quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Movimento Tecnomelody - AÊ porra! finalmente saiu o famigerado DVD

Esse texto foi minha coluna de ontem (30/11/2010) do Jornal Liberal de Belém do Pará

Foi um longo ano de espera. Teve gente que falava que era lenda urbana. Já perdi a conta do número de vezes que tive que responder as incessantes perguntas - calma, o treco vai sair, é só esperar mais um pouco. Estou falando do aguardadíssimo DVD Movimento Tecnomelody que Urra! vai ser lançado dia primeiro de dezembro na Região Norte e no dia 26 no Nordeste.



Milhares de fãs estão expectativa e não é por menos, trata-se de um evento que reuniiu dez bandas, mas as principais festas de aparelhagem da capital. É muita gente envolvida. A isso, acrescenta-se o fato de que plágio cometido pelos baianos da Djavú mecheu com os brios do povo paraense, contribuindo com a ânsia de se apresentar ao Brasil o verdadeiro tecnomelody e os seus verdadeiros criadores.

A banda Ravelly foi a que mais se sentiu prejudicada pelo plágio e no show gravado no Cidade Folia no final do ano passado, reunindo uma multidão de milhares de pessoas, teve seu merecido espaço para sanar esse prejuízo, tocando as quatro músicas indevidamente apropriadas pela Djavú.

Viviane Batidão, que atualmente é uma das mais prolíficas artistas da cena, participou com três músicas. Xeiro Verde, Bruno e Trio (que agora assina apenas como Bruno Mafra) e Quero Mais com duas músicas. As demais - Gaby Amarantos & Tecnoshow, Fruto Sensual, Jurandy e Eletro Batidão, constribuiram com apenas uma música. Não por falta de repertório, todo mundo tem inúmeros sucessos, a questão é que se desse espaço pra todo mundo mostrar tudo o que sabe fazer, o resultado seria um DVD quíntuplo! Isso sem computar o meio mundo de gente que ficou de fora.

Sem contar que ainda temos as aparelhagens. O tecnomelody em si já algo endêmico do Para, mas são as festas de aparelhagens a grande invenção coletiva empreendia espontaneamente pelo povo do Pará e urge em ser apresentado ao resto do país, quiçá do mundo. E a realização da gravação das aparelhagens se revelou muito mais complicada para os produtores do que se pensava inicialmente

Dado o ineditismo do projeto, a edição final não foi tarefa fácil. O fato de que as aparelhagens tocam músicas de todos os ritmos, tornou o processo de aquisição de autorização por parte dos autores originais das músicas lento e trabalhoso. Os doze minutos em que aparece a Super Pop deu mais trabalho de edição do que todas as outras bandas juntas.

Mas pelo que se vê na tela, o trabalho valeu a pena, o resultado ficou impecável. Ponto para a produção da BiS Entretenimentos, duzentos e vinte e tres mil pontos para a agitadora cultural Meg Martins - que arrancou uma quantidade equivalente de fios de cabelos para coordenar o projeto inteiro - e para os cenários concebidos por Christian Valente, Severo (S&M) Light e Kléber Martins, da Led Show.

Agora é seguir trabalhando, levando os artistas para o sul e sudeste - a exemplo do Gaby Amarantos está fazendo com crescente sucesso. E claro, dar um jeito de aumentar substancialmente a produção de Açai, pois se a frutinha cair no gosto do Brasil do jeito que o tecnomelody está caindo, o que atualmente se produz não vai dar nem pra tapar o buraco dos dentes da galera.

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