Uma banda com coerência e sinergia interna em que o todo supera a soma das partes é algo raro na música pop. A Gang do Eletro não só atende a esses requisitos como ainda dá conta do fundamental: originalidade, inovação e carisma. Eles são únicos no que fazem e o fazem muito bem. Depois de consagrarem-se como um dos principais destaques do festival Terruá Pará 2011, realizado nos dias 15 e 26 de junho - reunindo 15 nomes de peso do estado - e de uma energética apresentação na sede do Coletivo Fora do Eixo ao lado de Gaby Amarantos, nesta terça eles encerraram a noite no Studio SP.
A abertura ficou a cargo do seminal Juca culatra, também de Belém, que se encarregou de chapar os presentes com seu reggae pesadíssimo e sua performance teatral. Lara Rennó veio em seguida, com seu pop vanguardista e viajandão. Mas a noite era mesmo deles. Quando o apresentador nunciou Maderito, Waldo Squash, Willian Love e Keila Gentil, o frisson na platéia já indicava que eram eles os grandes aguardados do festa.
E os meninos não deixaram a peteca cair. Logo na primeira música o público já respondia ao pedidos para levantarem a mãozinha e gritar "Hey! How! Hey! How!" A presença de palco deles é impressionante e a maçaroca sonora do DJ Waldo Squash são contagiantes, raras foram as pessoas que conseguiram ficar paradas. Sorrisos nos rostos era lugar comum. O clima de festa e diversão durou o show inteiro. Ninguém ficou indiferente ao som da Gang do Eletro, os arautos da novidade.
Alguns pontos altos no entando devem ser destacados, o primeiro deles a dança do robô de Keila Gentil, que fizeram dela uma figura dos quadrinhos japoneses conhecidos como Mangás, mas com o swing tropical brasileiro amazônico. Outro momento em que ela arrancou urros da platéia foi durante as duas passagens do treme-trema da música "Na Velocidade do Eletro", primeiro sozinha e depois com Maderito segurando sua blusa enquanto ela parecida possuída por uma entidade sobrenatural.
Waldo Squash também não deixou por menos quando assumiu a linha de frente para cantar "Curtição da Night" - com direito a aula sobre o significado da expressão "pô-pô-pô" (pequenas embarcações que fazem serviço de taxi fluvial no rio Amazonas) - e "Eletrocúmbia do Mexicano", mais uma de suas geniais criações usando samplers de música latina.
Willian Love, com seu visual teen, sua corrente de prata e seu indefectivel reloginho roxo é o dançarino chefe da casa, o ídolo que arranca suspiros das menininhas. E o Maderito... Bem, o Maderito é o garoto alucinado do Brasil e não se fala mais nisso. O carisma dele não encontra semelhanças entre os cantores brasileiros desde a época do Dinho dos Mamonas Assassinas. Aliás ele começou sua carreira como cantor da Banda Bundas, cover dos Mamonas. Seu estilo é de rapper freestyle e é um MC nato. Sua perrmance em "Eu vou passar o sal" contagiou o ambiente levando todo mundo a repetir o refrão.
Difícil escolher o melhor momento do show. Se me colocassem contra uma parede uma ARK apontada na cabeça exigindo uma escolha eu votaria na música "Galera da Lage", todo mundo fazendo a coreografia com as mãos e cantando o refrão aos berros. E ainda rolaram dois momentos solos, primeiro Keila Gentil apresentou a todos sua composição romântica "Esperança", que levou muitos casais ensaiarem dança de salão - algo nunca visto no Studio SP - e Willian Love cantou "Me apaixonei", sucesso da banda AR-15 nas rádios de Belém.
Quando anunciaram a saideira, todos soltaram um "aahhhh" de decepção. A festa foi encerrada com o trio de vocalistas intimando a platéia a responder as perguntas "cadê o gritinho das foguetas? cadê o gritinho das sinceras? cadê o gritinho das safadas? cadê o gritinho das casadas?" As luzes se apagaram, o show acabou e foi tão diversificado, com tantos hits que nem pareceu que tudo aquilo se passou em menos de uma hora, apesar de que se dependesse da vontade do público, a Gang tocaria por duas horas sem ninguém enjoar. Eles possuem mais de 200 músicas para oferecer, basta dar uma checada no 4shared do Waldo Squash.
O eletromelody da Gang do Eletro tem tudo pra cair no gosto popular do Brasil inteiro, tal como o funk. Só que ao contrário deste último, que faz elegias a violência e a putaria, o eletromelody é saudável, é sacana sem apelar pra sacanagem e a cantora Keila Gentil é sexy sem ser vulgar, uma estrela a despontar no horizonte. Dá pra dizer que esse foi verdadeiramente o primeiro grande show da Gang no sul. Outros virão, com toda a certeza e se eu puder e meu dinheiro der, estarei lá, nem que pra isso tenha que ir de Pô-Pô-Pô.
PS.: A gente filmou esse show. Quem quiser receber de graça um DVD com a gravação dele, é só mandar um e-mail com nome e endereço para timpin2009@yahoo.com.br
3 comentários:
Ainda não ouvir falar dessa banda,mas a banda é boa mesmo?
?
Meu sonho recente é ver o show da gang, infelizmente não deu para ir nessa visita a são paulo, mas a próxima estarei lá!
eu adorei o Terrua a TV Cultura exibiu aqui em Belem com direito a reprise e tudo fiquei muito feliz e orgulhoda de ser paraense e a gang do eletro arrasou, foi millll!!! LAGE LAGE A GALERA DA LAGE É FESTA DE APARELHAGEM
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