quinta-feira, 7 de julho de 2011

Deixem o povo fornicar!

Se existem pessoas que encontram mil motivos para reclamarem quando os políticos inventam leis que interferem em suas vidas, os pagodeiros baianos tem então um milhão desses motivos. A exelentíssima deputada estadual Luiza Maia, do PT da Bahia quer aprovar na câmara legislativa uma lei que proibe que grupos que cantem músicas em cujas letras as mulheres sejam tratadas de forma pejorativa, sejam contratados para eventos que contem com verbas públicos. Trocando em miúdos, ela quer regular a putaria.


Rala a tcheca no chão!


Disfarçada com a bandeira do feminismo, o que esta senhora demonstra com essa proposta é a velha mentalidade das esquerdas de que acham que sabem o que é certo e o é errado para o povo. Aquele totalitarismo subliminar, um sutil cerceamento da liberdade de expressão. Isso se nos limitarmos aos aspectos políticos da questão, pois ainda temos a questão da vergonha que a sociedade baiana ainda tem de assumir o pagode como expressão artística autêntica. Fora os aspectos econômicos. O pagode ainda é uma possibilidade de ascenção social dos moradores dos guetos.

O cantor Robsão, da maior banda do estilo criticado pela deputada, o Black Style defende-se dizendo que suas letras relatam o cotidiano e que são inclusive apreciadas pelas mulheres, o que é verdade. É óbvio que se as mulheres se sentirem ofendidas com uma música, simplesmente não a escutaram e pronto, não é necessária nenhuma lei que as auxilie nisso.

Sem contar o prejuízo que a musica em si sofreria com uma lei dessas. A nobre deputada Luiza Maia talvez não saiba, mas um fenômeno muito interessante de autofagia está ocorrendo nas periferias do litoral nordestino, principalmente no Recife e em Salvador. O pagode baiano e o brega recifense estão assimilando o funk carioca e produzindo uma música nova, vibrante e em plena evolução criativa. No Recife, moleques como Mc Sheldo, a dupla Cego & Metal ou o MC Boco estão virando estrelas locais misturando funk com brega. No pagode baiano está acontecendo o mesmo, seja com Black Style, A Bronkka ou No Styllo, embora nesse caso a influencia do funk se dê em maior grau nas letras.

Como o voto é uma moeda de troca poderosa e uma lei dessas extremamente impopular, muito provavelmente não será aprovada. A deputada muito provavelmente ganhará mais votos de sua base eleitoral de esquerda e a admiração de feministas e de intelectuais igualmente de esquerda. E o povo provavelmente deve estar doidinho de vontade de mandar um recado para deputada: o refrão de uma música do Black Style. Vaza canhão!


A deputada Luiza Maia: - Vaza canhão!


Som na caixa! Saiddy Bamba - Bota Você Ta no pau

4 comentários:

Cagou pela boca!

Ela reclama das letras, e não dos ritmos musicais. Se você acha correto músicas com este tipo de abordagem, deve ter algum problema.

Eu particularmente não gosto de ouvir músicas do tipo "desce com a mão no tabaco" "Ela dá pra nóis que nóis é patrão" "A perereca pisca pisca pisca" Isso pra mim é um lixo sonoro, mas se tem quem goste não há porque proibirem, se não gosta é simples, faça como eu, não escute. Eu dou maior valor a músicas de pagode que não precisam apelar para a putaria pra fazer sucesso. Nosso grande Edcity é um exemplo, Xandy (Harmonia do Samba) enfim, são poucos os que não apelam pra putaria. Mas sem dúvidas Eddye tem várias músicas de sucesso que não precisaram apelar para a putaria.

Amei seu blog, bem escrito. Olha rapaz, vivemos num mundo diversificado, pessoas de diferentes culturas, cores, crenças,blá, blá, blá, e,sendo assim, diferentes formas de pensar. A cultura baiana é a mesma cultura brasileira ao todo, o Brasil surgiu de uma miscigenação quase aleatória, influenciada por um comportamento particular, mais ousado, mais sensual, a nossa história provém de uma dominância à base de submissão, de sexo, gozo, sacanagem, de negros e escravatura, e isso influenciou e muito o nosso comportamento contemporâneo, a música é uma das maiores maneiras de se identificar um povo, sua forma de agir e pensar, o que faz uma gente sorrir e procurar incentivo para viver melhor, mesmo com uma boa qualidade de vida. Enfim, o brasileiro tem o sexo na veia, e a Bahia é o núcleo do sujeito de um povo chamado Brasil, aliás, sempre gostamos da safadeza, mesmo disfarçada de puritanismo, desde o início dos tempos tupiniquim somos regados à volúpia, e com tantas riquezas de referências musicais, Brasil rima mesmo é com pica, cu e buceta.

Sisa Sisca que eu jogo o milho kkkkkkkkk

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Solta o verbo!

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