segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Festival de Verão de Salvador Boicota o Bonde do Maluco

Para os que, assim como eu, se encheram de esperança com a notícia do posts anterior, resta apenas a decepção. Akon escutou a versão em português de sua Don´t Matter, gostou, decorou o refrão na língua lusitana, porém na hora do shw, a produção do Festival de Verão de Salvador achou por bem chamar Cláudia Leite, que não só não sabia a letra como também não sabia dançar Arrocha.

É fato que o americanos manifestou seu interesse pela versão do Bonde Maluco meio que em cima da hora, porém nem uma simples ligação para conferir a agenda do Bonde foi feita. Nas entrevistas à imprensa brasileira Akon já tinha demonstrado interesse em conhecer quem fez a versão, faltou no mínimo boa vontade por parte da Organização. A organização se comportou como se a banda não existisse ou então como se fosse algo menor, que não caberia no evento.Só que paralelamente ao festival foi organizado um show reunindo Bonde do Maluco e Silvano Salles. Neste show estavam presentes mais de 20.000 pessoas. Isso é coisa menor?

Este fato é mais uma prova de que a mídia da Bahia depreza o Arrocha como uma manifestação cultural menor. As razões deste desprezo não são difíceis de identificar. O Arrocha surgiu da cultura das serestas, aquelas festas populares do interior e das periferias dos grandes centros nordestinos, animadas por música brega e frequentada por aquelas pessoas que a classe média costuma estereotipar como putas, cornos, bêbados e vagabundos.

Se eu me equadro em alguma das categorias acima eu não sei. Provavelmente serei o último a saber. O que sei é que quando morava em Pernambuco era considerado um piolho de seresta. Estava sempre lá, bebendo, fazendo amigos e raparigando e muitas pessoas fantásticas, amizades que duram até hoje, encontrei e conheci em serestas.

A Bahia tem vergonha de seu Arrocha. Isso é lamentável e despertou em mim aquela vibe justiceira que quem acompanha meu trabalho, conhece por tudo que fiz com o tecnomelody do Pará e sua apropriação ilegal cometida pelos baianos da banda Djavu. Poir isso, aguardem aqui, muito em breve, uma série de matérias sobre Arrocha. Seja perfil biográfico de bandas, resenha de discos ou até mesmo análises de certos aspectos antropológicos, sociais e políticos do gênero.

1 comentários:

É isso ai cara ... tem que relatar os acontecimentos !!!
bom saber !!!
Abraços

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