O Rock Nacional Morreu e teve show Sertanejo no Enterro

O sertanejo substituiu o rock como a música consumida pela juventude brasileira. Se esta frase fosse escrita no começo dos anos 90, seria considerada ficção escatológica, mas na atualidade é a mais Pura Realidade.

Exaltasamba Anuncia Pausa na Carreira

Depois de 25 Anos de uma Carreira Brilhante e de Muito Sucesso, o Grupo Exaltasamba anuncia que vai dar uma 'Pausa' na Carreira.

Discoteca Básica - Aviões do Forró Volume 3

O Tempo nunca fez eu te esquecer. A primeira frase da primeira música do Volume 3 do Aviões doForró sintetiza a obra com perfeição: um disco Inesquecível.

Por um Help à Música Sertaneja

Depois de dois anos, João Bosco e Vinicius, de novo conduzidos por Dudu Borges, surgem com mais um trabalho. Só que ao invés de empolgar, como foi o caso de Terremoto, o disco soa indiferente.

Mais uma História Absurda Envolvendo a A3 Entretenimentos

Tudo começou na sexta-feira, quando Flaviane Torres começou uma campanha no Twitter para uma Espécie de flash mob virtual em que os Fãs do Muído deveriam replicar a Tag #ClipSeEuFosseUmGaroto...

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sete estudantes paraibanas alegam serem autoras do hit "Ai se eu te pego"

Prestem atenção nestes sete nomes: Marcella Quirino Ramalho, Maria Eduarda Lucena dos Santos, Amanda Borba Cavalcanti Queiroga, Karine Assis Vinagre, Aline Medeiros da Fonseca, Thayná Braga Borges e Amanda Grasiele Mesquite Teixeira da Cruz. Elas são estudantes da Paraíba e alegam serem as verdadeiras autoras do multimilionário hit planetário "Ai se eu te pego" de vez sabem quem.


Segundo elas, inventaram o famigerado refrão (e a dança, inclusive) dentro de um avião, em uma viagem para a Disney. Um ano depois, em viagem a Porto Seguro, na Bahia, três delas teriam apresentado a brincadeira a Sharon Acioly, que teria convertido a coisa num funk. O resto é história.

Confiram o vídeo que as meninas estão usando como prova.


Mais detalhes nos seguintes links:


Assim que conseguirmos contatar Sharon, publicaremos aqui sua resposta. De novo!!

Simone e Simaria saíram do Forró do Muído (e mais um falcatrua da A3 Entretenimentos)



O que há dois anos parecia impossível acabou acontecendo. A banda Forró do Muído esfacelou-se. Nenhum comunicado oficial foi emitido para a imprensa ainda e o barulho e a confusão nas redes sociais estão grandes. Mas alguns padrões já podem ser identificados nesse caos todo. Vamos aos fatos.


Desde o início do ano começaram a circular rumores de que Simone e Simaria estariam saindo do Muído. Depois passou a ser comentado que duas cantoras, originárias da música sertaneja, estavam em Fortaleza ensaiando nos estúdios da A3 Entretenimentos.

Na tarde de ontem (30 de janeiro de 2012), o radialista Bezerrão, da A3 FM de Fortaleza, anunciou com toda a pompa possível - com presença ao vivo do Poderoso Chefão Isaias CDs - o lançamento da nova banda da casa: As Coleguinhas do Brasil. E pasmem! Apresentou também as duas cantoras da banda, as goianenses de Rio Verde, a dupla sertaneja Nathalia & Camilla. Ainda segundo Bezerrão (e Isaias) o Forró do Muído não acabará e outras cantoras serão contratadas. E Simone e Simaria? Bom, as duas sairão do Muído, da A3 e não podem usar a expressão "Coleguinhas" que elas mesmo criaram, posto que seus ex-patrões registraram a mesma em cartório.

O que se viu em seguida, no Twitter, foi algo inédito. A revolta dos fãs atingiu proporções gigantescas e a TAG SimoneeSimariaAsVerdadeirasCOLEGUINHAS imediatamente foi parar nos Top Trends Mundiais. Detalhe curioso: no mesmo momento a TAG #ColeguinhasDoBrasilEstouramnoBezerrãoA3FM foi parar nos Top Trends, também, mas nos Top Trends de... Fortaleza!

Que a A3 Entretenimentos, em geral, e Isaias CDs, em particular, não possuem boa fama no mercado do forró, por nunca terem ouvido falar do termo ética, isso já é fato público e notório, mas agora ao se apoderarem da expressão Coleguinhas - muito cara, no coração de milhares de fãs - acabaram por cutucarem um vespeiro. Experiência na área de apropriação indevida de músicas, idéias e slogas, a empresa já tem muita. Na época em que contrataram a cantora Samyra Show, fizeram uma dessas. Samyra cantava na banda Forró Real, cujo slogan era "a banda dos plays". Ao montar uma banda com Samyra, qual foi o nome escolhido? Forró dos Plays, que estão na ativa até hoje. Simples assim.

O poder de fogo da nação de fãs do Muído já foi demonstrado no primeiro semestre, quando Binha Cardoso foi substituído por Alnaldo Merloto. A substituição não foi bem aceita e a pressão foi tão grande que a A3 precisou voltar atrás e trazer de volta o antigo cantor para o posto de onde nunca deveria ter saído. Que isso sirva de alerta para o que está por vir. Se por um acaso essa tal Coleguinhas do Brasil, com Nathalia e Camilla à frente, vier realmente a existir, será a banda mais escurraçada da história do forró e dificilmente irá construir uma comunidade consistente de fãs.

A A3 Entretenimentos deu as cartas no mercado do forró na década passada, mas parece que os ventos da mudança estão chegando. Seu cavalo de batalha, os Aviões do Forró, já não são mais os mesmos e desde que Solange Almeida fez sua cirurgia de redução de estômago e virou uma pin-up, anda voando cada vez mais baixo. Basta obervarem com atenção as cenas de seu DVD gravado em Salvador. Solange visivelmente se acha a nova Ivete Sangalo e não se admirem se qualquer hora dessas ela não comunique que quer sair da banda, derrubando de vez o barraco de Isaias CDs.

Se isso um dia acontecer - e a casa da A3 cair junto - lembrem-se com carinho desse Cabareé, que sempre lutou contra os desmandos nos bastidores da produção musical brasileira. O que os fãs de Simone e Simaria irão fazer daqui pra frente, ainda é um mistério, mas eles podem ter certeza de que podem usar esse nosso espaço para externarem sua raiva. E rogarem suas pragas. E organizarem protestos na frente da sede da A3. A imaginação é o limite e a justa indignação deles não tem limites. É, em 2012 vai pegar fogo o Cabaré!!!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O primeiro dia de Timpin como patrão de verdade


Este foi o terceiro ano de atividades de nosso distinto Cabaret. Tal qual uma empresa comercial, sobreviver a esses três primeiros anos é fundamental. A grande maioria desiste no primeiro ano, só porque não bombou logo de começo. A pequena maioria acaba mandando meia duzia de comentaristas do contra pra puta que o pariu e apaga o blog para o bem da própria saúde. Só ao final do terceiro ano que os verdadeiros guerreiros começam a ser identificados. Estamos nesta categoria. Oi mãe! Olha eu aqui! E tal qual uma empresa comercial, encerramos o terceiro ano com um corpo de funcionários: a secretária Julielma.
E é com orgulho que confeccionamos um recibo em vídeo para o pagamento do primeiro salário para a subalterna. Taí a prova!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sertanejo e Forró - Retrato de uma relação promíscua

No post anterior falei sobre a grande ausência de hits baianos neste carnaval. Mas a coisa não está feia só por lá. O forró também vive um período muito confuso, onde a cada semana surge uma música que todos dizem ser o sucesso do verão, sem que nenhuma delas emplaque incontestavelmente no gosto popular. É cedo para se fazer uma avaliação definitiva, mas alguns aspectos globais já podem ser analisados.

Em primeiro lugar é inequívoco que 2011 foi um ano bastante peculiar, que foi inaugurado com dois hits arrasa-quarteirão: "Minha Mulher não deixa não" de Reginho & Banda Surpresa (posteriormente regravada centenas de vezes) e "Assim você me mata" de Michel Teló (anteriormente regravada centenas de vezes). Juntas, as duas músicas jogam um pouco de luz sobre ano confuso.

A primeira música praticamente inaugurou uma nova era no mercado da música sertaneja. O fato de originalmente ser um brega criado nas periferias da Grande Recife, contribui ainda mais para a peculiaridade do momento atual. Nos últimos anos, os artistas de forró regravavam e incluiam em seu repertório de shows quase todos os grande sucessos sertanejos. O contrario era mais raro, poucos artistas sertanejos regravavam sucessos do forró. O diálogo entre os dois mundos praticamente não ocorria. Era como se Norte/Nordeste fossem um país e Sul/Sudeste. "Minha mulher não deixa não" derrubou essa barreira.

Em um primeiro momento, o casamento do sertanejo com o forró seria digno de uma grande festa, o problema é que essa relação começou promíscua.

Para se entender como isso aconteceu (e se bobear tudo o que está acontecendo agora) é preciso trazer à baila um nome: Marquinhos Audiomix. Ele é considerado o homem mais poderoso da musica sertaneja atual e tem em seu cast Jorge & Mateus e Gusttavo Lima, dentre outros. E o quê esse cara fez? Ele importou todo o modus operandi da máfia que se instalou no mercado do forró (e que já foi denunciada aqui no Cabaret no Wikileaks do Forró) para o mercado sertanejo.

Basicamente esta máfia está acentada em um tripé:

- Discos Promocionais Invendáveis, que justamente por não serem comercializados, driblam a incômoda (para os empresários) questão dos direitos autorais.

- Venda de shows para grandes eventos com escalação casada, ou seja, o empresário usa um nome de grande peso que ele possui em seu escritório, para garantir que outros artistas de sua empresa possam aparecer e tornarem-se conhecidos. Com ampla distribuição de CDs promocionais nesses eventos, naturalmente.

- Lançamentos de singles de musicas estouradas na Internet, na própria Internet. Essa prática foi criada este ano, por conta das demandas criadas pelo caso "Minha mulher não deixa não".

Lógico que um esquema desses é extremamente pernicioso, pois privilegia os detentores da maior quantidade de capital de giro (aumentando ainda mais essa quantidade) e também a busca por sucessos fáceis e rápidos. O forró já vem sofrendo as consequências dessa máfia a uns quatro anos, o sertanejo a conheceu em 2011. Isso explica a quantidade recorde de regravações toscas este ano.

O que a equipe de Michel Teló fez foi pegar esse esquela e injetar milhões e mais milhões de reais em mídia em cima dele, através de uma música que a mais de seis meses já fazia sucesso no nordeste. Não tinha como dar errado, posto a quantidade de dinheiro que Teló tem na carteira. Desde seu lançamento em agosto, até seu estouro mundial em dezembro, foram caminhões e mais caminhões de dinheiro investidos.

Isso também explica parcialmente o porquê dos novos sucessos surgidos no forró não conseguirem emplacar. "Ai se eu te pego" voltou para o nordeste na forma de uma terrível ressaca. Os parâmetros de sucesso ficaram confusos e megalômanos. Um sentimento de urgência tão grande se instalou na busca do próximo hit, que acabou gerando atitudes capazes de constranger cercas de arame farpado, como a criação de músicas cujo tema foi um dos Top Trends mais sem noção do Twitter em toda sua história: "Luiza está no canadá".

Nós já fomos mais inteligentes e mais criativos. Mas este blog é otimista quanto ao futuro da música brasileira e acredita que denunciando todas essas mazelas, estará cumprindo seu papel histórico. Aguarde em breve, mais matérias sobre esse assunto inesgotável. A única coisa que esse mercado predatório criou de realmente novo, foi o verbo mafiar, ou seja, sabotar artistas, músicas, carreiras e shows. Tem uma música do Metallica que ilustra bem isso: Sad But True.

Magary Lord - A grande zebra do Carnaval Baiano de 2012

Primeiramente vamos aos fatos. Em janeiro de 2010, o Brasil inteiro já estava cantando e dançando Rebolation do Parangolé. Em janeiro de 2011, o Brasil inteiro já estava cantando e dançando Liga da Justiça do Levanóiz. O que eu questiono aqui é o seguinte. Em em janeiro de 2012, nenhuma música saiu da Bahia pra dominar o Brasil. O que está acontecendo com o Pagodão Baiano, está perdendo expressividade, criatividade ou o quê?
Edcity está trabalhando a "Pampam Raram Pampam", que eu me envergonho até de escrever o título, quanto mais comentar sobre a música. Psirico resolveu atacar de hino GLBTS com sua "Bate Cabelo". Basicamente é só, o resto são bandas alardeando terem o sucesso de verão sem passar disso, puro alarde.

No inicio do ano passado, em um post intitulado "O Pagode Baiano e seus impasses" escrevi a seguinte sentença:

"Depois de um dos carnavais baianos mais brocoxôs da história de Salvador, o pagodão, swingueira, quebradeira ou sei lá que nome que se dê pro que se faz por lá apartir da matriz primordial do samba de roda, esse ano será crucial. Ou alguém tem o grande insight que detone a revolução ou os livros de história para sempre dissertarão sobre a cena que tinha tudo acontecer e que não aconteceu."

Ao que tudo indica ninguém teve o tal grande insight. Ou teve? Tem um cara que a cada semana chama mais a atenção para si em Salvador. Já é considerado por muitos como a grande zebra do carnaval baiano. Seu nome é tão improvável quanto a sua música: Magary Lord. Em seu release, consta que seu som é uma mistura de Semba (ritmo angolano), black music, rock, reggae, funk, soul e ritmos tradicionais do recôncavo baiano como o Samba de Roda e o Samba de Bordão. Caetano Veloso, Regina Casé e o ex-jogador Ronaldo Nazário já foram conferir os ensaios do rapaz.

Um dos pontos altos de seus cada vez mais concorridos shows é quando sua filha, a pequena Kalinde, sobre no palco para cantar a versão de Billie Jean de Michael Jackson. Nessa hora mais crianaças costumam subir ao palco e vira a maior bagunça. Epa! Péraí? Crianças num gênero famoso por seu apego a letras de putaria e duplo sentido? Pois é, Magary Lord gaba-se de suas composições da seguinte forma: "Minha música é sem palavrão. Música sem baixaria. Música sem bundinha. Música sem rimar melão com mamão."

Na época dos primórdios do Fantasmão o cantor Eddy (atual Edcity) já tentou qualificar as letras do pagode baiano, será que Magary Lord dará o passo além que nunca foi dado, nem pelo próprio Eddy? o Jeito é esperar por fevereiro e prestar muita atenção nas pipocas de Salvador.

Segue o vídeo "cartão de visitas de Magary Lord."


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Cabaret Futurologia

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Fecharam o Megaupload, se fecharem o 4shared a casa da música brasileira cai

Fecharam o Megaupload, um provedor de arquivos para downloads. Trata-se de uma campanha agressiva capitaneada principalmente pela idústria fonográfica junto ao congresso americano. Ao que tudo indica-se de uma das últimas e mais desesperadas reações de uma indústria decadente contra a pirataria. Acontece que se lá fora a pirataria é um problema, aqui no Brasil é o contrário, a pirataria foi uma solução. Se a medida se estender e, por exemplo, se fecharem o 4shared, será uma tragédia para a música brasileira. O tecnobrega, o forró, o arrocha e o pagode baiano, só nos ater a esses quatro exemplos, dependem deste site para sobreviverem enquanto mercado e infraestrutura para a criatividade.


Vamos listar aqui quatro exemplos de projetos fundamentais para esses quatro gênenos citados, que serão varridos do mapa caso o 4shared seja deletado.

Tecnobrega

A mais de três anos, o Capitão Alberto comanda, apartir do escritório de Departamento Pessoal de uma madereira do inteiror do Pará o site Tecnomelody.com. Inicialmente um site que postava links para download, em pouco tempo virou uma febre e atualmente virou um ponto de encontro de milhares de fãs de tecnobrega, que interagem no chat, ouvem músicas em streaming ou prográmas de web rádio. O tráfego diário atinge uma média de cinco mil acessos diários.

Forró

Existem dezenas e mais dezenas de comunidades no Orkut para downloads de shows e discos promocionais, mas a Rede Forrozão a N.1 tem quase duzentos mil membros e milhares de atualizações diárias. Praticamente todos os shows de forró são gravados e todos são postados imediatamente nesta comunidade. A prática acabou se tornando um hábito, a pessoa assiste ao show e quando chega em casa já baixa pra poder escutar. Tanto que os grandes fãs de forró praticamente nem escutam mais os discos promocionais, mas sim os shows mais recentes.

Swingueira (pagode baiano)

Adoro Meu Pagodão é outra comunidade que virou febre, tem fãs e tornou-se um grife. Até camisetas com o logotipo da comunidade existe e são sorteadas em promoções. O projeto evoluiu para um site atualmente muitas bandas pagam taxas para terem seus lançamentos em destaque no perfil oficial. O espaço também é utilizado para a divulgação de notícias e também de shows, como ocorre com o forró

Arrocha

A exemplo de Alberto do tecnobrega, Marcelinho também começou sua comunidade Acervo Arrocha sem ter sequer computador ou conexão em casa, fazendo tudo clandestinamente apartir de seu trabalho. Inclusive essa história já foi contada aqui. Clique e confira a Fantástica Fábrica de Arrochas. Essa comunidade inclusive contribuiu em muito para e evolução do arrocha, um ritmo que até em seu próprio estado, ainda é visto com desdém. E talvez justamente pela liberdade proporcionada pela falta de patrulhamento, seja um dos ritmos brasileiros que mais inovam e que mais influência subreptícia acaba causando em outros gêneros, chegando até no sertanejo.

Por enquanto parece que a ficha não caiu pra esse pessoal. Se a campanha dos políticos americanos for levada em diante e por um azar burocrático a próxima vítima após o Megaupload for o 4shared, o estrago terá proporções incalculáveis. É preciso se antecipar, os donos dessas comunidades - e das outras também - devem mobilizar seus membros e seguidos a fazer bastante barulho nas redes sociais, porque os burocratas americanos não sabem nem onde fica o Brasil, quanto mais que aqui se ouve arrocha, swingueira, forró e tecnobrega.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Forró 2011 - Os Melhores Discos

Fazer uma lista de melhores discos de forró do ano não é uma tarefa fácil. Muitas bandas lançam praticamente um disco promocional por mês. Como o repertório varia muito, assim como a qualidade das gravações, é um trabalho de garimpagem. Mas está longe de ser chato ou monótono. Como muitos fãs tratam suas bandas quase como torcedores fanáticos de times de futebol, é provável que algumas reclamações sejam feitas na caixa de comentários. Como isso é um Cabaret mesmo, não temos medo de confusões e de alguém achar ruim, podem postar suas próprias listas nos comentários. Se alguma for melhor que a nossa, não nos furtaremos em postar aqui como destaque. Eis a lista:

Gleydson Avião - o verdadeiro criador do forró século XXI

10- Aviões do Forró - Ao Vivo em Salvador

Era a grande chance dos Aviões do Forró, via Som Livre e tudo o que ela acarreta, finalmente estourarem no sul e sudeste e derrubar o muro de preconceito que esta região alimenta contra o forró. Infelizmente o repertório fraco e os arranjos bunda moles comprometeram tudo. Nem parece os Aviões do tempo do "Risca faca" e "Beber, cair e levantar". Não fosse a importância que o nome da banda tem na história do forró, nem estariam aqui. Esta décima posição pode ser interpretada como menção honrosa pelo conjunto da obra.

9- Gaviões do Forró - Ao vivo em Carnaíba PE

Chega ser uma ironia os Gaviões estarem uma posição na frente dos Aviões. Não é apenas uma letra a mais no nome, nem a posição nesse rancking que aproximam essas duas bandas, mas sim suas origens. Quem inventou o forró com pegada de vanerão, foi o cantor Gleydson Gavião, isso lá no começo do novo século. Na época Isaias CDs era empregado de Gleydson. Após ser demitido, Isaias montou o genérico Aviões, copiou umas músicas (e o conceito inteiro) e por contigências de percurso, acabou se destacando. Agora os Gaviões estão voltando com tudo, como novos empresários e com o tesão renovado.

8- Forró di Taipa - Promocional Setembro 2011

Originários da região do Cariri, interior do Ceará, o pessoal do Forró di Taipa transpira autenticidade. O cantor Nego Rico é praticamente uma figura folclórica e a banda te uma segurança e autoconfiança veterana em suas apresentações. Recentemente o time teve um reforço significativo, a cantora Elayne Moreno, originária da banda Líbanos. Baixinha e moreninha, apesar de jovem, a menina tem uma presença de palco encantadora. Volta e meia um estrela nasce no mercado do forró e este parece ser o caso de Elayne. Forró di Taipa se destaca ao vivo, seus shows são cada vez mais bem cotados. Esse nome ainda vai dar o que falar.

7- Deixe de Brincadeira - DDB Retrô

É de Currais Novos, interior do Rio Grande do Norte uma das mais gratas surpresas de 2011. Apartir de uma pegada pé de serra, mas com instrumentos modernos e um repertorio essencialmente de versões, a Deixe de Brincadeira gravou esta pequena pérola gostosa de se ouvir. Comecando com"Essa tal Liberdade" dos pagodeiros do Só pra Contrariar e terminando com "Meu Erro/Lanterna dos Afogados" dos Paralamas, a banda liderada pelo cantor e sanfoneiro Giuliam Monte é mais uma prova do poder antropofágico do forró, que é capaz que reverter qualquer canção para o ritmo e botar o povo pra dançar.

6- Boca a Boca - Promocional Junho de 2011

Concebida pelo produtor musica Luis Netto, desde 2009 a Boca a Boca desenvolve seu xote swingado sob o comando do casal de cantores Coronel Alves e Manú Castro. Em maio deste ano no entanto, um acrescimo veio trazer toda a diferença: o cantor Binha Cardoso que havia se deligado do Forró do Muído, descontente com a direção sonora que a banda havia assumido. O resultado foi esse promocional acima da média, extremamente dançante onde Binha dá o máximo de si, passando a sua mensagem através da música e essa mensagem não podia ser mais clara, diante de toda a produção de qualidade duvidosa no mercado atual, ela diz assim: "-É assim que se faz!"

5- Arreio de Ouro - Promocional Outubro de 2011

Já fazem alguns anos que a Arreio de Ouros vem se destacando na vertente chamada forró de vaquejada, um som com uma pegada mais de raiz, com fortes influências do aboio, o lamento dos vaqueiros. O cantor Buscapé é outro que já é figura folclórica no forró com seu idefectível boradão do "tchê, tchê, tchê!". O diferencial neste CD é a qualidade de gravação do pessoal do Hall Stúdio Móvel, que este ano inaugurou um novo paradigma de qualidade, que muitos gravadores precisarão correr atrás. Com a qualidade intrísceca do repertório, só faltava uma gravação dessas para colocar a banda em qualquer Top 10 de forró. Demorou!

4 - Limão com Mel - Um show de Emoções

De Salgueiro, Pernambuco, para o mundo. O grau de sofisticação dos shows da Limão com Mel não encontra concorrência à altura no mercado do forró. Em um ano em que Aviões do Forró lançam um DVD pela Som Livre e a Calcinha Preta grava seu ambicioso "360 graus", a Limão acabou levando a taça de melhor DVD do ano. "Um show de emoções", gravado no Chevrolett Hall do Recife faz jus ao nome. Com arranjos orquestrados e participações especiais que vão do cantor sertanejo Edson ao padre Antonio Maria, durante as 27 músicas o que se vê é realmente um espetáculo. Troca de cenários, de figurinos do ballet e de cantores, sempre conduzidos pelo experiente Batista Lima, que com mais de 20 anos de carreira, ainda canta como um iniciante que quer marcar seu lugar ao sol. Bobagem, a vaga da Limão com Mel no cânone histórico do forró está garantida, mas é bom que a banda siga assim, tentando se superar a cada projeto.

3- Forró da Curtição ao Vivo em Tibaú RN

Advinhar tendências e qual será a próxima banda a estourar é arriscado, mas é divertido. Não é apenas uma questão de chute ou de intuição, com o tempo se adquirie algumas técnicas, uma delas é observar se a banda está em processo de evolução ou se encontra satisfeita com o próprio som. O Forró da Curtição se enquadra na primeira categoria. Ele da Piauí e ela de Pernambuco, o casal Fabinho e Gil Mendes se conheceram no Ceará, quando integravam a banda Forró Real e nunca mais se separaram. Apesar de possuir menos de um ano de existência, a evolução da Forró da Curtição salta aos olhos e ouvidos. Basta escutar o promocional de verão de 2011 e este aúdio do DVd gravado recentemente em Tibaú. O repertório é inteligentíssimo, uma celebração dos maiores sucessos forrozeiros de 2011. De todas as bandas desta lista, se tem uma que tem tudo pra explodir em 2012, ela chama-se Forró da Curtição.

2- Garota Safada - Forró na Balada

O nome dele é Wesley Safadão, o grande astro a despontar no forró nos últimos anos. Desde 2009 que a Garota Safada encontra-se numa espiral ascendente, lançando uma média de um CD promocional por mês, azeitando o repertório, a sinergia de grupo e o que é melhor, os arranjos, cada vez dançantes e voltados para a balada. Depois de um longo período sem lançamentos oficiais, a banda fechou contrato com a Som Livre, foi pra Natal no Rio Grande do Norte e gravou este show que é uma das grandes oportunidades que o forró tem nas mãos de romper o nicho de mercado e fazer sucesso no sul e sudeste. Aqui a sequencia de promocionais no currículo revelou-se um trunfo imbatível, os já classicos no norte, mas desconhecidos no sul enfileram-se: "Fui clonado", "Tentativas em vão", "Escravo do amor", "Vai esperar", o CD é empolgante do inicio ao fim. No decorrer do ano a banda foi acusada de regravar diversos sucessos de outros artistas, mas ao contrário da maioria da concorrência, todas as regravações foram feitas com o consentimento dos autores, num claro exemplo de ética e respeito. Um exemplo a ser seguido por todos, num claro sinal de que talvez o futuro do forró esteja nas mãos (e na voz) dele, Wesley Safadão.

1- Forró do Muído - Volume 9

Quando o Forró do Muído anunciou seu novo disco de carreira e a volta de Binha Cardoso pros vocais, quase ninguém acreditava mais no poder de fogo da banda. Foi um ano difícil, atormentado pela passagem infeliz do cantor Arnaldo Merlotto, por boatos da possível saída de Simone e Simaria para uma carreira solo e de brigas internas na A3 Entretenimentos. Mas a história revela que, quando se trata de artistas de verdade, as dificuldades acabam por se revelar como insentivo para grandes criações. Foi o que aconteceu com o Muído quando entrou em estúdio para gravar este Volume 9, deram o máximo de si e o resultado não só é o melhor disco da carreira da banda, mas um dos melhores lançamentos da música brasileira como um todo. Estão lá todos os elementos que fizeram a fama da banda: a pegada pé de serra, a zabumba e o triângulo em primeiro plano, o sax cool que moderniza o swing, o repertório jovem e descontraído, as carismáticas coleguinhas enfileirando seus jargões e Binha Cardoso, se sentindo mais em casa do que nunca e fechando o ano como um dos mais positivos de sua biografia. Afinal de contas, é a única pessoa a aparecer duas vezes nesta lista. Desncessário e inútil pincelar uma ou outra música pra comentar aqui, este disco é daqueles pra dar play e escutar inteiro. E depois de novo e de novo e de novo. Repito, o Volume 9 no Muído não é apenas o melhor CD de forró do ano, mas o melhor CD de música brasileira de 2011, podem anotar!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Michel Teló & Hitler

Sem mais...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Mariana Ximenes como Joelma da Banda Calypso no cinema

A atriz Mariana Ximenes está acertando para interpretar Joelma no filme sobre a banda Calypso. Para o papel de Chimbinha a ideia inicial é Daniel Oliveira, que já interpretou Cazuza, mas a agenda lotada do rapaz está dificultando as negociações.

Música Original Brasileira - PopMob ou a mudança de paradigma na música brasileira

Quem acompanha nosso blog a mais tempo sabe de nossa jihaad para que a música verdadeiramente popular seja reconhecida como manifestação genuinamente popular. A maior parte da crítica cultural brasileira ainda a considera como lixo e se refere a ela de maneira jocosa. Prova disso é a batalha campal nas caixas de comentários de todas as postagens sobre Michel Teló nos grandes portais, na última semana. Felizmente alguns sinais de que essa percepção está mudando, já podem ser percebidos pelos mais atentos. Vou republicar aqui quatro textos de jornalistas que já estão mudando suas percepções e, na esteira, a percepção de seus leitores. Por último, um texto que escrevi a quase dois anos atrás, meio que prevendo tudo que está acontecendo agora.


Michel Teló exporta a sanfona de Luiz Gonzaga para o mundo


O ano de 2012 começa um tanto exaltado, mas rigorosamente igual a qualquer outro nas fronteiras do pop brasileiro. Como sempre, desde que a gente se conhece por gente, existe um onipresente hit musical do verão, que apaixona um pedaço apreciável da população e enche de indignação e desdém o pedaço que não faz parte do primeiro pedaço, mas nem por isso consegue fugir dos tentáculos do hit-chiclete da hora.

Aparecem também, feito siris saindo da toca, aqueles que se intrometem no debate acalorado para elogiar, de peito estufado, a própria ignorância pop: "Quem pode ser Michel Teló, se eu nunca ouvi nem falar desse nome?" (ãhã, Cláudia, senta lá...). Esses podem morrer negando, mas é certo que quem não mora numa ilha isolada (elas ainda existem?) já escutou a melô sanfonada e a letra-refrão animadíssima de "Ai Se Eu Te Pego". O pop não poupa ninguém, como dizia um inimigo público número um dos esnobes de outros verões, Humberto Gessinger, dos Engenheiros do Hawaii.

A avalanche deste verão é retumbante. Até o momento em que escrevo este texto, "Ai Se Eu Te Pego" já foi acessada quase 103 milhões de vezes via YouTube, e estou considerando apenas o videoclipe oficial da música. Nas redes sociais brasileiras, a nevasca já provocou outra (pequena) avalanche: a gostosa brincadeira de recordar pragas de verões passados.

"Eguinha Pocotó", "Macarena", "Melô do Tchan", "W/Brasil", "Dançando Lambada", "Mulher de Fases", "Fricote", "Adocica", "Anna Júlia", "Milla", "Tic Tic Tac (Bate Forte o Tambor)", "Você Não Soube Me Amar", "Tô Nem Aí", "Já Sei Namorar", "Dança do Créu", "Rebolation"... A lista é literalmente interminável. Desconfio que todo mundo gosta de pelo menos algumas das gomas de mascar citadas acima. É intrigante, a propósito, perceber como o asco de outros carnavais pode virar até sentimento de ternura 20 ou 30 verões mais tarde.

Pois então, a praga da hora é "Ai Se Eu Te Pego", e quer apostar quanto que quem morre de xingar Teló em 2012 vai se lembrar dele com alguma saudade lá por 2032? É um balé circular entre gerações e gerações e gerações, tediosamente repetitivo. O cara que se acha o tal por agredir como "lixo" o cantor da hora é o mesmo que resiste a ver, no espelho, algo caricatural em si próprio (o genial site "Indie ou Sertanejo???", criado não sei por quem, está aí para não me deixar mentir). No mais, será que todo ano a gente vai seguir fazendo para sempre tudo sempre igual?

Pode ser que sim, pode ser que não. A fábula de Teló soa tão velha quanto a da tartaruga e a lebre, mas há algumas peculiaridades pra lá de interessantes na versão 2012 do canto da carochinha.

Para começar, aqui no Brasil a avalanche dentro da avalanche foi amplificada pela revista "Forbes", que terminou 2011 atiçando o antigo e conhecidíssimo complexo brasileiro de viralatas. No final de dezembro, a ultradinheirista publicação norte-americana publicou a reportagem "Have you heard of Brazilian country music phenomenon Michel Teló yet? You will", que exaltava Michel, estimava que ele faturou US$ 18 milhões em 2011 e escancarava o alcance mundial de "Ai Se Eu Te Pego".

A letra e a coreografia comportadas & safadinhas começaram a se disseminar planeta afora por ação de jogadores de futebol como Neymar e Cristiano Ronaldo, que imitaram em campo a dancinha do Michel. Jovens dos quatro cantos do mundo redondo passaram da fase de tentar descobrir o que significava aquela história de "delícia, delícia, assim você me mata/ ai, se eu te pego, ai, ai, se eu te pego" para a de elaborar versões caseiras de YouTube em inglês, francês, italiano, grego, hebreu...

A dancinha de gestos eróticos algo pudicos vinha sendo parodiada há meses, mas muitos brasileiros noviços só concluíram agora que agora é hora de urrar de ódio por Teló. É de supor que sejam os mesmos que só descobriram sua existência por causa da atenção gringa, algo que se repete monotonamente no Brasil há uns 512 halloweens.

A vocação poliglota de "Ai Se Eu Te Pego" faz pensar em "Garota de Ipanema", a mais traduzida das canções brasileiras. Mundo virado: desta vez não é uma canção carioca nem praieira, mas sim interiorana, sertaneja. Poucos verões atrás, a carranca capitalista faminta por dinheiro piscava para Lady Gaga. Está piscando, neste exato instante, para um artista brasileiro de Medianeira, Paraná, que entre 1997 e 2009 foi vocalista do Grupo Tradição, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Ou seja, há novidades embutidas dentro do que, a princípio, pode parecer apenas mais do mesmo. A praga brasileira deste verão (ou inverno, conforme o endereço do freguês) não é brasileira, é planetária. (A propósito, a indústria jornalística tradicional daqui comeu mosca pela enésima vez, e só graças à "Forbes" ensaia acordar, a contragosto, para o fogo pop de Teló.)

O mundo anglo-saxão em que Roberto Carlos jamais conseguiu emplacar, talvez por soar banalmente não-brasileiro, desta vez caiu na lábia de um caubói genérico que poderia ter vindo do Arizona, mas veio do (não-)eixo Paraná-Pantanal. A música brasileira capaz de mover os quadris gringos desta vez não é do Rio de Janeiro nem da Bahia. Brotou do interiorzão de um país que é muito maior que sua (extensa) faixa litorânea.

Quem até ontem zombava do fiasco perpétuo da cultura brasileira diante dos olhos do chamado Primeiro Mundo hoje argumenta que Teló só faz sucesso "porque o Brasil como um todo está na moda", e não porque mereça. Ou seja, continua fazendo muxoxo, mas ao menos começa a admitir que, sim, o Bra$il está escandalosamente "na moda" lá fora.

Por aqui, enquanto um pedação do país se diverte com a frugalidade pop de Teló desde 2009, quando ele se lançou em carreira solo, um pedacinho bem menor (mas ainda barulhento) entra enfim numa crise de convivência com o próprio complexo de viralatas.

Ironia das ironias, quem lhes pregou essa peça foi um legítimo viralatas brasileiro, que encanta esportistas pan-europeus milionários, soldados israelenses no front, gatinhas & playboys franceses e assim por diante, todos dançando enfeitiçados ao ritmo de uma sanfona brasileira, para júbilo da memória do rei pernambucano da sanfona, Luiz Gonzaga (1912-1989). Por essas & outras, dá até para desconfiar que 2012 será diferente de todos os outros anos para o Brasil — e estamos apenas em janeiro.


Sertanejos universais


A reportagem sobre o cantor, compositor e acordeonista Michel Teló, publicada em ÉPOCA, causou repercussão. Houve manifestações ufanistas, mas muitos leitores escreveram à Redação para questionar a abordagem do texto, que afirmava que a música de Teló reflete os valores da cultura popular brasileira. Na revista e no resto da realidade, as reações ao som a um tempo dançante e sertanejo do cantor têm sido conflitantes. O público se divide entre um suposto coro dos contentes e a parcela crítica e intelectual dos consumidores de cultura. De um lado, exulta o público que frequenta festas e baladas, rebola e se diverte com músicas de Teló como “Ai, se eu te pego (assim você me mata)”. De outro, bradam com indignação os eternos baluartes do bom gosto, que gostariam de ouvir o mundo povoado de sambas, clássicos e a boa música popular brasileira – a tal MPB, termo que agora seria apropriadamente trocado por “samba universitário”. Trata-se do retorno meio burlesco do antigo debate em torno de cultura de massa, popular e erudita. Burlesco porque essa era uma discussão da década de 60 do século passado. Tais divisões caíram por terra, e tudo se converteu neste século em mercado e estratificação de gosto. Vou tentar demonstrar que o sertanejo universitário de Teló, Luan Santana e Gusttavo Lima possui tanta legitimidade quanto a congada paulista, a chula gaúcha, o choro e o samba de morro carioca, entre outras manifestações musicais... quer gostemos ou nem tanto.

A recepção negativa daquilo que chamávamos antigamente de “intelligenstia” (ninguém mais usa o datado termo russo) me remete a meados da década de 1990, quando apareceu o grupo É o Tchan – e, com ele, vários outros artistas do pagode baiano. As pessoas de gosto refinado viravam a cara para os requebrados de Carla Perez, e fechavam os ouvidos para o samba de roda praticado por É o Tchan. Examinados em perspectiva, percebemos que esses músicos praticavam cultura popular brasileira. Ou não era cultura?

Entendo o que o público sofisticado quer dizer. Como tantos outros, sou saudosista. Gosto de escrever em Times New Roman, como se fosse uma caligrafia minha, vício decorrente de minha teimosia em continuar a escrever à mão. Escrevo em Times New Roman assim como adoro povoar o meu jardim com sambas de Cartola, Chico Buarque, Brancura e Marçal. No dicionário da música, ainda estou na letra B: ouço Bach, Brahms, Berg, Beethoven. Bem entendido, é apenas o meu jardim. Por vezes ele é invadido por ruídos de máquinas e hits das baladas sertanejas hoje em moda, como foi antes tomado pelo funk, o pagode, o tecnobrega, o rock e o pop mais desqualificado. Não raro, essas músicas entram no meu quintal e acabo me divertindo com elas. Às vezes tudo o que eu sou obrigado a ouvir é “Eu te amo e open bar”, o novo sucesso de Michel de Teló. Eu não sou surdo. Não sou de aço.

Minha própria condição de jardineiro infiel me leva à dedução de que aquilo que o público sofisticado quer dizer não se coaduna com a realidade. Estamos na segunda década do século XXI. A expressão popular se alterou profundamente com a imensa quantidade de informação trazida pelas novas tecnologias, como a interconexão planetária imposta pela internet. O brega se juntou ao tecno, o samba ao funk, o forró ao eletrônico – e assim ad nauseam, numa inevitável corrente de acasalamentos artísticos, ideológicos (opa, mais uma palavra banida) e culturais. Vamos nos cingir ao caso do Brasil: uma nova classe média se alevanta, e com elas, seus valores mais queridos. A nova classe média antes respondia pelo gosto popular. Mas agora ela dá as cartas, tornou-se determinante (“mainstream” é o termo em voga) em ditar gosto, modos de vida e comportamento. Atitudes e palavras que talvez repugnem a elite, mas que nunca deixaram de fazer parte dos valores populares, e agora penetram insidiosamente nos hábitos e folguedos da classe dominante globalizada.

Essa promiscuidade do imaginário é o que músicos como Teló, Luan e Gusttavo Lima refletem e trazem à tona com força transformadora. Refrãos como o de “Balada boa”, gravada por Gusttavo Lima já são sucesso do verão e traduzem os vocabulário dos jovens nas baladas sertanejas, que viraram arenas de liberdade e sexo: "Gata, me liga, mais tarde tem balada, quero curtir com você na madrugada: dançar, pular, que hoje vai rolar o 'tchê tcherere tchê tchê’”. Gestos obscenos como os de “Ai, se eu te pego” são repetidos mundialmente, em versões as mais inusitadas. É repugnante - e irresistível.

Se examinadas mais a fundo, as escatologias dançantes e sonoras contêm elementos tradicionais e veneráveis. São emanações da cultura dos sertões brasileiros, agora compartilhadas pelo mundo todo. Luan Santana é sul-mato-grossense. Assim também Michel Teló, paranaense criado em Campo Grande. Gusttavo Lima é mineiro educado em Goiás. Paula Fernandes, mineira de Sete Lagoas radicada em São Paulo. Cada um deles a seu jeito e intensidade mistura folclore, música universitária e pop. Luan vem da tradição caipira. Gusttavo é fortemente influenciado pela axé-music da Bahia – por sua vez fundada nas batidas dos blocos afros de Salvador. Paula Fernandes se vale da toada e da modinha brasileira.


PORQUE EU AMO MICHEL TELÓ

EU NÃO OUVI NENHUMA MÚSICA DO CARA. NEM ESSA QUE TODO MUNDO OUVIU MILHÕES DE VEZES


...tipo o tecladista triste do Los Hermanos, que ficou com afliceta. Juro. Se ouvi, não notei. Mas eu amo o Michel Teló. Porquê? Exatamente por causa das reações que ele está causando. Eu lembro bem que achei extremamente engraçado quando, após anos e anos de sofrimento sonoro (sertanejo, axé, pagode), as pessoas se enfureceram contra... o FUNK CARIOCA. Logo o funk carioca, que tem uma origem nobre (via miami bass, via electro novaiorquino, via Kraftwerk, até chegar no Stocksausen que ajudou a moldar o krautrock na Alemanha do final dos anos 60).

Na época, eu saí em defesa do funk, que eu chamei de “punk dos pardos”, e do conceito de “ruim de ruim” (em oposição ao “ruim de bom” dos breganejos e seus ternos Armani). O que veio depois, com outras “apropriações tecnológicas pardas” como o tecnobrega, só reforçou minhas convicções. É precisamente essa a função da cultura pop: descobrir como mesclar os ingredientes disponíveis, e não “fingir” uma culinária gringa sem ter os ingredientes (como nosso pseudo-pop-rock-sem-culhões vexaminoso a la Capital Inicial fazia).

Ora, Teló, pelo nervo em que tocou, me dá a mesma sensação que tive quando da grita contra o funk carioca. Não só chegamos ao fundo do poço, como iniciamos o caminho de volta. Teló é um esboço do que interessa pra sociedade brasileira. O que NÃO interessa pra sociedade brasileira é Capital Inicial, é Jota Quest, essas expressões playboys de um mundo tal como é visto pelos brancos burros e indolentes. Um amigo meu argumentou, quando eu disse que necessário era destruir o Jota Quest, e não o Teló, que “no mundo do entretenimento não é preciso destruir ninguém; cabe Jota Quest, Teló e o Tchan”. E que ele deixa seus “anseios destrutivos para coisas mais sérias”.

Mas acontece que Jota Quest (com sua aparente irrelevância) é uma força do mal, não é entretenimento. AQUELA é a voz fanha da destruição. Aliás, a própria idéia de "entretenimento" é do mal também. Na real a trilha sonora dominante sustenta uma vaibe social. E eu não quero viver num país cuja trilha (playba) é Jota Quest. Isso sim me dá um puta medo. Tem os zumbis "sujos" do crack e os zumbis "limpos" que ouvem Jota Quest.

De certa forma o Teló "corrige" essa ecologia. A longo prazo, Teló (ou o que ele representa) diminiu a incidência de crackeiros e de playbas atropeladores de Porsche, porque harmoniza o país com ele mesmo, ao invés de tentar empulhar os ouvidos pardos carnavalizantes com porcarias brancas diluídas (o pior de dois mundos). Se é pra carnavalizar, vamos carnavalizar com desinibição e safadeza (e não “rasgando as roupas da empregada” – e nem era pra comer ela! –, como cantava o “psicopata” Dinho nos maus tempos). Não com broxice industrial de Fanta.

Um outro amigo meu, o Giron, me ensina (neste belo texto) que o Teló tem sua mestria, e não é um acidente de percurso: “Michel Teló merece mais atenção. Ele filho de gaúchos, começou a tocar gaita de 80 baixos aos 7 anos, fez parte durante oito anos do Grupo Tradição, de Campo Grande, e se notabilizou como virtuose da gaita – ou sanfona, como se diz em São Paulo. Ele elaborou um estilo peculiar de executar ritmos semifolclóricos, como o vanerão e o xote gaúchos (de ‘scottish’, dança escocesa comum nos fandangos sul-riograndenses do século XVIII, que mais tarde passaram a ser tocados no Nordeste brasileiro), fundindo-os com o baião e outros ritmos nordestinos. Teló me disse que gosta de chamar seu estilo de ‘pancadão sertanejo’. Dessa forma, ele realizou uma síntese das danças do Sul e do Nordeste do Brasil. E avança para novas ousadias. Seu último sucesso, ‘Eu te Amo e Open Bar’ introduz, de forma inusitada, a sanfona na música dançante eletrônica do século XXI. Basta reparar como Teló se vale de refrãos de sanfona em meio ao batidão)”. Tirante eu não entender porque uma música se chamaria “Eu te Amo e Open Bar” (?), a clareza e a pertinência da operação são cristalinas. Como é cristalino o meu amigo Timpin Pinto ao afirmar que a simbologia pop da sanfona está para a xoxota assim como a da guitarra está para o pau.

Vamos falar mais claro. Teló está fazendo na música pop brasileira a revolução que George Lucas fez quando estudou Joseph Campbell, pra aplicar o desenho mitológico da jornada do herói ao cinema de ficção científica. (O que, de resto, é o que a cultura pop de gênero – terror, fantasia, fc, policial, artes marciais etc – faz o tempo todo: estabelecer e cristalizar os roteiros arquetípicos na forma das “regras” do gênero em questão.) Se antes dessa operação George Lucas, em seu filme de estréia, THX 1138, era apenas um jovem cineasta promissor mas um tanto pedante, com um pé no existencialismo pop do cinema anos 70, depois de Star Wars ele tomou o poder na indústria, não falando “contraculturalmente”, mas invadindo e reinventando o mainstream em si.

Assim sendo, Teló é o Luiz Gonzaga de verdade (porque é pós-regional). Ou a fusão entre a “invasão” Luiz Gonzaga e a estratégia antropofágica (tropicalista, manguebeat etc). Uma jogada yin-yang, bunda e mente, desinibição e estratégia. Porque ele não tem nenhum purismo em relação à apropriação das tecnologias (eu só posso saudar um cara que abandona um grupo chamado “Tradição” – já que purismo é a outra lorota que a ex-inteligentzia branca usa para negar e frear o processo cultural pop). Porque Teló inverteu a lógica de travar a batalha simbólica na sua base: está travando a batalha simbólica (e memética) no mundo. Mais detalhes em outra boa matéria, do meu amigo Pedro Alexandre Sanches.

Se tem uma coisa que deixa o brasileiro branco burro indolente indignado é quando a parte parda do Brasil que ele repudia (porque ameaça sua “autoridade” preguiçosa de capitania hereditária) se comunica diretamente com o resto do universo – como o funk carioca fez com a música eletrônica. Jamais vou esquecer a cena de um roqueiro do Dr. Sin arremessando minhas coletâneas européias de funk carioca no chão (!), sem conseguir controlar sua fúria.

É esse "chilique branco” que desperta nos pretensos defensores da "música de qualidade" que me leva a crer que Teló só pode estar certo. Eu amo Michel Teló; qualquer hora vou até ouvi-lo.


Vira-lata, um complexo


Foi na década de 1950, e por causa do futebol, que Nelson Rodrigues falou que o brasileiro sentia um tremendo complexo de vira-lata. A causa era a derrota da seleção para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950. A volta por cima veio com a vitória bela e histórica em 1958 (e em 1962 e 1970). Entre uma Copa e outra, o brasileiro se escondia pelos cantos, envergonhado da própria existência, "um Narciso às avessas, que cospe na própria imagem". Mas é claro que essas taças, e as outras duas que vieram depois, não curaram um complexo anterior e tão arraigado nas elites e classe média, e o ufanismo vazio e truculento dos militares também não ajudou muito. E assim muitas pessoas continuaram se lamentando aos berros que viviam num "país subdesenvolvido de merda", com um "povinho de merda". Bom mesmo é lá fora, povo educado, transporte público de qualidade, mil anos de história e os parques, que parques.

O crescimento econômico dos últimos dez anos criou uma nova classe média, mais dinheiro começou a entrar para mais gente que não os de sempre, e o Brasil passou a ser reconhecido internacionalmente para além de Carmen Miranda, Pelé e carnaval. Sem falar que receberemos uma nova Copa e a primeira edição das Olimpíadas na América do Sul, isto é, muito trabalho pela frente. Enfim, outros orgulhos foram tomando corpo a partir dessa, digamos assim, nova condição, essa nova ordem mundial. Mas não tem jeito, a manada dos descontentes segue na mesma toada de rejeição a tudo que for nosso, mestiço, fora do eixo.
Claro que não estou falando aqui de uma "obrigação de orgulho" ou um "agora, vai!", muito pelo contrário, afinal o país continua radicalmente desigual e nossas políticas federais, estaduais, municipais e pessoais seguem viciadas em falsa cordialidade e toma lá, dá cá dos tempos da vovozinha. Ou como escreveu Caetano Veloso para Gal Costa cantar: "Neguinho quer justiça e harmonia para se possível todo mundo / Mas a neurose de neguinho vem e estraga tudo". Estou falando aqui, e cito palavras do colega James Cimino, de que é preciso "construir um orgulho que não precise de slogan". Um orgulho que seja realista e construído diariamente, sem bandeiras, só vivência.

Lembrei novamente dessas vira-latices nacionais porque recentemente o cantor Michel Teló virou motivo de guerra virtual após o fenômeno de seu sucesso nacional e internacional virar capa da revista Época. Não vou tratar desse assunto aqui — colegas jornalistas como Alex Antunes, Luis Antônio Giron e o companheiro de Yahoo!, Pedro Alexandre Sanches, já o fizeram com maestria — porque o que me deixou mais uma vez intrigado foi a repulsa sobre uma das teses da reportagem: Teló reflete os valores da cultura popular brasileira. "Não, não e não, que absurdo", diziam batendo pé no chão e prendendo respiração. Era o bom e velho complexo de vira-lata em mais uma manifestação 2.0 (no ano passado, A Banda Mais Bonita da Cidade sentiu esse gostinho com as reações ao clipe de "Oração" e escrevi sobre isso na coluna "A banda mais coisinha-bebê do Brasil").

É como se o Brasil fosse um quintal a ser explorado para conseguir uma graninha e se mudar para algum lugar da Europa, aquilo sim que é terra de gente, pensam os vira-latas. É como se orgulho — que é muito diferente de patriotismo — fosse falta de visão crítica. Muito diferente disso pensa Timpin Pinto, um cara que só não é do Nordeste ou do Norte porque nasceu no Rio Grande do Sul e mora em Curitiba. Dia desses ele soltou, no seu jeito apaixonado e hiperbólico de sempre, que "seremos o novo Império Cultural e que nosso Império será hedonista, lúdico, matriarcal e dionisíaco". Não iria tão longe nessa animação toda, principalmente sobre a parte do Império, mas tenho certeza que enquanto ainda aprendemos como ser Nação e sociedade, e isso é aprendizado sem fim, podemos ensinar muito mais do que julga nossa vã vira-latice.


Yes, we can!!!


Fábio Dorneles e André Forastieri não se conhecem, não tomam cerveja juntos, mas cada um à sua maneira expressaram insights parecidos em recentes posts nos seus blogs. Fabio Dorneles comentou sobre como Victor & Leo infiltraram-se no repertório de cantores de barzinhos MPB e abriram caminho para a música sertaneja. Andre Forastieri desceu o sarrafo na nova moda folk, composta por nomes como Malu Magalhães e Vanguart.
Vou fazer a ponte entre os textos e aprofundar um pouco a questão.

Uma coisa que sempre me intrigou e me revoltou é o fato de que o povo da MPB só valoriza regionalismos de raiz, ignorando os galhos de ricas folhas verdes e floridos da musica brasileira. Em termos de forró, Mestre Ambrósio “pode”, mas Limão com Mel “não pode”. Em termos de música gaúcha, Renato Borgheti “pode”, mas Balanço do Tchê “não pode”. Na música sertaneja, Renato Teixeira “pode”, mas Bruno & Marrone “não pode”.

Enquanto chafurda numa catatonia criativa que já dura décadas e recicla pela enésima vez a bossa nova, a MPB transformou-se algo chato, enfadonho e ensimesmado. Via de regra uma música escutada por pessoas chatas, enfadonhas e ensimesmadas. As pessoas que se acham cultas. Aqui no Brasil, pessoas cultas não escutam músicas que o povão escuta. “Deus me livre, aquela música vulgar, aquilo não é cultura!”

Porque isso ocorre?

A resposta pode ser encontrada na maneira como esse país foi construído e na forma com que nossas elites culturais se formaram. Ao contrário dos ingleses, que partiram para a América no intuito de construir uma nação, nosso país sempre foi tratado como uma colônia e a mente da elite cultural que nasceu aqui sempre esteve voltada para a Europa. Essa postura cimentou-se no inconsciente coletivo nacional e perdura até os dias de hoje.

Somente o que vem de fora ou que conta com o aval do que vem de fora tem valor. A bossa nova foi aceita porque acrescentou jazz ao samba, a tropicália porque acrescentou rock à musica baiana.

Os americanos, pelo contrário, sempre valorizaram o que era produzido em seu quintal. O jazz, o country, o blues. Popularizaram o termo folk para designar sua musica folclórica. Essa valorização permitiu sua evolução e eles criaram o rock, a música pop como a conhecemos e o hip hop.

A nossa elite cultural só valoriza sua música folclórica em termos acadêmicos, como objeto de estudo.A música popular brasileira, que de popular nunca teve nada, só incopora as influências regionais que eram tocadas lá longe no tempo, como se a distância temporal fosse sinônimo de autenticidade.

Só que à semelhança dos americanos, apesar de não valorizado, temos sim nosso folk. E como temos! E nosso folk é muito mais rico, diversificado e qualificado que o folk americano. Vou listar aqui as vertentes de nosso folk, de norte a sul: tecnomelody, brega, calypso, forró, axé, pagode baiano, arrocha, sertanejo, lambadão, pagode paulista, funk carioca, vaneira. Provalmente ficou coisa de fora.

Essas vertentes são ORIGINALMENTE brasileiras. Essas vertentes são VERDADEIRAMENTE populares. Essas vertentes são SOLENEMENTE ignoradas pelos artistas que dizem que tocam música popular brasileira. Por isso eu não reconheço o rótulo MPB. Por isso eu costumo me referir ao conjunto formado por todas essas vertentes como Musica Original Brasileira, ou POPMOB.

Até porque, por mais diversificadas que sejam essas vertentes, as facilidades proporcionadas pelas mídias digitais estão fazendo com que o diálogo entre elas seja cada vez mais intenso. Cada vez mais existem pessoas no Rio Grande do Sul escutando arrocha, em Goiás escutando forró, na Paraíba escutando funk.

Acredito no POPMOB como um novo e forte movimento, porque essas vertentes se deram bem no novo cenário que se impôs com as novas mídias e a inevitável pirataria. O pop rock e a mpb não souberam lidar com a pirataria e uma geração inteira cresceu sem escutar pop rock e mpb: a Geração POPMOB.

Essa geração é bem mais esperta, descolada e legal que a anterior. Quem escuta pop rock ou mpb não escuta sertanejo ou axé ou forró. No entanto, quem escuta sertanejo escuta também rock e mpb. No problems. A Geração POPMOB está sendo construída com bem menos preconceitos culturais que a antiga. Finalmente parece que, agora sim, o Brasil dá sinais de ser o país do futuro. Porque não criarmos, então, a música do futuro?

Sim, a Geração POPMOB pode.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Cabaré Jabá Legal & Publicidade (a gente poderia tá robano, matano...)

Depois de quase três anos do mais puro idealismo e também depois de uma crise financeira sem precedentes em minha biografia, resolvemos vender espaços de publicidade em nosso Cabaret. ]


Antes de detalhar a coisa toda e apesar de toda nossa modéstia dariamente cultivada através de uma simples olhada no espelho, gostaríamos de dizer que esse cafofo é acessado do norte ao sul do Brasil e também na Europa e Estados Unidos. E mais, muitos dos leitores são outros blogueiros, empresários, produtores e alguns artistas. Formadores de opinião, por assim dizer.

Agora vamos falar de negócios. A princípio abriremos duas possibilidades para você, que quer divulgar a sua festa, seu artista, sua máquina de debulhar milho ou seu novo e revolucionário dispositivo de aumento do tamanho do pênis. Até mesmo aquela puxadinha de saco do chefe ou recado aberto para a sogra. Uma serão os banners na lateral esquerda, cujo exemplo já pode ser conferido no novo layout. Outra serão os posts vanguardistas com o selo "Cabaré Jabá Legal", onde após o pagamento adiantado, faremos um post exclusivo com o assunto que você bem entender.

Lembre-se que nossa preocupação sempre foi com a honestidade, a hombridade, a satisfação de nossos clientes e os livros de História. Se você quiser participar dessa história e ter sua marca vinculada a nosso currículo e nosso futuro legado, basta mandar um e-mail para [ timpin2009@yahoo.com.br ] e dar início às negociações.

Sem mais, um forte abraço da Alta Cafetinagem do Cabaré do Timpin!

Os muídos de 2011 no Forró do Muído

O Forró do Muído começou bem 2012. Pela primeira fez sua legião de fãs engajados conseguiu levar o nome da banda para os Top Trends mundiais do Twitter com a tag #MuidonoBBB. Tal fato seria uma trivialidade, não tivesse a banda passado por tudo o que passou no ano passado. Foi um ano de fortes emoções. O trocadilho é inevitável, muito muído aconteceu em 2011.


Já nos primeiros meses do ano uma sequencia de CDs promocionais de repertório incerto demonstrava uma clara incerteza quanto ao futuro da banda. O descontentamento interno era evidente e culminou com a saída de Binha Cardoso, que abandonou o barco pra integrar o Forró Boca a Boca pra poder seguir cantando o estilo pé de serra, que sempre foi seu preferido e que era característica do Muído e que estava sendo abandonado. Seu substituto foi o jovem Arnaldo Merloto, importado da banda Stylus.

Foi a maior bola fora da história da A3 Entretenimentos. Além de não ter um pingo de carisma, o tom de voz de Naldinho - como o cantor é chamado - não combina nem um pouco com forró (e se criou cantando sertanejo). Os fãs torceram o nariz e não deram trégua para o rapaz nas redes sociais. O ápice foi quando ele perdeu a estribeira, ofendeu e bloqueou duas fãs de longa data.

Enquanto isso Binha Cardoso lançava com sua Boca a Boca um dos melhores discos de forró do ano, o Promocional de Junho, em plenas festividades de São João. Pra completar o inferno astral, um surto de Isaias Cds resultou na demissão da assessora de imprensa mais querida da história do Forró do Muído, a mundialmente conhecida como @CrisL. Quando a água começou a bater na bunda e a maionese ameaçou a desandar de uma vez por todas, a A3 voltou atrás, defenestrou Naldinho e trouxe Binha de volta.

E o mestre voltou com o gás renovado, contagiando toda a equipe com sua alegria de filho pródigo voltando a velha casa. O resultado foi a gravação e lançamento do Volume 8, um dos melhores discos da trajetória do Forró do Muído e não só, instantaneamente passou a fazer parte da lista dos melhores discos nacionais do ano. Pelo menos aqui no nosso Cabaré.

Como todo bolo que se preze merece uma bela cereja na finalização, o Muído encerrou o ano com o novo visual da cantora Simaria Mendes, agora com novo look de cabelo curtinho. A baixinha que tretou com meio mundo de gente o ano inteiro pra defender sua banda, que emplacou um sucesso na Internet com seus clipe de "Se eu fosse um garoto" provou a todos, mais uma vez, que pode não ter tamanho, mas tem garra e é marrenta. Isso é Muídô!!

O cachorro do Bruno Medina (Loser Manos)

O tecladista Bruno Medina, depois da polêmica gerada por seu post "Carta aberta a Michel Teló", viu-se obrigado a publicar outra nota, desta vez mais diplomática, em seu blog. Nela ele comenta que ontem até seu filho estava cantarolando a música "Ai se eu te pego". Até aí tudo bem. Agora imaginem qual foi sua surpresa ao chegar em casa, colocar a música pra ouvir com mais atenção e observar a reação de seu cachorro. Confiram no vídeo abaixo:

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Resposta de Sharon Acioly (criadora de "Ai se eu te pego) para Bruno Medina (Los Hermanos)

Sharon Acioly (junto com Antonio Diggs) é criadora do novo hit planetário "Ai se eu te pego" de Michel Teló. As palavras que você lerá a seguir foram escritas em reação a uma Carta Aberta a Michel Teló que Bruno Medina, tecladista da banda de rock Los Hermanos, publicou em seu blog.


Sinceramente, choquei.

A parte do considere não criar dancinhas... Gente, musica é musica. Tem a pra ouvir, tem a pra pular... não dá pra ir atras do trio ao som de bossa nova. Fui criada ouvindo Djavan, Elis Regina, Cauby Peixoto, João Gilberto, Gal, Gil, Caetano e Betania. Chico Buarque e João Bosco foram trilha sonora em casa ate meus 15 anos. Eu sei bem a diferença entre um genero e outro e aprecio os dois pois ADORO dançar. E o povo brasileiro adora dançar e festar e curtir e pra se embalar tem que ter Ivete, Chiclete, Timbalada e Olodum, tem que ter Exalta, Calcinha Preta, Calypso e os Hawaianos. O que me mata é gente que critica mas depois de 3 doses desce até o chão nas pistas mais badaladas e exclusivas do Pais... Fala Serio.. ah e quem compos o HIT MUNDIAL ESTRONDANTE fui eu e meu parceiro Antonio Dyygs.

Ass. Sharon Acioly


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Ps do Timpin.:

Alô Bruno Medina, essa pedra eu já cantei faz tempo, leia o seguinte texto:



*ATUALIZAÇÃO

Nova declaração de Sharon Acioly, a respeito do que foi comentado nesses dois últimos posts:

E as pessoas continuam lendo e não entendendo...rs e se dizem intelectuais...ninguém aqui disse que o AI SE EU TE PEGO foi feito pra ganhar premio na Academia Brasileira de Letras. Foi feito pra fazer o povo brincar, dançar. É uma questão de foco. Tenho uma lateia pra animar, vou no embalo do que ELES gostam de dançar e cantar. FAz um teste aí, vai la no Axe Moi lotado e coloca o cd da Maria Gadú, ou da Maria Rita, Pedro Mariano, JOrge Vercilo... Eles são maravilhosos mas o povo não vai dançar. E quem ta na praia quer dançar, animar, curtir... Por que os que se dizem intelectuais, puristas musicais insistem em achar que queremos elevar as musicas populares 'a categoria erudita? Claro que não, so queremos que entendam que as musicas que o povo gosta já são compostas na intenção do entretenimento. Agora se eles acham que podem viver a vida sem diversão, só lamento por eles porque eu "quero praia e sol, quero namorar, quero mais alegria..."

Ass: Sharon Acioly

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