O clipe da música "Minha mulher não deixa não" está na eminência de atingir a marca de dois milhões de visualizações. Isso em menos de três semanas. Originalmente uma música brega de um tal de Dj Sandro, residente em Paulista, cidade vizinha a Recife, o sucesso foi regravado pelos Aviões do Forró e Garota Safada, só pra se ater nas maiores bandas - foram mais. Essas regravações acabaram por gerar uma polêmica no mundo do forró via redes sociais, catalizada pelo nosso post sobre Os Olheiros da A3 Entretenimentos (mais aqui, outro tantinho aqui e por fim aqui).
Mas não foi só isso. Em meio ao furor do sucesso e da discussão em torno da A3 e muitas acusações de - o copiador é você! - surgiu no Twitter mais uma variável desta equação. Um repórter recifense que se diz também compositor de músicas infantis, acusou o Dj Sandro de plagiar uma música sua de 2007, que constava no disco Turma do Zé Alegria Vol. 2. E realmente, o refrão é idêntico, houve apenas a substituição de "minha mãe" por "minha mulher". Confiram o vídeo.
E é nesse momento que este distinto cabaré liga os pontos desta intrincada trama. Dj Sandro não plagiou apenas essa música. "Minha mulher não deixa não" não seria o sucesso que é sem aquele peculiar solo dedilhado da guitarra. Um ouvido destatento classificaria o solo como calypso. Mas não é. O nome disso é palomba!
A palomba é um gênero novo, inventado no interior da Bahia no final do ano passado em meio ao caótico caldeirão criativo do arrocha e que este ano se disseminou feito vírus pelo Nordeste. O nosso Cabaré já contou essa história, trata-se da banda Os 3 na Palomba. Cliquem e confiram essa história sensacional.
Agora ouça a seguinte música e descubra de onde saiu aquele solinho descarado.
Foi a 3 na Palomba que inventou esse ritmo e ainda por cima, em seu segundo e terceiro disco - tudo lançado este ano! - desfilaram uma série de modinhas infantis tocadas no ritmo da palomba. O Dj Sandro ouviu os discos, teve o insight, pegou o solinho, escolheu uma música infantil para chamar de sua e voilá! está feita a cagada. E está desvendada a receita de "Minha mulher não deixa não".
E novamente, nosso Cabaré chega na frente.
Claro que diante de um cenário desses, os 3 na Palomba não tiveram escrúpulo nenhum de regravar a música, posto que são eles os pais bastardos da criança. Só que no caso deles, não seria justo e nem honesto chamar de plágio. A definição correta seria reapropriação. E ainda por cima fecha com chave de ouro um ciclo de cópia da cópia da cópia da cópia...ad infinitum.
Em uma reunião a porta fechadas na noite de ontem, a alta cafetinafem deste distinto Cabaré chegou ao consenso de que esse precesso de cópias não é de todo ruim - posto que nossa opinião quanto à questão dos direitos autorais é um tanto ambígua. Esse caos de cópias e colagens acaba por impulsionar uma acelerada criatividade.
A própria 3 na Palomba é uma demonstração prática dessa aceleração criativa. Além dos supra citados três discos em um ano, em uma semana regravaram "Minha Mulher não deixa não", fizeram clipe e ainda inverteram a situação de submissão masculina, na divertida "Minha mulher não manda em mim". Tudo disponível aqui no Cabaré, em primeira mão, clipe e música.
Como fui eu quem mostrou a música do Dj Sandro pro pessoal do 3 na Palomba, eles me homenageram na introdução, consedendo-me a honra de ter meu nome trocado por Tim Tim, o que não é nem de longe um problema, pois já teve corno me chamando de Pintim.
E não esqueçam, o nome disso é PALOMBA!
4 comentários:
Pois é, também acho que as cópias têm seu lado bom. Se a guitarra, a música infantil, ou sei lá mais o quê fizeram sucesso só agora, quem está por trás de tudo isso ganha o sucesso também.
Owww, tb quero os créditos...fui eu quem ter chamou de Pintin...
Huahuahuahua
tim tim = pinto, em japones! talvez te homenagearam em japones!kkkkkkk
Tim Tim é Pinto em japonês? Huhauahauhauahuahau.
Quanto aos créditos, vamos a eles:
[b] E o corno éééé... Fábio Dornelles!!! [/b]
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