Marcus, o homem por trás do Blognejo, foi expulso do camarim de Luan Santana, após um show do astro na cidade de Uberlândia. Antes de qualquer coisa, ao se analizar a atitude dos assessores de imprensa tanto do evento, quanto do cantor, deve-se levar em conta quem é Marcus e o que o Blognejo representa não só para o segmento da música sertaneja, mas para a música popular brasileira como um todo.
Marcus é um pioneiro. Ele foi o primeiro a ter a compreensão de que os ritmos populares - no caso dele, a música sertaneja - estavam carentes de uma cobertura decente e de uma crítica séria. Ao se pesquisar na Internet à procura de notícias e reportagens, só se encontrava releases e muito amadorismo. Quando não o mais puro jabá.
Motivado por essa percepção começou seu blog, na época ainda no portal NoEmbalo. A recepção foi tão positiva, que logo os acessos se multiplicaram e mais pessoas resolveram seguir o exemplo, como o caso de André Piunti - que acabou se formando em jornalismo e sendo contratado pelo UOL - e Fábio Dorneles, que tocava o finado Território Sertanejo e atualmente vive um momento sabático em sua vida.
Hoje Marcus tem seu próprio site, o Blognejo, que recebe milhares de visitas diárias e é lido com atenção não só por ouvintes de música sertaneja, como por cantores, músicos e produtores. E falo de gente grande.
Uma vez apresentado o trabalho do rapaz, passamos a expôr o quanto a expulsão do camarim de Luan Santana é particularmente algo lamantável.
Quem acompanha a história do rapaz de Campo Grande sabe que o sucesso que ele conseguiu na atualidade não foi uma coisa que ocorreu da noite pro dia. Luan Santana não foi um produto fabricado pela mídia. Luan Santana é um produto da Internet. Foi no boca a boca virtual que aquele disquinho produzido pelo Sorocaba foi sendo escutado, fazendo que os shows fossem mais frequentes e mais lotados. E nesse boca a boca o Blognejo teve um papel crucial.
Muita gente, mas muita gente mesmo, ouviu falar pela primeira vez de Luan Santana no Blognejo. Que a assessoria do cantor deveria dar prioridade de atendimento ao Marcus é uma questão de justiça. De ética, até mesmo.
Mas ocorre que Luan Santana foi "devorado pelo monstro" ao fechar acordo com a Som Livre. O controle sobre sua carreira saiu de suas mãos e passou para as mãos nem sempre eficientes de produtores e assessorias. No caso expecífico de Luan Santana a escolha da assessoria foi particularmente infeliz.
A assessora de imprensa Dagmar Alba - e nos bastidores todos sabem disso - não foi indicada por sua competências, mas sim por apadrinhamento, numa operação típica dos corredores de Brasília.
Em seu emprego anterior assessorava a banda de pagode Jeito Moleque. Em 2005 a banda criou um projeto ecológico fantástico, nos moldes do que o Radiohead e Pearl Jam faz, a compensação das emissões de carbono produzidas nos shows através do plantio de árvores. O DVD gravado em Manaus foi feito assim e graças a total incompetência da assessora, a repercussão na mídia foi nula.
O fracasso lhe custou o emprego. E a demissão custou ao Jeito Moleque um processo na justiça trabalhista.
Recentemente a assessoria - muito provavelmente por parte de Dagmar - afirmou que a recusa de Luan em aceitar gravar a música que faria parte da abertura da próxima novela das seis da Rede Globo se deve ao fato de que o público daquela novela não ser o seu.
Quando fui escalado para editar uma revista pôster do Luan pela editora Tambor Digital, ela me disse que não poderia me ajudar, pois tinha fechado acordo de exclusividade com outra revista. Um cantor limitando sua aparição na mídia? Exclusividade com apenas um véiculos? Não fazia - e não faz! - nenhum sentido. Um mês depois estava lá nas bancas: Luan Santana na capa da Billboard. O que isso impediu que ela me ajudasse na revista pôster é algo que nem Freud explica.
Mas provavelmente a maior prova da incopetência de Dagmar Alba seja o fato de que mesmo após um ano de trabalho intenso, ainda não conseguiu calar as especulação sobre a sexualidade de Luan Santana. Luan Santana é gay? Essa pergunta não quer calar. Ao invés de simplesmente ignorar a questão e ganhar pelo cansaço, Dagmar teve a infeliz idéia de insistir na imagem de pegador.
Em uma gravação para o programa do Faustão que ainda não foi ao ar, Luan Santana afirmou que transa com fãs antes, depois e inclusive durante os shows. Pelo que eu saiba, nem o Mick Jagger faz isso. Na Internet a repercussão foi negativíssima.
O que a Dagmar tem talento mesmo é gerenciamento de backstage. Definir quem entra e quem não entra no camarim. Qual fã clube tem moral e qual não tem. Essas coisas. Em outras palavras: tráfico de influência.
Talvez ela esteja metendo os pés pelas mãos justamente para ganhar a conta e depois colocar a Globo na justiça.
Talvez.
O que é certo é que o potencial artístico de Luan Santana não pode ser posto em cheque por incompetência de assessorias de imprensa. E também é certo que pessoas como o Marcão, que com o mérito de seu trabalho competente, não podem ser tratadas com desrespeito e esnobismo.
1 comentários:
Falou tudo Timpim. Infelizmente algumas pessoas que trabalham nos bastidores querem brilhar mais que os próprios artistas né?
Parabéns pelo excelente texto!
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