sexta-feira, 24 de abril de 2009

Kuduro - A nova sensação do Brasil !

A música Brasileira, tem a sua raiz na áfrica. De lá, juntamente com os escravos, importamos a pegada do axé, o rítmo dos tambores e a dança sensual que tanto encanta o mundo.
Na Bahia, principalmente, temos contato direto com esta nossa raiz afro.
E é justamente na Bahia que um novo rítmo vindo diretod e Angola, tem conquistado muita gente. O Kuduro.

Mas, o que é Kuduro? De onde ele vem?

O funk do morro, o hip hop do gueto. Quando a periferia resolve se manifestar musicalmente, é certo que um batuque envolvente vai sair dali. O kuduro começou nos musekes (bairros periféricos) de Angola, país africano que fala a nossa língua, é prova da universalidade dessa tendência. Esse nome, dado à dança e ao ritmo na década de 90, quer dizer o que parece. Ku, para esse povo, é o mesmo que "bunda" para nós. No caso, bunda dura.

Nem é preciso dizer que, apesar de engessado, o quadril - principalmente os femininos e voluptuosos - é o símbolo do gênero musical. Pouco se deslocam as ancas e muito se mexem as pernas e braços. O corpo segue a batida grave e compassada do hip hop ou da dance music, com passinhos característicos do break, acrescentando aos poucos os remelexos típicos da dança africana, com direito a mão na cintura, trancos com os ombros e jogo acelerado de pernas.

Pioneiro do kuduro, Tony Amado deixou um legado cultural a dezenas de DJs, músicos e entusiastas de sua terra. Ele foi ponte entre os Estados Unidos e Angola, quando trouxe de lá fórmulas do ragga, além das bpm´s (batidas por minuto) baixas do house, do techno e do hip hop. A forma de cantar segue a estrutura cadenciada do rap e os tambores e outros instrumentos tradicionais da região dão o tom africano, bem como elementos do samba influenciam muitos dos ritmos populares brasileiros.

Apesar de já existir há mais de uma década, o kuduro não invadiu de jeito o Brasil. Ele foi incorporado aos poucos nas discotecagens de DJs de funk carioca e ao axé da Bahia. Grande representante atual dessa batida afro, Dog Murras já tocou até em trios elétricos de Salvador. Ao lado de Tony e outras quatro seguidores do gênero, Murras foi também personagem do documentário Kuduro, Fogo no Museke, idealizado e dirigido por Jorge António, em 2007. Além da apologia à gostosura das mulheres, as letras do Dog Murras, que tem cinco álbuns na bagagem, mostram a realidade miserável de sua pátria, tão dura quanto seu português colonizado.

Kuduro no Mundo

Desde sempre, a divulgação do kuduro na Angola é feita no boca a boca. Ou melhor, de candongueiro a candongueiro. Típico no país, esse táxi que comporta até 12 pessoas é o maior ponto de venda de discos. Foi numa dessas corridas que o ritmo vazou para os outros continentes e caiu na bagagem de caras como o gringo Diplo, que levou o ritmo às Américas (e às produções do rap senegalês de M.I.A), e o britânico Sinden, que espalhou o suingue pelas baladas européias.

Até mesmo Portugal, que colonizou o país africano até 1975, se pegou dançando o Kuduro. Maior representante do gênero em terras lusas, a equipe Buraka Som Sistema (foto) faz bom uso do kuduro para rimar sobre batidas eletrônicas. Um dos principais responsáveis pela popularização do gênero no mundo, o trio formado pelos produtores Lil John , DJ Riot e Conductor beberam do som dos morros cariocas, das raízes africanas e do que há de mais tecnológico no universo hip hop e dance do mundo. De toda essa influência saiu o que eles denominam breakbeat, club e ghettotech.


No Brasil o Kuduro chegou para ficar. Na Bahia Dog Murras faz sucesso com sua dança contagiante e cheia de energia. É como se fosse um ingrediente a mais na receita energética da música baiana. E este ingrediente a mais, está fazendo com que artistas como a banda Psirico adotem o Kuduro em suas músicas e conquiste cada vez mais público.

O Psirico que já vem fazendo shows com músicas no rítmo do Kuduro pretende gravar, para o próximo cd, um especial juntamente com Dog Murras só com o rítmo Angolano.

Este intercambio cultural, faz com que a música brasileira fica ainda mais rica e que as nossas raizes africanas fiquem ainda mais valorizadas.

E quem ganha com isso é você, que gosta do axé e que não dispensa uma música com muito alto astral ao som dos tambores da Bahia e da música afro brasileira.

Fonte: Sambando.com

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