pop brasileira e para o público em geral, que já não aguenta mais ter crises de vômito e confusão mental ao ver as sucessivas listas de melhores do ano dos últimos tempos.

Não quero dizer que a Gang do Eletro seja a última bolacha do pacote. Tem mais gente aí na fila esperando sua vez para ser iluminada pelo holofotes. Mas calhou de eles serem os primeiros a chegar lá, simplesmente pelo fascínio que a expressão 'tecnobrega' e a origem amazônica causam na opinião pública cultural. Lá vem o eletro!

Gang do Eletro no Sesc Pompéia

Vou republicar aqui a minha coluna de hoje (05/04/2011) do jornal O Liberal de Belém do Pará. É a segunda vez que falo da Gang do Eletro em minha coluna semanal do jornal. Não é por menos, eles estão vivendo um momento mágico em suas carreiras. Fiz alguns acréscimos ao texto original, como a citação ao Festival Se Rasgun e a revista Rolling Stone, que na pressa de fechar o texto deixei passar. Quem quiser ler a primeira coluna sobre eles é só clicar no link: Gang do Eletro - a mais internacional do Pará.



Eles já foram tema desta coluna a seis meses atrás, mas tanta coisa (boa) aconteceu com eles nesse período que estão de volta. Estou falando dos meninos da Gang do Eletro. Foram citados como um dos destaques de 2010 no jornal O Globo. Foram considerados a revelação do festival Se Rasgun no final de 2009 (Otto, Dado Villa lobosm dentre outros, se desmancharam em elogios). Foram citados na revista Rolling Stone. Participaram da gravação do novo DVD de Gaby Amarantos que será lançado na Europa. Assinaram contrato com a Greenvision e agora tem Priscila Brasil como produtora executiva. E neste final de semana debutaram em São Paulo, apresentando-se no Sesc Pompéia.

O momento é de pré-estouro. Apesar do fato de que o público no Sesc não ter sido muito grande, vários formadores de opnião estavam lá e durante a semana muitas entrevistas já estão agendadas. O disco de estréia da Gang já pode ser considerado um dos lançamentos mais aguardados do ano.

A cada dia que passa, o talento de Waldo Squash ganha mais reconhecimento. Quando o produtor musical Carlos Eduardo Miranda chegou em Belém para a gravação do novodisco de Gaby Amarantos, chamaram Waldo para fazer as bases eletrônicas de uma música. O resultado ficou tão bom que ele acabou por fazer as bases do disco todo. E mais, Miranda já sinalizou que tem interesse em produzir também o disco da Gang.
Não bastasse toda essa série de boas notícias, banda ainda ganhou um reforço significativo, o casal de jovens cantores William e Keyla Gentil, que cantavam na banda Eletro Hits. Agora o talento nato de rapper de Marcos Maderito ganhou o acrescimo de ótimos cantores.


Keyla Pink Punk e William Will, detonando no Sesc Pompéia


Apesar da pouca idade, William e Keyla possuem uma experiência significativa. Keyla canta desde os dez anos de idade e junto ccom Willian já pssaram por bandas como Mega Teen, Aviões do Melody e AR-15, quando tiveram a resposabilidade de cobrir a vaga de Rebeca, quando a cantor saiu da banda temporariamente.

Agora como quarteto, pode-se dizer que a Gang está completa. O repertório cresce constantemente, com Waldo vivendo um momento criativo extremamente intenso. Depois de fundir ao eletromelody elementos de musica latina, Waldo está fazendo experiências com ritmos brasileiros, como musica baiana, pagode e até samba e carimbó. "Tributo a Carmem Miranda" e "Sinhá Pureza" são frutos destas experimentações.


Dj Waldo Squash & Maderito, a cozinha e a fogueira da Gang


O mercado exterior está de olho neles. Eu não duvido nada se eles estourarem em Ibiza antes do Skoll Beats. Talento e carisma para isso eles tem de sobra. O que lhes falta é apenas uma identidade visual bacana e um clipe bem feito e ambas as coisas estão sendo providenciadas por Priscila Brasil.

Não se surpreenda se daqui a seis meses eu volte a falar sobre eles de novo e desta vez não pra falar de um show para meia duzia de gatos pingados no Sesc, mas sim de uma apresentação consagradora no Domingo do Faustão, fazendo da Gang do Eletro um sucesso de massa que não se vê desde o tempo dos Mamonas Assassinas.

E pensar que o Maderito começou cantando na banda Bundas, um progeto cover dos... Mamonas. Égua que esse treco chamado destino às vezes costuma passar da conta no quesito ironia...

BAIXE O CD DE PRÉ-ESTRÉIA DA GANGO DO ELETRO - VOLUME BETA clicando neste link

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