sábado, 18 de junho de 2011

O Pagode Baiano e seus impasses

Depois de um dos carnavais baianos mais brocoxôs da história de Salvador, o pagodão, swingueira, quebradeira ou sei lá que nome que se dê pro que se faz por lá apartir da matriz primordial do samba de roda, esse ano será crucial. Ou alguém tem o grande insight que detone a revolução ou os livros de história para sempre dissertarão sobre a cena que tinha tudo acontecer e que não aconteceu.

Justificativas não faltam. Uns alegam que o axé atingiu um fundo de escala criativo, detêm o monopólio comercial e se recusa a largar o osso. Outros reclamam da desunião e falta de uma liderança inconteste que aglutine a diversidade. A verdade é que em nenhuma outra metrópole brasileira se produz uma música tão diversificada e rica como Salvador e seu pagode. O tempo deu razão a Caetano Veloso, a "bunda music" do É o Tchan! dos anos 90 evoluiu da merda para o ouro.



Às catedrais percussivas do Psirico, some-se o groove arrastado de Edcity, os cavalos de batalha vanguardistas do gênero, mas não só. Só os moralistas mais encarniçados podem achar que podem desqualificar o trabalho da celebração dionísica que é um show do Black Style, que mimetiza a putaria do funk carioca que, se desagrada os puristas, azar o deles. Ou então o pagode Gangsta do pessoal do gueto da Bronkka ou No Styllo - já se ameaçaram de morte - que só escandaliza quem nunca conheceu a periferia nem de pegar ônibus errado. Tem até o pagode mauricinho do Harmonia do Samba ou o coringa do baralho do Ragathone. O cardápio é vasto, o preço é baixo e a satisfação é garantida.

Só que quando chega o carnaval - foi assim esse ano, será o próximo? - o que é que se vê na mídia? Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Asa de Águia... O maior deserviço ao pagode baiano cometido esse ano, foi cometido pelos ladrões da guitarra de estimação de Bel Marques. Ao invés de dispensarem ela num posto de gasolina depois de constatarem que a empreitada deu em merda, melhor seria se eles queimassem a mesma, filmassem e largassem o vídeo no Youtube. Se possível mandando meio mundo de gente do establishment do axé tomar no cú.

É preciso ter caos dentro de si, para poder dar à luz uma estrela dançarina. Foi o filósofo alemão Nietzsche quem disse isso, a mais de cem anos. O pagode baiano está cheio de caos dentro de si. No Lobato, na Fazenda Couto, no Retiro, Castelo Branco ou Pau Miúdo ou em qualquer uma dessas adjacências, todas elas cantadas por Eddy do Fantasmão na música Conceito. Ouça e comprove! Com conceito renovado andará nossa nação...

6 comentários:

Fala Timpin.

Rapaz, pra falar a verdade nem vejo muita diversificação no pagode baiano não. Desde a primeira metade dos anos 2000, com Psirico e Eddye (e Guig Gheto, com Falcão e Parangolé, com Bam Bam (atual Sam Hop) e Nenel (atual Shake Style)) o pagode vem sim incorporando temas sobre vida no gueto e afirmação da negritude. Mas o principal no pagode, na maioria das músicas d trabalho, ainda é a putaria, o duplo sentido sexual (e não acho isso ruim não!). Vide o sucesso de bandas como Saiddy Bamba e (a machista) Black Style. O tal do O Troco (da polêmica do 'todo enfiado'), ouço falarem pouco e toca pouco tb (com exceção d 1 música, a do 'chip na fita'). A cena tem lá sua diversidade temática, mas se for a mais diversa do Brasil, a situação do país vai mal em termos d diversidade... Musicalmente, por outro lado, realmente os caras parecem não estarem amarrados a nada (a não ser o 'fazer dançar').

O mais impressionante da cena do pagode, para mim, é o grau do êxito junto ao público. é enorme e constante desde o início dos anos 2000 (quem disse q era um 'modinha passageira' - e quis q fosse - s fudeu). Naquela época, enquanto boa parte dos jovens ouvia boys band do tipo Back Street Boys, aqui em SA o pagode já imperava. Coisa impressionante essa d ídolos locais terem um apelo maior q ídolos globais.

Outra coisa interessante é como o pagode absorve o cotidiano de Salvador e cria esse cotidiano tb. Faz pouco tempo, um programa presepeiro d TV local, sobre crimes e violência urbana, exibiu uma matéria em q um repórter perguntava a uma mulher: "cadê coco?", um traficante conhecido dela, ao que a mulher, irritada, respondeu: "ó coco aqui, ó!" e deu um tapa na buceta. Passado menos d 1 semana, com a expressão "cade coco" já sendo repetida por muitos nas ruas da cidade, uma banda d pagode fez uma música sobre o assunto. É tudo numa pura gaiatice msm, só pra rir e sacanear, mas vai dando uma cara à cidade (o q deixa os q não s identificam com essa "cara" "putos da vida"). Algo como o "Bonde do Maluco", q vc parece gostar tanto, acho q é bem fruto desse espírito gaiato q o pagode ajudou a fortalecer (dizem q é 'coisa d baiano').

Não vejo muito p q esse seria um momento crucial para o pagode não. acho q vai ficar mais ou menos na msma. E outra coisa, acho q a inclinação do pagode é a d ser uma coisa bem establishment msm, apesar da putaria q incomoda parte das classes médias e altas. Em termos d posicionamento político em relação a mercado, não há diferença entre pagode e axé, a não ser a do pagode ser a 2ª divisão. Mas embora eu não espere q surja um Racionais no mundo do pagode (nem criativamente nas letras, nem policitamente), não s sabe o q virá.

Por enquanto, fique d olho numa banda q fez muito sucesso aqui no fim dos 90's e início dos 2000 e q tá d volta agora, Nossa Juventude. http://www.4shared.com/file/CeN72NJ0/Nossa_Juventude_O_Retorno_2011.html Acho q será sucesso.

abraço!

sobre a relação pagode/axé, ultimamente vem acontecendo uma coisa interessante. as bandas d pagode, q meio q sempre tiveram uma 'cota' nos eventos capitaneados pelo axé (micaretas e, claro, o carnaval d SA), agora estão sendo o carro chefe d grandes eventos em q o espaço como 'cota' parece ser o do axé. Dá uma olhada no site desse evento q acontecerá mês q vem http://www.salvadorfest.com.br/site2011/. Q eu m lembre, esse evento sempre foi d bandas d pagode baiano e d pagode romântico (o do sudeste). Esse ano os organizadores abriram uma cota pro arrocha d silvano salles e pablo (ex-asas livres) e pra 4 atrações d axé. sinais d mudança na hegemonia do axé?

essa puta aí difamou a reputação das mulheres...depois s juntou com o putão da banda q chamam de cantor...levou uma surra do seu macho e depois foi dzer q ia lutar pelas causas das mulheres.Só s for a causa das putas.ela merecia era levar uma surra e não precisava ser d um homen
.

Só desejo que todos os cantores e duplas sertanejas terminem seus dias esquecidos e na mais completa miseria

Só desejo que todos os cantores e duplas sertanejas terminem seus dias esquecidos e na mais completa miseria

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