quinta-feira, 10 de maio de 2012

Bonde do Serrote, a banda mais fuleira (com muito orgulho!) do Brasil


Nesse mês foi lançado o CD de estréia da banda que se propõe a ser a mais fuleira do Brasil.  Num país de dimensões continentais como o nosso e com um povo que tem uma dificuldade enorme de se levar a sério preenchendo todo esse enorme território, esta não é uma proposta simples de ser levada a cabo. Só que após a audição das 19 canções do album, a impressão que fica na mente do ouvinte é que esses moleques provavelmente foram felizes em suas intenções: eita fuleragem da porra, ôme do céu!



Bonde do Serrote Volume 1 é pura merda no ventilador da Musica Popular Brasileira e  este não é um comentário pejorativo, é um daqueles casos raros de algo que é tão ruim, que chega a ser bom. A nova geração da MPB inteira (os superestimados Crioulo, Marcelo Geneci e Maria Gadú inclusos) deveriam ser trancafiados em uma sala hemeticamente fechada e escutar esse disco cinco vezes, durante vinte e três dias seguidos, para deixarem de serem uns perfeitos malas sem alça.

Para contar a história desta banda, é assaz necessário contar a história de seu fundador/produtor/compositor/empresário/dançarino/arquiteto/video maker/traveco enrustido Ermínio Félix. Baixista, morador do bairro Nova Brasília de Salvador, começou a carreira tocando com diversas bandas de Swingueira até fixar-se no Arrocha, emprestando todo o seu groove para a banda Bonde dos Playboys.

Tudo seguia calmo e tranquilo na banda, sem maiores solavancos e contratempos, até que o lazarentinho inventou de gravar um video caseiro com mais dois colegas e postar no Youtube. Na película, os meninos inventaram uma nova dança em cima de um antigo hit de forró, a muito tempo esquecido pela plebe, intitulado "Passa o serrote" . Intitularam a produção como "Dança do Serrote", deram um up load e foi aí que fudeu tudo. A porra caiu feito uma bomba nas redes sociais e no momento em que escrevo estas singelas linhas, o vídeo já foi assistido um milhão, cento e quarenta e um mil, duzentas e trinta e duas vezes.

O Astro Ermínio Félix, catequizando novos arrocheiros nas ruas de Nova Brasília

Na esteira do sucesso de sua criação, Ermínio Félix foi parar na maioria dos programas populares da TV aberta brasileira de rede nacional, exceção feita ao Domingão do Faustão, o que só atesta a visível queda de qualidade e audiência do programa. Até convites para apresentação no exterior, como em Londres por exemplo, o pirralho recebeu, mas teve que declinar em função das dificuldades em obter um passaporte, devido ao fato de ter o nome sujo na praça a muitos e muitos anos.

Com o tempo, a dança do serrote passou a ser o ponto alto das apresentações do Bonde dos Playboys. O número de fãs rapidamente ultrapassou a casa dos cíncos dígitos e o inevitável acabou acontecendo: a criação de uma banda paralela, que desse conta de toda a histeria popular criada em torno da dança. Esta é a gênese do Bonde do Serrote. Explicações dadas, vamos agora ao disco propriamente dito.

Se dezenove não fosse um número ímpar, um quarto das canções teriam a palavra dança no título: "Dança da furadeira", "Dança da lagartixa", "Dança do Chapolim", "Dança da Rã" (grafado Dança DO rã no arquivo digital disponível pra download, porque eles deviam estar miseravelmente bêbados quando digitaram). O refrão da "Dança da lagartixa" é um dos pontos altos da alta (sic) Literatura Brasileira: "Ermínio não é gay / Ermínio não é bixa / Ele só tá dançando a dança da lagartixa). Que conste aqui que esta música é um furto qualificado, originalmente ela foi lançada por uma banda mineira chamada Os Playboys, mas como a proposta conceitual é fuleragem mesmo, vamos dar uma hábeas corpus pros caras.

Outra penca de músicas tem a palavra dança no refrão, num claro esforço coletivo de fazer o ouvinte levantar a bunda cagada do sofá e começar a soltar franga, dançando feito uma bichona no meio da sala. Esta intenção é reforçada pela bandeirosa regravação de "Robocop Gay" dos Mamonas Assassinas. "Vira Vira", da mesma banda, também foi regravada, confirmando a famosa preguiça baiana, até na escolha do repertório.

Vale destacar também o cover de "Puta merda (o sapo bota ovo)" da já clássica banda 3 na Palomba (já contamos a história dessa banda no nosso cabaré, clique AQUI para ler) e "Vagalume Gay". Sim, é cover que não acaba mais, mas é que o disco teve que ser gravado às pressas devido a pressão do mercado. Turbas de consumidores esperavam ansiosamente este produtos nas prateleiras dos Shopping Centers, nas ofertas do site Mercado Livre e nos camelôs mais furrebas das periferias. No próximo lançamento com certeza Ermínio vai dar vazão à sua veia criativa.

O clímax desta obra prima é no final, quando Ermíno Félix, "a voz romântica" finje que vai, começa a ir e acaba não indo, na música "Juras de Amor". A faixa encerra o disco como uma tampa de sarcófago e deixa o ouvinte com aquele olhar de peixe morto em direção ao vazio, suspeitando seriamente que tudo que vivera até então, não passava de uma ilusão. Como o universo pode ser real, se uma coisa dessas pode existir?

Numa escala de 10 a 10, a nota do disco é dez. Outras escalas são para fracos e perdedores e Bonde do Serrote Volume 1 é um disco para fortes. Podes crer, acredite em mim. O cidadão pode baixar o disco direta e gratuitamente do site da banda (link no final do post), por sua própria conta e risco. Eu recomendo, até por questão de experiência. É como dar a bunda, você nunca terá certeza que é realmente macho, sem ter feito isso e não gostado.

...

Site oficial do Bonde do Serrote. Clique e baixe logo o disco, seu corno da disgrama!!

4 comentários:

Nossa Senhora dos Péla Porco, rogai por nós!

Segure se poder rsrsrsrsrsrsr

Meus Deus, que zonaaaaaaaaaaa

Olha só, estou muito ansioso para ver seu texto sobre a postagem do Marcão do Blognejo referente aos compositores que não são compositores. Vc esta trabalhando nele? Acha que sai? Abraços

Postar um comentário

Solta o verbo!

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More