sábado, 28 de agosto de 2010

Da série: Comentários que valem por posts



O leitor Robinho da Bahia comentou no post Sobre o preconceito que o Tecnomelody sofre por parte das elites do Pará :

Porra Timpin! Tu bateu seguro véio! "o lamento pela perda do poder do monopólio da emissão de bens culturais." Perfeito!
E ainda desce mais essa: "Os historiadores costumam dizer que quando um produto da cultura popular perde o vigor, passa a ser apreciado pelos especialistas". É por isso que Geraldo Teixeira é cultura, mas não Bruno e Marrone, João Bosco e Vinicius, Vitor e Léo, etc (ops, esses são, afinal tão na Globo). Alcione é cultura, mas Os travessos e Sorriso Maroto não são... Dominguinhos é cultura, mas Aviões, Cavaleiros, Forró do Muído não são... ô raça!


Faltou uma foto do cara para colocar aqui. Este é o cerne da questão. O que se aplica com o tecnomelody em Belém pode ser aplicado em qualquer ritmo verdadeiramente popular por esse Brasilzão.

Lembro que me senti constrangido quando passou na televisão uma cerimônia sobre a Copa de 2014 em que um bando de gringos batiam palminhas para uma apresentação percussiva vocal de uma dezena de branquelos. Fora um cover patético de "Minha Menina" que Os Mutantes lançaram nos anos 60!

Será essa a trilha sonora de 2014?

Francamente...

Alô Robinho! Eu só acrescentaria que Victor & Leo e João Bosco & Vinicius não só ainda não são considerados cultura como nem estão tão assim na Globo. Cadê eles no Criança Esperança desse ano? Até comentei no post que linkei no nome aí.

2 comentários:

Valeu Timpin. Sou do interior da Bahia e sempre gostei de forró. Só não sou chegado em dançar, cabra envergonhado que sou. A reclama até reclama disso! Confesso que por muito tempo tive certa aversão a alguns ritmos, a começar pelo pagode baiano (À época, Harmonia do Samba, Pagodart, etc) Comecei a desenvolver um pouco daquele pensamento "intelecto-uau" de que bom mesmo é MPB, com alguma concessão (por ser jovem) a ritmos como pop rock, etc, e ao forró, por ser nordestino. Quando passei no vestibular e mudei de cidade estava começando a febre do arrocha e me chamavam de Robinho do Arrocha, só de sacanagem. Ficava puto! De uns tempos pra cá vinha pensando: será que pra ser alguem consciente, crítico, contribuir para uma sociedade melhor, preciso deixar de ser feliz, me divertir ouvindo música, se enquadrando no que dizem as elites ser melhor pra sentir que faço parte delas e por isso sou melhor do que aqueles que não ouvem? E olhe que como universitário, tenho contato com um meio que tende a pensar assim (pelo menos os professores e alguns segmentos de alunos que aceitam a colonização cultural de ritmos estrangeiros). Isso começou há algum tempo, quando comecei a encucar com pessoas que diziam que forró bom só o pé-de-serra. E tomou força quando comecei a ler seu blog, depois de sua entrevista pro site Bahia Notícias. Por exemplo: minha viznha vive ouvindo Pablo do Arrocha e Silvano Sales. Já nem me incomodo tanto! Algumas letras até que são bonitinhas, rsrs! Quando passa no rádio nem corro mais pra mudar de estação. O essencial mesmo é qualidade. (Concordo com você em relação ao Rebolation! Bobinho...) Às vezes, até pagode estou deixando! Firme e Forte, do Psirico tava tocando hoje e deixei rolar. Se fosse há cinco anos atrás... nem em sonho.

"A reclama até reclama disso!". Ops, errei! É a minha digníssima, digo, minha mulher, que reclama.

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