O Rock Nacional Morreu e teve show Sertanejo no Enterro

O sertanejo substituiu o rock como a música consumida pela juventude brasileira. Se esta frase fosse escrita no começo dos anos 90, seria considerada ficção escatológica, mas na atualidade é a mais Pura Realidade.

Exaltasamba Anuncia Pausa na Carreira

Depois de 25 Anos de uma Carreira Brilhante e de Muito Sucesso, o Grupo Exaltasamba anuncia que vai dar uma 'Pausa' na Carreira.

Discoteca Básica - Aviões do Forró Volume 3

O Tempo nunca fez eu te esquecer. A primeira frase da primeira música do Volume 3 do Aviões doForró sintetiza a obra com perfeição: um disco Inesquecível.

Por um Help à Música Sertaneja

Depois de dois anos, João Bosco e Vinicius, de novo conduzidos por Dudu Borges, surgem com mais um trabalho. Só que ao invés de empolgar, como foi o caso de Terremoto, o disco soa indiferente.

Mais uma História Absurda Envolvendo a A3 Entretenimentos

Tudo começou na sexta-feira, quando Flaviane Torres começou uma campanha no Twitter para uma Espécie de flash mob virtual em que os Fãs do Muído deveriam replicar a Tag #ClipSeEuFosseUmGaroto...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Fabio Elias e as voltas que esse mundão véio sem porteira anda dando

Tá vendo esse cara empunhando uma guitarra?



Ele é Fábio Elias, ele era vocalista da banda de rock n´roll mais legal que já existiu em Curitiba, a Relespública. Era um rock inspirado na cena mod londrina do final dos anos 60. A banda inclusive gravou um DVD ao vivo pela MTV. Pois eu falei ERA vococalista da Reles. Pois o cara chutou o balde e virou cantor sertanejo, numa clara demonstração do atual zeitgeist e do quanto esse mundo dá voltas.

Essa semana ele lançou um clipe com a música de trabalho de seu novo disco. Uma vez eu entrevistei ele por MSN sobre sua mudança, sobre o cenário musical brasileiro da atualidade e também algumas futilidades, porque a gente também é gente. Infelizmente, por causa da Macumba de Marcio Victor, tive que formatar meu computador e a entrevista se perdeu.

Apresento pra vocês o clipe em primeira mão. Sai do corpo Muié!!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tributo a Carmem Miranda - o Pós-Tropicalismo Desguiado de Waldo Squash



Na hora em que bati os olhos e li na tela "Tributo a Carmem Miranda" já pensei de cara - Agora é que fudeu tudo! Isso não tem a mínima chance de dar certo, ops! errado. Foram os três minutos de espera para completar o download mais tensos dos últimos vinte e três decênios. Estou falando do link pro 4shared que estava no nick do alquimista parense Waldo Squash, o homem por tras da Gang do Eletro, apresentando o novo silngle da banda.

Ouça AGORA! enquanto prossegue a leitura deste post

Gang do Eletro - Tributo a Carmen Miranda by dafnesampaio2

Ele já tinha marcado um gol de placa com sua versão para o hit "Panamericano", só que dessa vez ele definitivamente se superou. De onde saiu a idéia maluca de criar um eletro melody em cima de músicas de Carmem Miranda provavelmente nunca vai se saber. O que está provado com o resultado que ele alcançou é que esses caras, Waldo o garoto alucinado Maderito estão prontos para os holofotes.

Inclusive recentemente eles foram citados na revista de vanguarda inglesa Wire. E olhe que a música citada foi umas primeiras da Ganga - que é como eles se autoreferem em algumas vinhetas - e considerando-se a evidente evolução constante na qualidade da produção desde então, imaginem se cai nas mãos dos gringos este "Tributo a Carmem Miranda"!

Claro que sem entender o português, um eventual inglês que escute a música vai ficar privado do humor involuntário que a simples escolha do tema possibilitou. Transpareçe na música inteira que Waldo e Maderito devem ter se divertido pacas enquanto recortavam os samples e faziam as colagens e mixagens. Mas a maestria em que o samba arcaico foi costurado com as batidas aceleradas do eletro melody garantem a qualidade internacional do produto final.

Quando apresentei o som a um amigo do MSN ele reclamou - Pow Timpas, foda pra caralho, pena que é tão curta! Eu nem tinha me ligado nisso. São tantas as referencias e nuances que nem tinha reparado que tudo se passa em pouco mais de dois minutos. Me ocorreu a lembrança dos singles do Pink Floyd na época do Syd Barret. Mas aí prensei: Nãã! Aí já é viajar demais...

Ou será que viajar demais não existe no universo da Gang do Eletro? Como dizia Napoleão Bonaparte no Sermão da Montanha:

- Vai saber...

Ps.: O amigo do MSN que falei me furou ozóio e postou um texto sobre a música no blog dele antes de mim com o título Waldo Squash, o fenômeno. Clique e leia

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Swingueira - A psicologia, a política e a economia do pagode baiano

Há de se entender o pagode baiano. Desde os tempos de bunda music do É o Tchan e de muitas descidas na boquinha da garrafa, as coisas mudaram muito. O cantor Xandy não só casou com Carla Peres como, com seu Harmonia do Samba, como acabou por catalizar um salto qualitativo impressionante na modernização do samba de roda do Recôncavo Baiano.


Xanddy à frente do Harmonia do Samba - um divisor de águas no pagode baiano


No começo quase ninguém notou. Parecia apenas um desvio do foco de atenção das bundas das dançarinas para a cintura dos cantores. Só que a transferência da batida da viola para a linhas de contrabaixo fizeram a cabeça de uma geração inteira de músicos e não tardou para que surgissem artistas revolucionários. Dois nomes se destacam nessa categoria, Marcio Victor do Psirico e Edcarlos Conceição, o Ed do Parangolé, depois Eddy do Fantasmão e agora Edcity em carreira solo.

Só que a única coisa que aproxima essas duas pessoas é o fato de dividirem a pecha de gênios revolucionários. Marcio Victor com seu samba fortemente percussivo e Edcity com seu groove arrastado. De resto, um abismo separa os dois. E esse abismo reflete muito as contradições sociais da Bahia em geral e de Salvador em particular.


Marcio Victor, o homem por trás do samba percussivo do Psirico


Na esteira da gravação de seu novo DVD, Psirico apareceu no programa da Xuxa, no Hoje em Dia na Record e em mais uma série de veículos de mídia. Já Edcity, após participar do conceituado festival Percpan - Panorama Percussivo Mundial, que visa mapear o que o planeta Terra anda inovando em termos de batucadas, obteve não apenas repercussão nula, como ainda uma nota negativa no jornal A Tarde.

Desde que Edcity deixou o Parangolé para tocar seu projeto conceitual Fantasmão que passou a ser perseguido, ignorado e muitas vezes sabotado pelo mercado do pagode em Salvador. É incompreensível que nenhum jornalista sério de nenhum veículo de imprensa local nunca tenha levantado a questão: porquê Edcity causa tanto medo no status quo pagodeiro. Em quê ele representa uma ameça?

Qualquer um - até mesmo quem não está habituado a escutar Swingueira (é assim que o pagode baiano é chamado por lá) reconhece que se trata de um som muitíssimo superior ao resto dos artistas do gênero. O Psirico também é muito superior, mas porque tudo para um e nada para o outro.

As coisas começam a fazer mais sentido quando analizamos a personalidade de cada um. Os dois vieram do gueto, só que Edcity ainda carrega o gueto dentro de si, tatuado na alma e expressa o gueto com maestria em suas composições. Já Marcio Victor é um deslumbrado. O sucesso despertou nele uma vaidade que talvez estivesse encubada desde os tempos de gueto. E a manipulação de uma vaidade alimentada por exposição midiática requer que se façam concessões.

Marcio Victor é um cara que faz conceções, já Edcity... bom, esse não capitula nunca.

Mas atribuir à vaidade de Marcio Victor todas as causas das contradições seria, além de uma injustiça - afinal o cara é muito boa gente e é dono de um enorme coração, uma análise muito rasa. Existem mais coisas embaixo deste angú.

Há algo de podre no reino de São Salvador. A capital baiana é mundialmente famosa por ser sede do maior carnaval do mundo. A festa movimenta um bilhão de dólares na economia local entre os meses de outubro e março. Acontece que esse rentável mercado só pode ser construido às custas de uma privatização que foi sendo feita aos poucos apartir da profissionalização dos blocos após a consolidação da axé music nos anos 90.

Como de resto em todo mercado que envolve grandes fortunas, não tardou a se formarem cartéis, redes de corrupção e o encrudescimento de interesses puramente comerciais em detrimento da música, da festa e da alegria, que em tese deveriam ser os fatores a nortearem um carnaval. Aqui já podemos vislumbrar o perigo que Edcity representa para esse sistema, assim como a inofensividade do Psirico.

Um mercado que fatura milhões com porcarias do tipo Rebolation, tem medo que Edcity estoure nacionalmente e revele a todos que não é necessário consumir coisa ruim, que existem produtos de qualidade nas prateleiras do carnaval baiano. Uma mentalidade rasteira, certamente, mas quando as possibilidades em jogo envolvem queda no faturamento, melhor não arriscar.

O pior é que está todo mundo envolvido no esquema. Agências de eventos, artistas, veículos de mídia e formadores de opinião. Qualquer um que se levante contra isso e tente desafinar o coro dos contentes é imediatamente censurado, ignorado e imediatamente excluído do circuito de shows e eventos. Numa terra que ainda lembra do horror da era Antonio Carlos Magalhães todos sentem medo.

Quer dizer, nem todos. Edcity está na luta. Enquanto assistimos o talento de Marcio Victor a serviço das forças do mal, quando lança como música de trabalho para o verão 2010 que com um verso que fala "chupeta na boca e na buchecha", Edcity lança o single "Nossa City" onde implora a Deus que proteja a cidade da tragédia do crack.


Edcity e cantora Aila Menezes, do novo grupo Groove de Saia numa confraternização no backstage


Uma luz de esperança para esse triste quadro revelado nessa matéria também pode ser vista na nova banda Groove de Saia, inédito exemplo de banda de pagode com vocal feminino. A cantora Aila Menezes é jovem, carismática e combativa. Com sua banda ela luta pela autovalorização da mulher, tão denegrida na imensa maioria das letras de pagode, mas sem deixar de ser alegre e dançante.

Edcity e Aila Menezes, o futuro do pagode baiano como força de expressão dentro da música popular brasileira depende muito do impacto que esses dois causarão no carnaval de 2011. Para eles, nenhuma vela acesa terá sido em vão.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Quem são as caras do forró?

Um babado forte agitou os bastidores do forró este ano, envolvendo o casal de vocalistas da banda Calcinha Preta. Em plena colheita dos louros do sucesso de "Você não vale nada, mas eu gosto de você", a banda encontrava-se em turnê pelo sul do país, quando - segundo consta na blogosfera marron - o cantor Marlus Viana flagou sua esposa, a também cantora Paulinha Abelha, em plena fornicação com outro homem.


Marlus Viana e sua digníssima esposa Paulinha Bee, ops! Abelha

A traição resultou na saída do cantor, que transferiu-se para a banda Forró GDO. Ocorre que passado pouco tempo os dois se reconciliaram e Paulinha também passou a integrar a GDO. Muita gente ficou sem entender. Tudo não passou de uma encenação, como notícias falsas plantadas na mídia para gerar marqueting para a nova banda? Configura-se o clássico caso de estarmos diante de um corno manso? Ou trata-se novamente do habitual troca-troca de cantores de bandas de forró?

Como este distinto Cabaré ainda não alimenta pretenções de integrar a blogosfera marron, não vamos ficar aqui comentando as infidelidades de Paulinha Abelha. Nem vamos ficar especulando se foi marketing ou não. O mais provável é que tenha sido mesmo mais uma dança da cadeira nos microfones de mais uma banda de forró. É impressionante a frequência com que isso ocorre. É só dar uma zapeada pelos sites de notícias de forró para constatar que mais da metade das notícias é sobre novos cantores ou cantoras.

O que se comenta no meio é que esse trânsito todo se deve a questões salariais, já que quase a totalidade das bandas de forró são propriedade de empresas e os músicos são tratados como meros funcionários. À parte do que a classe trabalhadora possa estar perdendo em termos de renda pessoal, quem perde mesmo com isso é a cena forrozeira como um todo, pois as bandas deixam de possuir uma identidade própria que garantam uma identificação forte com o público.

Fora alguns dinossauros como Mastruz com Leite, Calcinha Preta, Magníficos e Limão com Mel, são pouquíssimas as bandas novas que possuem uma liderança de palco sedimentada na consciência do público.


Batista Lima, vocalista da Limão com Mel, que além de completar 20 anos de carreira, tem uma sorte da desgrama na pescaria.

Por sorte, alguns sinais indicam que este cenário está mudando. O primeiro deles foi a gravação do primeiro DVD decente dos Aviões do Forró em Salvador no último final de semana. Que Xandy Avião e Solange Almeida não sejam figuras reconhecidas por qualquer brasileiro nas ruas - como Joelma e Chimbinha são - é uma das maiores injustiças desse país. Agora com a Som Livre se comprometendo a divulgar a banda, talvez a dupla finalmente conquiste o reconhecimento merecido.

A única coisa a se lamentar no evento foi a infeliz escalação de Dorgival Dantas como participação especial. Nada contra esse talentosíssimo compositor, autor dos maiores hits do forró da última década. A questão é: porquê não chamaram o Forró do Muído para a festa? Simone e Simaria são ícones na acepção do termo. É dar dois cliques nelas que o forrobodó está aberto. E são virtualmente desconhecidas no sul e sudeste. Desperdiçar a oportunidade de apresentá-las ao Brasil é imperdoável.

Outra banda que está conquistando seu espaço graças a um estilo bem particular aliado a figura marcante de seu vocalista é o Arreio de Ouro. Com seu vozeirão rouco e seu forró de vaquejada, o cantor Buscapé é umas das figuras mais folclóricas surgida nos últimos anos. Não se pode dizer que a banda faça um sucesso estrondoso, mas preenche uma lacuna que permanecia vazia a muito tempo, aquela parcela do público que aprecia um forró de raiz.

Por fim temos a estrela em ascenção Wesley Safadão, da banda Garota Safada. Seu mega hit "Tentativas em Vão" foi regravado pelas duplas Bruno & Marrone e Maria Cecilia & Rodolfo, o que pode catalizar o sucesso nacional da banda. Se a estratégia da Som Livre com os Aviões der certo, a Garota Safada tem tudo pra pegar carona nesse bonde.


Wesley Safadão, proprietário da bunda mais cobiçada entre as menininhas fãs de forró

Faz anos que o forró tenta sair do nicho Norte/Nordeste. Para ocorrer, basta os empresários darem um tratamento mais artístico e menos empresarial. Claro que o sul ainda associa muito o ritmo às correntes migratórias da população pobre nordestina, mas o fato de que um estado como o Rio Grande do Sul possuir várias boates forrozeiras, é um sinal de que esta percepção está mudando.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Especial Dia das Crianças

E nesse 12 de outubro, o Cabaré do Timpin comemora o Dia dos Pentelhos apresentando algumas das músicas prediletas dos filhotes do cafetão do estabelecimento.

Para começar, o primeiro áudio disponibilizado para audição da história deste blog: Gang do Eletro & Banda Eletrohits com o sensacional single "Joãozinho e Mariazinha"!!!





...

Agora uma notícia: estreou ontem o Clubinho da Maria Cecília & Rodolfo. Lá tem karaoke, um joguinho onde a criança pode vestir a dupla e também um teste pra saber se o internautinha sabe as letras das músicas. Confiram clicando no link!

...

Agora um vídeo. A música da menininha é uma das mais tradicionais do Forró do Muído. Simone consegue imitar a voz de uma criançinha tão bem que se um dia a banda acabar, sem dúvidas ela tem emprego garantido como dubladora de desenho animado. Não entendo como a A3 entretenimentos (empresa dona da banda) ainda não fez um clipe decente dessa música.



...

E pra finalizar, um clipe feito por fãs da banda mais subestimada do Brasil, o sempre genial Bonde do Maluco com a obra prima "Barata". Boa diversão!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tom Black - Do que a Bahia tem vergonha?

O Cantor baiano Tom Black perdeu a final do Ídolos. Mas o que quase ninguém sabe é que quem perdeu mesmo, na verdade, foi um ritmo musical extremamente popular no interior da Bahia e nas periferias das principais capitais do litoral do nordeste: o arrocha.



Na seção Biografia do site oficial do cantor, consta que ele construiu sua carreira tocando soul music nos barzinhos de Salvador. Achei muito estranho. Explico. Sou fã do trabalho de Tom black, mas não foi em barzinho que conheci seu trabalho, mas sim através da comunidade do Orkut Acervo Arrocha. Tom Black era cantor de arrocha.

Não bastasse a omissão deste dado em seu site, o cantor simplesmente nunca se referiu ao arrocha no programa da Record. Porquê isso? Por vergonha? Tá certo que seus arrochas tinham uma forte pegada de soul music - tanto que ele usava o jargão "groove" em suas vinhetas - e era justamente essa mistura que fazia com que eu gostasse de seus discos. Mas mesmo assim eram discos de arrocha.

O arrocha ainda é um gênero muito marginalizado e essa oportunidade perdida de chamar os holofotes para si, foi um fato lamentável em sua história. Mas não foi a primeira. O arrocha já teve outros momentos em que tinha tudo para chamar a atenção da mídia, o que infelizmente não ocorreu.

O primeiro foi a estréia do Bonde do Maluco. A originalidade dos arranjos, a qualidade instrumental, o carisma de seus cantores, a presença de palco nas performances ao vivo aliadas à quantidade absurda de hits do disco - isso para me ater apenas a essas poucas características, existem bem mais - tudo isso seria mais do que suficiente para que a obra fosse aclamada como a mais nova obra prima da música baiana.



Só que não foi assim que as coisas aconterceram. Não só Bonde do Maluco não causou o frisson que deveria ter causado na mídia, como teve suas estréia prejudicada apropriação eticamente duvidosa de suas músicas por parte de uma das maiores bandas de forró da atualidade. Foram tantas as músicas copiadas que numa determidada época os CDs promocionais da banda cearense bem que podia levar o título "Aviões do Forró cantam: Bonde do Maluco".

Sem sombra de dúvidas, para qualquer pessoa com um mínimo senso de justiça foi um escândalo. Só que a imprensa baiana ignorou isso e o Bonde até hoje tem que escutar pessoas dizendo que são eles que fazem covers dos Aviões. Porque a imprensa baiana não defendeu o Bonde do Maluco como deveria? Por vergonha? Por achar que o arrocha é uma música pobre, produzida e consumida por uma população pobre que ela gostaria que não existisse.

O axé hoje em dia rende milhões de Reais em lucros nos carnavais. Se os Aviões copiasse a maioria do repertória de uma banda de axé nova e promissora, a mídia silenciaria como fez com o Bonde? É de se duvidar.

Outra oportunidade perdida pelo arrocha também envolve o Bonde do Maluco. Foi no último Festival de Verão de Salvador. O evento contou com a presença do cantor americano Akon. O maior hit do disco de estréia do Bonde era justamente uma versão em português da música "Don´t Matter" do Akon. Ao saber disso, o americano fez questão de cantar a versão no show.



Colocar Dan Ventura do Bonde do Maluco e Akon no mesmo palco, seria um acontecimento único na história brasileira. Seria a prova dos nove quanto a quem rebola mais. E até mesmo, se permitido fosse que o Bonde tocasse a música com a sua batida e seu suíngue, um teste pra saber quem tem mais groove, o R&B do americanos ou a pisadinha dos brasileiros. Qualquer empresário visionário faria isso.

Mas não foi o que fizeram. O que os empresários do Festival fizeram foi chamar Claudia Leite. Por MSN Dan Ventura fez piada comigo dizendo que a banda não pode ir pro Fesstival de Verão porque tinha que fazer um show no interior do Piauí. A verdade é que nem telefonaram pra saber se banda podia participar.

Hoje em dia o axé gera uma lucratividade de milhões, um forte argumento para que se engula a vergonha. O pagode baiano ainda é um pouco marginalizado, mas o sucesso da "Rebolation" aponta para uma mudança no rumo do vento, mas o arrocha, esse continua sendo a vergonha velada da Bahia.

Tom Black renegou seu passado no arrocha, isso é claro. O que talvez não seja claro pra ele é que quem perdeu uma oportunidade de se destacar fazendo algo diferente foi ele. Ao contrario do que pensa o senso comum intelectual baiano, o arrocha não é um ritmo carente de qualidade. O Bonde do Maluco está aí pra confirmar isso. Apenas é um ritmo em que pouca gente arrisca na qualificação.

E Tom Black estava com a faca e o queijo na mão para conseguir isso. Seus discos eram calcados no romantismo do novo pagode paulista, com um vocal fortemente influenciado pela soul music, algo diferente e empolgante. Bastava a busca por uma batida perfeita, que acentuasse seu groove e casasse melhor com seus metais e estaríamos diante de algo muito bom.

Mas não. Tom Black se envergonha de seu passado de animador de serestas. Prefere inventar um passado fake de cantor de barzinhos.

Isso sim é uma vergonha.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sertanejo Pop

Pessoal, meu post de hoje foi uma contribuição para o site Blognejo, um dos melhores sites de música sertaneja da Internet brasileira. Confiram clicando aqui.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Jorge & Mateus consagram o Sertanejo Pop



Fazia um tempão que não escutava um disco tão perfeito. O lançamento promete ser um divisor de águas no segmento sertanejo. Morre o Universitário e nasce o Sertanejo Pop, uma cena que já começa a crescer e inclui nomes como João Bosco & Vinicius, Luan Santana. Michél Teló, todas as produções do Sorocaba - incluindo a dupla Fernando & Sorocaba - e agora Jorge & Mateus.

Eu iria escrever sobre o disco aí já era, mas o Marcus do Blognejo publicou hoje uma resenha completíssima, que apresentarei pra vocês aqui.

Leiam> Jorge & Mateus no Blognejo

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Fugidinha - A música do ano

A música brasileira, por sua rica diversidade e pelo instinto antropofágico do povo que a produz, costuma nos brindar com agradáveis surpresas. A bola da vez é o hit Fugidinha, cantada por Michel Teló, ex-vocalista da banda sul-matogrossense Tradição. Muito mais do que um sucesso nacional, a música é praticamente um dos maiores acontecimentos culturais da história recente.



A idéia a principio apontava para um resultado indigesto: um cantor sertanejo gravar uma balada composta para ser gravada por um grupo de pagode. No entanto, o talento do produtor Dudu Borges - o homem por trás do sucesso de nomes como João Bosco & Vinicius ou Jorge & Mateus e o artesão mór do sertanejo pop - fez toda a diferença. Nada de pagode vanerado ou vanera apagodada, Dudu concebeu o arranjo mantendo a extrutura padrão de ambos os gêneros, com um resultado inédito.

Mas não são os aspectos técnicos que tornam a música Fugidinha tão especial e sim o fato de que ela faz a ponte entre os dois gêneros musicais mais ouvidos pelo povo na atualidade. Basta conferir as listas de execução em rádios de todo o país, de Belém a Porto Alegre. Só que existe uma diferença fundamental entre os dois gêneros: a maneira como são percebidos pela mídia e pela crítica cultural.


O produtor Dudu Borges

A música sertaneja, graças a imensa popularidade obtida pela modernização empreendida pela chamada geração universitária, livrou-se do rótulo pejorativo de breganejo e hoje até já flerta com a MPB, como se pode conferir pelo trabalho recente da dupla Victor & Leo. Inclusive para o disco que está por ser lançado, Victor compôs uma música em parceria com Sergio Reis e Renato Texeira. Mas o ponto principal é que o sertanejo passou a ser consumido por uma juventude que não sente mais vergonha assumir isso.

Com o pagode o mesmo não ocorre. Praticamente não se vê músicas desse gênero em trilha sonora de novela. O pagode ainda é vítima de um preconceito fortíssimo. Tanto é que no verbete sobre samba na Wikipédia encontra-se uma decrição nada imparcial para seu surgimento, no inicio dos anos 90. "A indústria fonográfica, já amplamente orientada para a globalização pop, usurpou o termo pagode, batizando com ele uma forma diferente de fazer samba que guardava poucos elementos com o samba inovador da década anterior, massificando-o de forma enganosa"

Por "pagode inovador da década anterior" entenda-se a geração de Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, que estão aí até hoje, fazendo o mesmo som sem um pingo de renovação. Aqui nos deparamos com aquela tecla que já está gasta, de tanto que eu bato. A mentalidade tacanha de uma elite cultural proviciana que despreza a arte popular e que aguarda ansiosamente que esse mesmo deixe de praticá-la, torne-se uma peça de museu para assim apreciá-la em suas estantes de luxo.


O pagodeiro Rodriguinho

Negar a qualidade de produção recente das bandas de pagode é produzir material para um ensaio sobre a cegueira. O disco Ao Vivo na Ilha da Magia é um dos clássicos do cânone do samba e foi o disco mais escutado nos últimos dois anos no Brasil. O recente lançamento do Jeito Moleque, intitulado Cinco Elementos é de uma vanguarda absurda, com arranjos sofisticadíssimos. Já Rodriguinho, em seu novo trabalho, resgata a black music dos anos 70 não ficando nem um pouco atrás dos hoje cultuados discos de Cassiano e Hyldon. Os exemplos são inúmeros e por limitação de espaço vou citar apenas estes.

Nesse ponto volto a ressaltar a importância da "Fugidinha" de Michel Teló, composta por Thiaguinho e Rodriguinho e que será regravada no novo DVD do Exaltasamba. Que ela sirva como holofote que permita lançar um feixe de luz sobre o pagode e que permita um novo olhar, despido de preconceito e muito mais atento. A Musica Popular Brasileira encontra-se a anos em um estado de catatonia criativa em que nada de relevante e empolgante nos chega ao ouvido. Procura-se saídas importando referencias externas como o hip hop e a música eletrônica.

A saída, no entanto pode estar aqui meses, debaixo de nossos narizes. O Victor já está interagindo com Renato Texeira, que tal o Rodriguinho dividir uma roda de samba com Paulinho da Viola?

domingo, 3 de outubro de 2010

Movimento Fora Dagmar (fãs de Luan Santana querem a demissão de sua assessora de imprensa)



Mais de três mil fãs de Luan Santana aderiram a Campanha Fora Dagmar. Praticamente 10% da comunidade do cantor no Orkut. No Twitter o assunto bombou, através da Tag #ForaDagmar. Enquanto o assunto era discutido no tópico [notícias] da comunidade, um membro questionou se uma Tag poderia derrubar uma assessora de imprensa. É uma questão interessante.

Caso os fãs consigam derrubar a assessora de imprensa de Luan Santana, um novo precedente na história da música pop será aberto. Demonstraria não só o poder das redes sociais, como o surgimento de uma nova maneira de um astro se relacionar com sua rede de fãs. No caso específico de Luan Santana, caso a produção do cantor atendesse a esse anseio de seus fãs, seria uma atitude extremamente inteligente, pois foram os fãs que fizeram com que ele atingisse todo o sussesso que tem hoje.

Por mais que na época em que Sorocaba gerenciava a carreira de Luan CDs eram distribuídos gratuitamente nos shows, foi o boca-a-boca na Internet que fez que quando Luan se apresentasse no Faustão, a platéia inteira soubesse cantar suas músicas de cór.

Hoje em dia com as redes sociais os fãs clubes adquiriram um poder muito grande. Antigamente, quando a produção de algum artista destratava algum fã, dificilmente o fato chegava ao conhecimento do resto dos fãs. Agora não, no outro dia todo mundo estava sabendo.

Ano passado a produção da dupla Victor & Leo estava fazendo algumas coisas erradas, os fãs se mobilizaram e este texto que pode ser lido clicando aqui, fez com que suas atitudes fossem modificadas.

A quantidade de manifestações a favor do Movimento fora Dagmar é um claro sinal de que a assessora de imprensa de Luan Santana está sim prejudicando a imagem do cantor. Os depoimentos de fãs do KLB e do Jeito Moleque, bandas que ela também assessorou e também prejudicou, só vêm comprovar a incompetência de Dagmar Alba.

Por isso repito, a demissão da assessora por parte dos produtores e empresário de Luan Santana não só é necessária. Seria a maior prova de respeito aos fãs na história da musica brasileira.

Acorda Luan Santana!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Acorda Luan Santana! Manifesto pela emergência do movimento FORA DAGMAR!



Dagmar Alba. Anotem esse nome. Esta criatura certamente entrará para a história da musica brasileira. E por diversos méritos. Mas antes de listá-los, vamos fazer um breve resumo biográfico da figura.

O KLB era uma banda com um investimento milionário, alta exposição na mídia, uma banda-família extremamente carismática e com um vocalista bonito e talentoso, com milhares de fãs adolescentes. Dagmar Alba conseguiu destruir a carreira da banda.

Graças as qualidades profissionais de suas costas quentes, conseguiu ser indicada para assessorar uma emergente banda de pagode, o Jeito Moleque.

Na época os caras tiveram uma idéia genial: compensar com o plantio de árvores o gás carbono emitido em seus shows, assim como reciclar todo o lixo produzido em suas apresentações. Projetos semelhantes a esses só se encontram no primeiro mundo, em bandas como Radiohead e Pearl Jam. Pois os caras gravaram um DVD em Manaus pra consagrar seu projeto ambiental e advinhem. Ninguém ficou sabendo. A repercussão na mídia foi NULA.

A produção do Jeito Moleque, naturalmente, recindiu o contrato da assessora. O contrato era de trabalho temporário. Insultada - e talvez até mesmo surpresa - pelo fato de que o talento profissional de suas costas quentes tivesse sido tão aviltosamente posto em cheque, colocou os pagodeiros no que ela julgou ser o seu devido lugar, na Justiça Trabalhista.

Mas a estrela de Dagmar Alba não é de pouca magnitude. O talento profissional de suas costas quentes não se deu por rogado e lhe conseguiu uma indicação para assessorar outro talento emergente. O futuro ídolo teen sertanejo que até a cadela da minha vizinha sabia que tinha 110% de chances de estourar, Luan Santana.

Quando Luan caiu nos braços de Dagmar, estava em plena ascensão, oriundo de uma ótima produção e gerenciamento de carreira do escritório do cantor Sorocaba, que faz dupla com Fernando e com um ótimo DVD gravado em Campo Grande, que seria divulgado pela Som Livre. Um trabalho que não tinha como dar errado. Certo? Errado!

No começo tudo parecia estar indo bem. Luan Santana na Hebe Camargo, no Raul Gil, no Faustão, no Fantástico, na Malhação e por fim no coração de mais de 300.000 seguidores no Twitter. Aí os problemas começaram a aparecer. Fãs sendo impedidas de entrar no camarim e ainda sendo tratadas com violência pelos seguranças. Jornalistas sendo distratados - um inclusive um teve seu microfone jogado no chão pela própria Dagmar. Micos em programas de rádio. Veículos de mídia sendo desprezados. Blogueiros de destaque sendo desprezados. Mas o pior, a cereja do bolo embatumado de Dagmar Alba. O fracasso em encerrar o debate em torno da sexualidade de Luan Santana.

Já se passou um ano e a expeculação não acaba. Mancadas extratégicas pantagruélicas foram cometidas no processo. O plantio na mídia de fotos com uma falsa namorada. Presença no multishow com uma monera acompanhante fake. Pose de cachorro que muito late e pouco morde no domingão do Faustão. Minha vovó já dizia: muito mel, pode ser fique doce demais. E é justamente o que está ocorrendo.

Todo esse falatório de Luan Santana na mídia, se reafirmando constantemente um machão galinha e traçador de fãs, está arruinando sua imagem e sua reputação. Se considerarmos aquele jovem cantor, competente e carismático, que gravou seu DVD para uma platéia de mais de 70.000 pessoas, nunca se imaginaria que em um ano enfrentaria problemas de imagem. Pois é meus queridos leitores, Dagmar Alba consegue. Dagmar Alba tem o poder.

Estou falando tudo isso porque Luan Santana não mereçe tamanho infortúnio. Nem Luan, nem sua legião de fãs e muito menos a música brasileira em si. Luan Santana é de extrema importância para a música brasileira. Luan Santana é o futuro, ele representa a salvação da música pop nesse país. Por mais que seu som tenha sido concebido por Sorocaba, é Luan Santana o ícone que representa um novo tempo. Um tempo em que a música sertaneja evoluiu para se tornar o novo ritmo consumido pela juventude. Um ritmo que, ao contrário do rock, é genuínamente nacional e com potencial de exportação.

Que uma única pessoa - e ainda por cima com um nome esquisito desses: Dagmar Alba - atrapalhe isso, é algo inadmissível. Uma campanha, movido pelos inumeráveis fãs clubes que o cantor tem pelo Brasil afora, é de extrema urgência. Fora Dagmar! Esse é o grito de guerra que toda a família Luan Santana deve fazer. No Orkut, no Twitter, no Facebook, em todas as redes sociais possíveis e imagináveis.

Arruinar a carreira de Luan Santana. Esse mérito Dagmar não pode acrescentar ao seu imenso currículo de patuscadas.

Por fim, e também para que isso tudo não soe trágico demais, na semana passada algo cômico se passou nos corredores de um hotel de Belém do Pará. Um cantor de um anacronismo crasso, totalmente soterrado nas areias do esquecimento, o lambadeiro Beto Barbosa, deu um chute em Dagmar Alba. Não foi de uma eficiência desejável, acertou apenas o braço dela, mas materializou o desejo de muita gente desse país.

Agora só falta Luan Santana chutar ela. Mas não no braço e sim na bunda. Atenção Família Luan Santana. Uní-vos! Twitter Now!! Fora Dagmar!!!

...

Para acompanhar o decorrer da campanha FORA DAGMAR! sigam este blog no Twitter

Parece que o Luan já está meio que perdendo a paciência com a Dagmar, vejam este divertido vídeo:

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More