Quando deflagrei minha onda de ataques contra as práticas comerciais predatórias da A3 Entretenimentos fui acusado de muitas coisas. De invejoso a viado, não faltaram adjetivos depreciativos. Curioso, não me chamaram de corno, mas enfim, uma das carapuças que mais serviu em minha linda cabecinha galega foi a de estar a serviço da banda Garota Safada. Isso não é verdade, é claro, mas é que em momento algum citei que Garota Safada também toca músicas de bandas novas.
Pois bem, espero com este post livrar-me desta malfadada carapuça e colocar alguns pingos em alguns is. Em primeiro lugar uma coisa deve ficar clara, uma coisa é banda e outra coisa é empresa.
Ao contrário do que os Talifãs dão a entender nas caixas de comentários no decorrer do Wikileaks do Forró, eu nunca falei mal dos Aviões do Forró. Desafio qualquer um a encontrar uma linha sequer que me desminta. A minha bronca é com a empresa da qual os Aviões são sócios. E não é sem uma certa tristeza que lanço minhas acusações, pois a A3 conseguiu estragar uma invenção genial de Isaias CDs: o CD Promocional.
Foi com essa idéia, a distribuição gratuita de discos que os Aviões fizeram sua fama. Claro, o sensacional repertório do Volume fez sua parte. A questão é que o tal disquinho com a inscrição "Promocional/Invendável" revolucionou a forma com que a música passou a ser divulgada. Hoje em dia até os artistas da música sertaneja adotaram essa estratpegia.
E foi a A3 entretenimentos, na pessoa do Sr. Isaias Duarte quem inaugurou esta revolução.
A coisa pendeu para o lado negro da força quendo perceberam que os discos promocionais serviam também para contornar a questão dos direitos autorais. Como não eram comercializados, estavam isentos do pagamento dos direitos autorais. Desta forma, bandas já estabelecidas passaram a se apropriar de sucessos embrionários de bandas emergentes.
Como o capitalismo é implacavelmente selvagem, praticamente todas as bandas passaram a fazer isso. Garota Safada inclusive. Afinal de contas, precisavam sobreviver no mercado. Hoje em dia dá pra contar nos dedos as bandas de repertório majoritariamente próprio: Limão com Mel, Magníficos, Mastruz com Leite e mais umas poucas.
Só que engana-se quem pensa que são apenas as bandas novas e compositores que perdem com isso tudo. É o forró em si enquanto gênero musical quem perde. Como virou um oba oba, como todo mundo tocando as mesmas músicas, não se consegue criar uma identidade própria e o pior, prejudica a diversidade, a inovação e a busca por uma evolução na qualidade musical e artística.
É por essas e por outras que o Movimento Forró das Antigas está ganhando força. O povo está tomado por uma forte nostalgia dos velhos tempos, nos quais a concorrência entre as bandas era fundamentada no aspecto musical e não no aspecto comercial.
Finalizamos com um excelente documentário sobre o Movimento Forró das Antigas, em duas partes.
1 comentários:
Bom Post ... Quem foi a banda que potencializou os links de shows ao vivo na Internet? (pra mim a forma mais eficiente de Distribuição), já que não se tem 100mil pra investir em cópias, distribui-se pela internet.
Acho q a Banda saia Rodada foi uma das primeiras a potencializar essas gravações e links (desde os tempos do coelhinho).
Pois é, "quem tem dinheiro copia" até cd's ... e as bandas que não tinham capital suficiente se beneficiam com uma rede de "Gravadores" apaixonados por forró e internet, promovendo o 2 casamentos perfeito... as bandas e o Público, que acompanha fielmente mesmo q pelos streamings e links agora de norte a Sul do planeta.
e o casamento do forró com a Tecnologia.
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